domingo, 17 de outubro de 2010

Ride the Lightning

Olá, meus leitores. Hoje, no Música Dot Com, vou pôr em análise o segundo disco dos Metallica, “Ride the Lightning”, que será o terceiro volume da colecção “Álbuns da Minha Vida”. Pois bem, comecemos.

Devo confessar que, de todos os álbuns dos Metallica, uma das minhas bandas favoritas de sempre, este é o meu predilecto. Apesar de “Master of Puppets” ser universalmente aclamado como o melhor álbum dos Metallica, e muitos críticos chegarem a considerá-lo o melhor álbum de Metal de sempre (opinião que compreendo, e em certa parte partilho), eu prefiro o “Ride the Lightning”, e a minha razão é bastante simples: penso que é a excelente combinação entre o trabalho mais Speed Metal do primeiro álbum, “Kill ‘Em All” e o Thrash Metal a pleno gás de “Master of Puppets”. Penso que o Thrash nasceu verdadeiramente em “Ride the Lightning”, apenas para ser “aperfeiçoado” em “Master...”. Claro que muitas pessoas podem discordar de mim, mas eu realmente acho que ali nasceu todo um género que viria a revolucionar a história do Metal.

Este álbum, o segundo da longa viagem dos Metallica nesta indústria musical, faz parte da série de cinco álbuns que creio que retêm grande qualidade: “Kill ‘Em All”, “Ride the Lightning”, “Master of Puppets”, “...And Justice For All”, e “Metallica” (também conhecido por “Black Album”). Todos estes álbuns mantêm um standard de qualidade muito difícil de atingir, fazendo com que os Metallica tivessem chegado a um patamar de consistência notável. A partir daí, todos sabemos o que sucedeu: “Load”, “ReLoad” e “St. Anger”, álbuns muito abaixo das expectativas dos fãs e dos críticos, e que reflectem um período numa banda com dificuldades em se encontrar. Depois, temos “Death Magnetic”, um ressurgimento do som de antigamente, muito bem recebido e que fez com os Metallica voltassem a um nível de segurança já há muito perdido.

Voltando a “Ride the Lightning”, creio que todas as músicas são “de antologia”, verdadeiros clássicos dos Metallica, e quem as ouvir vai entrar em contacto com uma sonoridade bem própria duma banda que inovou e que criou o seu próprio estilo, inspirado por bandas da New Wave of British Heavy Metal, como os Diamond Head, os Iron Maiden ou os Motörhead, bandas que foram de extrema importância para os Metallica. O som do álbum é mais polido do que o do seu antecessor, mas retém muita da “crueza” em termos de letras, que abrangem temas que são habituais no Thrash Metal: exclusão social, solidão, opressão ou descriminação são temas que o Thrash herdou do Punk Hardcore, fazendo do Thrash Metal, também, uma arma de intervenção contra o “status quo” duma sociedade que vêm como errada.

Se quiserem um introdução ao álbum, posso sugerir a faixa-título, “Ride the Lightning”, ao lado de músicas como “For Whom the Bell Tolls”, a poderosa balada “Fade to Black” ou “Creeping Death”, grandes títulos dos Metallica.

Em suma, este álbum é seminal para o movimento Thrash Metal e para o percurso dos Metallica enquanto banda, por isso, se é fã de Metal ou de boa música em geral e não se importa de se meter por caminhos mais pesados, este álbum é para si!

o Criador:

João Morais

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Postcards From A Young Man

Boas noites. Hoje, o Música Dot Com tem o prazer de vos trazer a review do mais recente álbum dos Manic Street Preachers: “Postcards From A Young Man”. Este álbum veio tentar seguir as pisadas do grande “Journal for Plague Lovers”, um álbum aclamado pela crítica e que devo confessar que me deixou deliciado. Vejamos se este “Postcards From A Young Man” consegue manter o nível de qualidade do álbum anterior.

James Bradfield, guitarrista e vocalista dos Manics, afirmou, antes do lançamento do álbum, que este disco não seria um seguimento do trabalho feito em “Journal for Plague Lovers”, e quem ouve este álbum consegue perceber claramente estas afirmações: enquanto que “Journal...” era mais abrasivo, mais crú e mais “duro”, este “Postcards From A Young Man” parece seguir a trilha de “Send Away the Tigers”. Isto porque tem uma sonoridade mais “acessível”, mais Pop, mas sem comprometer a mensagem que está sempre presente nos álbuns dos Manic Street Preachers: um certo inconformismo de quem está contra esta nossa sociedade de consumo dos dias de hoje. Eu sei, é uma contradição, mas Nicky Wire explica, dizendo que “quando tens uma mensagem para espalhar, há que espalhá-la ao maior número de pessoas possível.” Verdade seja dita, este som mais “Radio-Friendly” dos Manics já não é nada de novo, mas é de espantar depois do êxito que tiveram com “Journal...”. Nicky Wire e companhia decidiram apostar, e não se saíram nada mal.

