sábado, 31 de dezembro de 2011

MDC'11 // Tops & Afins

OS 20 MELHORES ÁLBUNS DE 2011

20-11
20. Hurry Up, We're Dreaming - M83 – 8,4/10
19. These New Countries - We Trust – 8,5/10
18. Here Before - The Feelies – 8,5/10
17. Mirror Traffic - Stephen Malkmus & the Jicks – 8,5/10
16. New Brigade – Iceage – 8,6/10
15. Take Care, Take Care, Take Care - Explosions in the Sky – 8,6/10
14. Ritual - White Lies – 8,7/10
13. Fala Mansa - Norberto Lobo – 8,7/10
12. Wasting Light - Foo Fighters – 8,7/10
11. Veronica Falls - Veronica Falls – 8,8/10
10-1
10. SBTRKT SBTRKT – 8,8/10
9. Zonoscope - Cut Copy – 8,8/10
8. Undun - The Roots – 8,8/10
7. Hardcore Will Never Die, But You Will –  Mogwai - 8,9/10
6. PAUS – PAUS – 8,9/10
5. Computer & Blues - The Streets – 8,9
4. Helplessness Blues - Fleet Foxes – 8,9/10
3. Making MirrorsGotye – 9,0/10
2. Yuck – Yuck – 9,0/10
1. Belong - The Pains of Being Pure at Heart – 9,3/10

Menções Honrosas:
- Colour Trip - Ringo Deathstarr – 8,4
- Kaputt – Destroyer – 8,4
- Within and Without - Washed Out – 8,4
- El Camino - The Black Keys – 8,4
- The King of Limbs – Radiohead – 8,4
- Suck it and See - Arctic Monkeys – 8,4
- B Fachada - B Fachada – 8,3
- Gloss Drop – Battles – 8,3
- Portamento - The Drums – 8,2
- Smoke Ring For My Halo - Kurt Vile – 8,2



OS 10 MELHORES ÁLBUNS PORTUGUESES DE 2011

10. It’s Been a Long Night Sean Riley & the Slowriders – 7,8/10
9. Parasol Julie & the Carjackers – 7,9/10
8. Infectious Affectional – X-Wife – 8,0/10
7. Building Waves – Glockenwise – 8,2/10
6. Small Town Gossip – The Doups – 8,2/10
5. Barra 90 – Jorge Cruz – 8,2/10
4. B Fachada – B Fachada – 8,3/10
3. These New Countries – We Trust – 8,5/10
2. Fala Mansa – Norberto Lobo – 8,7/10
1. PAUS – PAUS – 8,9/10



MELHOR MOMENTO DE 2011
Deus, Pátria e Família – B Fachada – 5/5 [EP]


MELHOR CONCERTO DE 2011
Arcade Fire @ SBSR’11

Depois de todos os álbuns ouvidos, de todos os concertos assistidos, de todas as reviews escritas e de todas as considerações feitas, o Música Dot Com deixa-vos aqui, no último dia do ano, um pequeno rescaldo daqueles que foram, para mim, os melhores momentos de 2011.

Espero apenas que estes Tops sirvam para vos suscitar curiosidades sobre lançamentos que desconheciam, pois é para isso que estas tabelas (e em última análise este blog) existem: para vos mostrar o que, a meu ver, de melhor (e pior) se faz no mundo da música, sempre com um ponto de vista assumidamente subjectivo e pessoal. Estou certo que muitos discos foram ignorados ou esquecidos, mas isso é um dos erros que qualquer pessoa que escreve sobre música comete, pelo que pouco ou nada podia fazer para colmatar essa lacuna.

Queria também deixar aqui algumas palavras de agradecimento, pois sem vocês, leitores, o MDC nunca teria crescido desta maneira. São 608 “fãs” no Facebook, 117 seguidores no Twitter e (da última vez que vi) 16608 visitas ao Música Dot Com, muito mais do que eu estava à espera, ainda por cima em apenas 2 anos e pouco. Por isso, muito obrigado a todos vós que geraram este sucesso, e que este se mantenha.
  
