quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Diferente, mas não muito

Como já vem sendo regra, cá estou eu para fazer a apreciação dum dos álbuns nomeados para "Melhor do Ano". Hoje, vou fazer a apreciação do álbum dos Yeah Yeah Yeahs, "It's Blitz", um disco que já foi lançado em Março. Ora bem, cá vamos nós.
Quem conhece minimamente os Yeah Yeah Yeahs sabe que praticam um bom Indie Rock, sendo uma forte promessa para os tempos vindouros. "Fever to Tell" e "Show Your Bones" demonstraram uma grande qualidade musical, e um potencial ainda maior. Por isso, muita gente manteve altas as expectativas quando a banda anunciou para este ano "It's Blitz". Um álbum bem agradável, devo confessar.
Contudo, este álbum é diferente dos anteriores. Apesar de estarem presentes os elementos a que nos acostumámos a ouvir na música dos YYY, este disco assume uma postura mais dançável, mais amiga da pista de dança. Isso não significa um detrimento na música, apenas uma mutação. Uma mutação que atinge o seu objectivo, pelo menos no meu caso. Apesar de continuar a ser Rock, creio que este álbum vai conseguir fazer muito boa gente dançar que nem loucas.
No entanto, consegue-se ver que o núcleo duro deste álbum concentra-se na sua primeira metade. Não que o resto do álbum esteja mau, longe disso, mas a primeira metade contém as melhores músicas, a meu ver. Exemplos dessas músicas são o single de estreia, "Zero", Soft Shock" e "Dull Life". Músicas que fazem passar uma faceta mais festiva dos Yeah Yeah Yeahs, que ainda não tinha sido vista, ou pelo menos, não desta maneira.
Em suma, não desgostei deste álbum, apesar de lamentar um ligeiro empobrecimento das letras, mas que não estraga este álbum. Pelo menos, não em demasia. Fiquei a esperar mais da banda de Karen O, que, como já foi referido, tem um grande futuro pela frente. Por isso, vejo redobrada a expectativa para um próximo disco.

Nota Final: 7,8/10

o Criador:
João Morais

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Merriweather Post Pavilion"


Para começar esta review, gostaria, desde já, de pedir desculpas pela demora da publicação das minhas críticas aos álbuns que marcaram este ano. Essa demora foi provocada, infelizmente, por motivos de saúde, e por isso, peço as minhas sinceras desculpas.
Pois bem, chega de conversa. Hoje irei avaliar "Merriweather Post Pavilionn", o último lançamento dos Animal Collective. Este álbum, saído em Janeiro deste ano, foi considerado por alguns críticos de "Melhor Álbum do Ano" logo após o seu aparecimento. Não sei quanto a vocês, mas eu considero este tipo de avaliações, especialmente tão cedo, um pouco prematuras. Por isso, vamos olhar este álbum mais de perto.
Ora bem, como já sabem, já pronunciei a minha escolha para Melhor Álbum deste ano que está a terminar. No entanto, este registo, "Merriweather Post Pavilion", está, a meu ver, muito bem posicionado na tabela. É um álbum que está muito alto na minha consideração, tanto pelo experimentalismo louco que está presente, como pelo poder que este traz. Esse experimentalismo faz com que não seja fácil gostar deste álbum, no entanto, quando se tenta ouvir "a sério", os Animal Collective entram-nos no espírito e recusam-se a sair até que acabemos de os ouvir de trás para a frente. Um álbum quase completo, quase clássico!
Entre as minha faixas favoritas contam-se "In The Flowers", "Daily Routine" ou "Lion in a Coma". Músicas que servem como bom exemplo do Folk Electrónico Experimental que a banda de Baltimore pratica. Este som inovador e único impressionou-me, pela mistura de sensações que me provocou, pela diferença de texturas musicais que experimentei e pelas imagens que me evocou.
Pois é essa uma principais qualidades dos Animal Collective: a capacidade de nos virarem a mente ao contrário com o seu experimentalismo revolucionário, resmas de efeitos de voz, "loops" de bateria de capazes de nos pôr os ouvidos em alvoroço, contrastando com vozes serenas e letras animadas, festivas e, por vezes, absurdamente encantadoras e infantis e até minimalistas.
Por isso, e volto a afirmar, este álbum dos Animal Collective é um genial pedaço de música. Pode-se ficar com a sensação que eles poderiam ter feito mais, porém, para mais, terá de se ficar à espera do próximo álbum.

Nota Final: 8,7/10

o Criador:
João Morais