O álbum, em si, está bem elaborado, com uma forte aposta em arranjos de cordas a acompanhar a banda, e um coro “Gospel” em quatro músicas. Não soam mal, mas, honestamente, tanto o coro como o acompanhamento clássico não fazem falta às músicas. Estas conseguem muito bem ter consistência por si próprias, sem precisar de apetrechos deste género. Contudo, este álbum carece dum brilho especial que o seu antecessor tinha. Apesar de não ter uma única má música (consegue-se ouvir duma só vez e pedir por mais), este “Postcards From A Young Man” sente a falta de uma certa “força”. Contudo, tem músicas que considero bastante boas: “A Billion Balconies Facing The Sun”, “Don’t Be Evil” e “Auto Intoxication” tornaram-se clássicos a partir do momento em que os ouvi.

Concluindo, “Postcards From A Young Man”é um bom álbum. Apesar de não conseguir ser tão bom como o seu antecessor, consegue, mesmo assim, ser um álbum capaz de nos deixar arrebatados. Após ouvirmos este disco, só podemos esperar que os Manic Street Preachers continuem a fazer o belo trabalho que têm feito.

Nota Final: 7,7/10

o Criador:

João Morais

sábado, 2 de outubro de 2010

A Thousand Suns

Olá a todos. Antes de começar a review, devo pedir desculpas pelo atraso no lançamento desta crítica, mas ontem não consegui acabar a review a tempo. Por isso, hoje, sábado, estou aqui para vos mostrar o meu ponto de vista sobre o mais recente álbum dos Linkin Park: “A Thousand Suns”. Ora comecemos.

Nos últimos tempos, todos os indícios apontavam para um provável regresso dos Linkin Park a uma sonoridade mais reminiscente do pré-“Minutes to Midnight”. Esses indícios passavam por declarações da banda acerca das sessões de gravação do álbum, e pelo facto de “Minutes to Midnight” ter sido mal recebido por muitos fãs mais antigos da banda e por grande parte da crítica especializada (eu achei o álbum abominável). Por isso, criou-se algum burburinho nos tempos que antecediam o lançamento de “A Thousand Suns”. E, falando por mim, sinto que essa expectativa foi defraudada, pois não só os Linkin Park não voltaram a um som mais parecido com o seu início de carreira, mas conseguiram fazer um álbum que, não sendo pior que o seu antecessor, é bastante mau.

O álbum, no seu todo, tem uma produção polida, mas no que toca à composição, devo confessar que o álbum falha redondamente. No geral, não parece ter canções, mas sim ideias soltas e dispersas, como se fosse uma grande “Jam session” convertida em formato de CD. Não digo que algumas dessas ideias não fossem boas, ou pelo menos aceitáveis, mas em “A Thousand Suns”, vê-se claramente que o grupo de Chester, Mike Shinoda e companhia não soube pô-las em prática duma forma coerente, lógica, e em momentos, audível. Tenho pena em dizer isto, mas parece que os Linkin Park perderam a capacidade de fazer um bom álbum.

Pautado por uma mistura de Hip-Hop e Rock “radio-friendly”, este álbum segue a trilha de “Minutes to Midnight” na sua capacidade de vendas, mas não vê isso aliado a uma qualidade musical verdadeira. Apesar disso, “A Thousand Suns” contém dois momentos que considero que mantém o álbum acima do nível de “lixo”: “Waiting for the End”, que apesar de não trazer nada de novo, fica no ouvido e não é nada desagradável, e “The Messenger”, uma surpreendente balada acústica que mostra um lado diferente dos LP, que me agradou. Contudo, estas duas músicas são incapazes de trazer o álbum para um patamar mais alto. No entanto, seria bom que os Linkin Park soubessem aproveitar estas duas músicas e criar algo a partir daí.

Em suma, “A Thousand Suns” é um mau álbum. Não tem brilho, não tem qualidade e não tem audácia. Falta-lhe tudo para ser um bom álbum. Espero que os Linkin Park saibam encontrar de novo o bom caminho, mas pelos vistos estão completamente perdidos.

Nota Final: 3,0/10

o Criador:

João Morais