De resto, falta-me apenas desejar-vos um Bom Ano Novo, e que o vosso 2012 esteja repleto de boa música. Se precisarem de sugestões, já sabem, o Música Dot Com só está à distância de um clique.

João Morais

Reviews'11


Para facilitar o acesso às várias críticas de 2011 que tenho espalhadas pelo Música Dot Com e pelo Espalha Factos decidi compilar todas as reviews deste ano neste post, que contará com os respectivos links para as publicações e as notas finais de cada obra.

Artigos no Espalha Factos:
- In the Mountain in the Cloud – Portugal. The Man – 7,2/10
- The Rip Tide – Beirut – 7,7/10
- Watch the Throne – The Throne – 5,7/10
- Ritual Union – Little Dragon – 7,8/10
- Slave Ambient – The War on Drugs – 8,2/10
- La Liberación – Cansei de Ser Sexy – 5,9/10
- Making Mirrors – Gotye – 9,0/10
- I’m with You – Red Hot Chili Peppers – 5,3/10
- Portamento – The Drums – 8,2/10
- Junk of the Heart – The Kooks – 7,1/10 
- Small Town Gossip – The Doups – 8,2/10
- Velociraptor! – Kasabian – 7,6/10
- Mylo Xyloto – Coldplay – 5,4/10
- B Fachada – B Fachada – 8,3/10
- El Camino – The Black Keys – 8,4/10

Artigos no Música Dot Com
- Valhall Dancehall – British Sea Power- 7,8/10
- Ritual – White Lies – 8,7/10
- The King of Limbs – Radiohead – 8,4/10
- Computers & Blues – The Streets – 8,9/10
- Angles – The Strokes – 7,3/10
- Different Gear, Still Speeding – Beady Eye – 6,0/10
- Let England Shake – PJ Harvey – 7,8/10
- Yuck – Yuck – 9,0/10
- Wasting Light – Foo Fighters – 8,7/10
- The King is Dead – The Decemberists – 5,1/10
- Zonoscope – Cut Copy – 8,8/10
- Collapse into Now – R.E.M. – 4,3/10
- Hardcore Will Never Die, But You Will – Mogwai – 8,9/10
- Wounded Rhymes – Lykke Li – 8,0/10
- Tomboy – Panda Bear – 4,0/10
- Belong – The Pains of Being Pure at Heart – 9,3/10
- Blood Pressures – The Kills – 4,8/10
- Helplessness Blues – Fleet Foxes – 8,9/10
- Suck it and See – Arctic Monkeys – 8,4/10
- Nine Types of Light – TV on the Radio – 6,4/10
- Pala – Friendly Fires – 7,8/10
- Codes and Keys - Death Cab for Cutie – 7,8/10
- Hot Sauce Committee Part Two – Beastie Boys – 8,1/10
- Take Care, Take Care, Take Care – Explosions in the Sky – 8,6/10
- Deus, Pátria e Família – B Fachada – 5/5 [EP]
- Here Before – The Feelies – 8,5/10

CURTAS 2011:
·         Série I
o   Father, Son, Holy Ghost – Girls – 7,0/10
o   Gloss Drop – Battles – 8,3/10
o   James Blake – James Blake – 6,8/10
o   The Hunter – Mastodon – 8,0/10
o   Metals – Feist – 5,5/10
o   The Year of Hibernation – Youth Lagoon – 7,7/10
o   Bon Iver, Bon Iver – Bon Iver – 7,3/10
o   Goblin – Tyler, the Creator – 5,3/10
o   Era Extraña – Neon Indian – 8,0/10
o   Ceremonials – Florence + the Machine – 5,8/10
·         Série II
o   The Sea of Memories – Bush – 7,2/10
o   It’s Been a Long Night – Sean Riley & the Slowriders – 7,8/10
o   Arabia Mountain – Black Lips – 7,5/10
o   Hurry Up, We’re Dreaming – M83 – 8,4/10
o   Lulu – Lou Reed + Metallica – 3,7/10
o   Bad as Me – Tom Waits – 8,1/10
o   Rome – Danger Mouse & Daniele Lupi – 8,0/10
o   Wild Flag – Wild Flag – 7,9/10
o   Hysterical – Clap Your Hands Say Yeah – 6,4/10
o   Strange Mercy – St. Vincent – 8,0/10
·         Série III
o   New Brigade – Iceage – 8,6/10
o   Burst Apart – The Antlers – 7,3/10
o   The Whole Love – Wilco – 7,0/10
o   Noel Gallaghers High Flying Bird’s – Noel Gallagher’s High Flying Birds – 7,5/10
o   Veronica Falls – Veronica Falls – 8,8/10
o   Skying – The Horrors – 8,2/10
o   Infectious Affectional – X-Wife – 8,0/10
o   Cults – Cults – 5,2/10
o   Keep You Close – dEUS – 6,8/10
o   Destroyer. – Moby – 7,2/10
·         Série IV
o   Parasol – Julie & the Carjackers – 7,9/10
o   Live Music – The Strange Boys – 5,6/10
o   Circuital – My Morning Jacket – 6,8/10
o   Pés Frios – Doismileoito – 7,3/10
o   Hello Sadness – Los Campesinos! – 7,5/10
o   The Future is Medieval – Kaiser Chiefs – 5,0/10
o   Days – Real Estate – 7,8/10
o   Fala Mansa – Norberto Lobo – 8,7/10
o   Kiss Each Other Clean – Iron & Wine – 8,0/10
o   The English Riviera – Metronomy – 7,0/10
·         Série V
o   Dye It Blonde – Smith Westerns – 6,7/10
o   Kaputt – Destroyer – 8,4/10
o   What Did You Expect From the Vaccines – The Vaccines – 8,0/10
o   Smoke Ring For My Halo – Kurt Vile – 8,2/10
o   No Color – The Dodos – 7,7/10
o   Chromatic – You Can’t Win Charlie Brown – 7,3/10
o   Within and Without – Washed Out – 8,4/10
o   Space Is Only Noise – Nicolas Jaar – 4,6/10
o   Share the Joy – Vivian Girls – 7,1/10
o   These New Countries – We Trust – 8,5/10
·         Série VI
o   Audio, Video, Disco – Justice – 6,5/10
o   Barra 90 – Jorge Cruz – 8,2/10
o   SBTRKT – SBTRKT – 8,8/10
o   Black Up – Shabazz Palaces – 7,0/10
o   Exmilitary – Death Grips – 7,8/10
o   Mirror Traffic – Stephen Malkmus & the Jicks – 8,5/10
o   Demolished Thoughts – Thurston Moore – 7,4/10
o   Go Tell Fire to the Mountain – WU LYF – 8,0/10
o   Colour Trip – Ringo Deathstarr – 8,4/10
o   w h o k i l l – tUnE-yArDs – 7,9/10
·         Série VII
o   Underneath the Pine – Toro Y Moi – 7,2/10
o   Building Waves – Glockenwise – 8,2/10
o   Torches – Foster the People – 3,3/10
o   Smother – Wild Beasts – 7,6/10
o   Rolling Blackouts – The Go! Team – 7,9/10
o   LiveLoveA$AP – A$AP Rocky – 8,0/10
o   The People’s Key – Bright Eyes – 7,6/10
o   Undun – The Roots – 8,8/10
o   PAUS – PAUS – 8,9/10

Curtas 2011 - Série VII


Underneath the Pine – Toro Y Moi (Fevereiro)
- Tendo sido um dos primeiros projectos de Chillwave a ganhar proeminência no mundo da música, com o seu disco de estreia Causers of This (2010), Chaz Bundick, mais conhecido por Toro Y Moi, decidiu mudar o registo para o seu segundo álbum, Underneath the Pine, e trazer-nos uma música muito mais próxima da Dream Pop convencional. Com grande utilização do Ambient e da Electronica, Underneath the Pine é bem sucedido na criação de temas bastante atmosféricos, calmos e intimistas, dignos de uma noite passada à beira da lareira. Perdendo-se um pouco em alguns momentos, Underneath the Pine falha em ser tão bom quanto o seu antecessor, mas não envergonha Bundick.
Pontos altos:
- New Beat
- Before I’m Done
- Light Black
Nota Final: 7,2/10

Building Waves – Glockenwise (Janeiro)
- Lançando o seu primeiro disco de originais no início deste 2011, Building Waves, este quarteto oriundo de Barcelos traz-nos um LP preenchido com uma sonoridade Garage Rock de grande inspiração Punk, com uma atitude deliciosamente juvenil e despreocupada. Com influências vindas de grandes clássicos como Ramones ou Sex Pistols, e pegando no legado deixado pelos malogrados The Vicious Five são mais uma prova de que, se soubermos procurar, iremos ver que existe um vasto leque de novos projectos a acontecer na música portuguesa neste momento, e de nos devemos orgulhar disso. Não sendo uma obra imaculada, Building Waves consegue, ainda assim, criar expectativas para um auspicioso futuro para os Glockenwise.
Pontos altos:
- Bardamu Girls
- Columbine (Out of this Town)
- It’s Not a Dead End But Most Certainly Looks Like One
Nota Final: 8,2/10

Torches – Foster the People (Maio)
- Ascendendo à ribalta com o seu viral primeiro single, Pumped Up Kicks, lançado ainda em Setembro do ano anterior, os Foster the People foram, sem dúvida, um dos fenómeno mais populares de 2011. Com o seu primeiro disco, Torches, este grupo californiano traz-nos um Indie Pop bem próximo da Electronica de dança, com claras influências da Neo-Psychedelia polvilharem, aqui e ali, o LP. Contudo, o problema com os Foster the People é que, por mais que eu tente gostar do disco, a verdade é que Torches soa-me a algo previsível, pouco consistente e bastante banal. É certo que há aqui um par de faixas que conseguem ser bastante apelativas, mas no geral, o LP de estreia dos Foster the People não me agradou de todo.
Pontos altos:
- Helena Beat
- Pumped Up Kicks
- Houdini
Nota Final: 3,3/10

Smother – Wild Beasts (Maio)
- Este terceiro LP dos Wild Beasts, grupo britânico de Alternative Pop, tem sido largamente aclamado pela crítica, considerado por alguns como o melhor disco de 2011. Contudo, eu não consigo concordar com este consenso da imprensa especializada. Apesar de achar interessante a fusão de sonoridades Dream Pop e Electronica, com influência de Soul nos vocais e estética Indie Rock, a verdade é que Smother falhou em cativar-me por completo, ficando num limbo entre ser um “bom álbum” e um “álbum bom”, pendendo mais para o segundo. As suas falhas, as suas inconsistências e os seus defeitos levam-me a achar que todo o hype foi exagerado, contudo este não deixa de ser um disco recomendável.
Pontos altos:
- Bed of Nails
- Plaything
- Albatross
Nota Final: 7,5/10

Rolling Blackouts The Go! Team (Janeiro)
- Ao terceiro disco de originais, o sexteto britânico que dá pelo nome de The Go! Team decidiu trazer-nos Rolling Blackouts, uma obra que continua a presentear-nos com a abordagem diferente e pouco usual do grupo de criar uma Indie Pop assente na mistura da estética Hip-Hop e Funk com a sonoridade Alternative Rock. Esta mescla de sons resulta num álbum fresco e animado, que prima pelos seus deliciosos pormenores, conferidos pelo toque Motown que a rica instrumentação e vasta utilização de metais. Apesar de haver momentos em que o álbum se perde e se torna um bocado aborrecido, Rolling Blackouts não deixa de ser uma obra bastante recomendável.
Pontos altos:
- Buy Nothing Day
- The Running Range
- Rolling Blackouts
Nota Final: 7,9/10

We Are Rising – Son Lux (Abril)
- Feito em apenas quatro semanas, o segundo disco de Ryan Lott aka Son Lux traz-nos uma delicada (e curta) colecção de 8 canções de Chamber Pop de fino recorte, onde a experimentação da Electronica, do Lo-Fi e da Psychedelic Pop se conseguem ouvir a cada instante. Toante e profundo, We Are Rising tem os seus momentos épicos, mas o tom geral do álbum prima pela claustrofobia (num bom sentido) que a sonoridade deste LP transmite. Infelizmente, neste álbum Lott perdeu-se a meio no seu experimentalismo, resultando numa obra pouco coesa e sólida. Contudo, é de louvar o arrojo e a inovação de Son Lux neste We Are Rising.
Pontos altos:
- Rising
- Let Go
- Rebuild
Nota Final: 7,0/10

LiveLoveA$AP – A$AP Rocky (Outubro)
- Primeira mixtape oficial deste rapper nova-iorquino, LiveLoveA$AP traz-nos um Alternative Hip-Hop muito fresco e bem produzido que, devido à sua estética negra e fria, suscita comparações aos OFWGKTA de Tyler, the Creator e Earl Sweatshirt. Contudo, se na sonoridade se conseguem encontrar semelhanças, na lírica não se pode dizer o mesmo; evitando explorar os temas mais macabros e bizarros dos Odd Future, A$AP Rocky prefere ser mais simples e repetitivo nas suas letras, e falar de erva, da vida de gangsta e dos seus homies, algo que me deixou definitivamente de pé atrás. Contudo, aquilo que sobressaí neste álbum, a sua boa sonoridade e produção bem conseguida, são realmente de admirar.
Pontos altos:
- Palace
- Leaf
- Demons
Nota Final: 8,0/10

The People’s Key – Bright Eyes (Fevereiro)
- Oitavo (e possivelmente último) disco da banda de Conor Oberst, The People’s Key mostra uma abordagem estilística diferente daquela a que os Bright Eyes nos têm habituado desde a sua estreia em 1998, com A Collection of Songs Written and Recorded 1995–1997. Deixando o Indie Folk que lhes é tão característico de lado, os Bright Eyes trazem-nos, neste The People’s Key, uma sonoridade muito próxima do Indie Rock, com uma presença mais pronunciada de guitarras eléctricas mais pujante, mas também com mais uso de sintetizadores. É certo que o grupo de Oberst já fez muito melhor anteriormente, e seria uma pena que o “canto do cisne” dos Bright Eyes fosse este, mas The People’s Key não deixa de ser um disco fácil de se disfrutar.
Pontos altos:
- Jejune Stars
- Triple Spiral
- One For You, One For Me
Nota Final: 7,6/10

Undun – The Roots (Dezembro)
- O décimo-primeiro disco dos The Roots é uma das provas que sustentam a minha teoria de que NÃO se devem fazer listas de final de ano ANTES do final de ano, e muito menos antes de Dezembro. Saído no início deste mês, Undun é um brilhante disco de Hip-Hop que cola influências vindas da Soul, R&B e Pop para criar esta obra calma, hipnótica e relaxante que muito bem me soou. Com um flow e uma mestria lírica irrepreensíveis, Undun mostra que este conjunto se mantém genial como sempre. De destacar também a pequena peça de quatro partes, ao piano, intitulada de Redford Suite, que se diferencia de tudo o resto presente no álbum. Ah, e One Time é capaz de ser uma das melhores canções de 2011, tenho dito.
Pontos altos:
- One Time
- The OtherSide
- I Remember
Nota Final: 8,8/10

PAUS – PAUS (Outubro)
- “Uma bateria siamesa, um baixo maior que a tua mãe e teclados que te fazem sentir coisas” – as palavras não são minhas, mas sim dos próprios PAUS, e apesar da fonte não ser imparcial, esta descrição não podia estar mais fiel à realidade. Depois do lançamento do (delicioso) EP É Uma Água no ano passado, Hélio Morais (Linda Martini, If Lucy Fell), Joaquim Albergaria (ex-Vicious Five), Makoto Yagyu (If Lucy Fell) e João “Shela” (If Lucy Fell) trazem-nos, neste ano de 2011, o seu primeiro LP, o homónimo PAUS, que traz um Math Rock que por vezes faz lembrar os Battles, mas com um cunho bem pessoal e um gostinho bem português. Com a influência dos drones do Krautrock de bandas como Neu! Ou Can, e com uma música composta de várias camadas de sons, que se vão entrelaçando entre si, PAUS é uma obra densa, poderosa e magnífica, que mostra algo verdadeiramente único no nosso país, e que por isso se arrisca a ser o melhor disco português do ano.
Pontos altos:
- Muito Mais Gente
- Deixa-me Ser
- Tronco Nú
Nota Final: 8,9/10

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Curtas 2011 - Série VI

Audio, Video, Disco – Justice (Outubro)
- Depois de terem tomado o mundo de assalto em 2009, com a estrondosa estreia de , os franceses Justice regressaram este ano com o seu segundo álbum de originais, Audio, Video, Disco, que aposta numa sonoridade mais próxima do Rock de estádio, numa estética que contraste com o negrume do primeiro disco de originais. Contudo, esta aproximação ao Electronic Rock do duo francês de Electro House acaba por me desapontar um bocado, pois estava à espera de um sucessor mais condigno para . Não sendo um mau álbum, acaba por ser demasiado mediano. Parece que a espera foi um pouco em vão.
Pontos altos:
- Civilization
- On’n’On
- New Lands
Nota Final: 6,5/10

Barra 90 – Jorge Cruz (Novembro)
- Jorge Cruz é um artista com créditos mais que provados na música Pop portuguesa. Depois dos Supernada e de uma discreta (mas frutuosa) carreira a solo,Cruz decidiu formar os Diabo Na Cruz, banda Rock (onde entra B Fachada) que muito sucesso tem feito nos últimos anos. Contudo, este ano, Jorge Cruz decidiu lançar um álbum feito a partir de canções que escreveu e compôs nos anos 90, quando ainda vivia na Praia da Barra, em Aveiro. Esse disco, intitulado Barra 90, traz-nos uma Pop leve que, através da combinação de instrumentação acústica com experimentações electrónicas, traz ao de cima ambientes intimistas e retrospectivos. Certamente, um dos 10 melhores discos nacionais de 2011.
Pontos altos:
- Tornados
- Entre Iguais
- 36
Nota Final: 8,2/10

SBTRKT – SBTRKT (Junho)
- Produtor londrino de Electronica, Aaron Jerome, mais conhecido por SBTRKT, estreou-se este ano nos LP’s, com o disco homónimo SBTRKT, que traz uma mistura de Post-Dubstep com sons muito influenciados pela Soul e pelo R&B. Apontado por muitos como um dos melhores discos de 2011, SBTRKT é fresco, dinâmico, hipnótico e viciante, e com uma sonoridade extremamente dançável, consegue ser um dos meus álbuns favoritos deste ano. Este disco levou a que muitos comparassem a obra de Jerome com a do seu congénere britânico James Blake, mas a verdade é que, a meu ver, SBTRKT está milhas à frente de James Blake.
Pontos altos:
- Hold On
- Trials of the Past
- Go Band
Nota Final: 8,8/10

Black Up – Shabazz Palaces (Junho)
- Oriundos de Seattle, cidade conhecida pelo Grunge e pelo frio, os Shabazz Palaces trazem-nos no seu disco de estreia, Black Up, um Hip-Hop minimalista, com uma estética sombria e com uma Electronica calculista e bem conseguida. Contudo, o ponto mais forte deste Black Up é sem dúvida a lírica, sofisticada e bem desenvolvida, que é eficiente na sua tarefa de cativar o ouvinte. Contudo, isto não evita que a inconsistência da sonoridade mine a qualidade geral do álbum. Resumindo, Black Up é uma boa estreia, mas poderia ter sido ainda melhor. Vejamos o que fazem os Shabazz Palaces depois disto.
Pontos altos:
- Free Press and Curl
- The King’s New Clothes Were Made by His Own Hands
- Swerve... the Reeping of All That is Worthwhile (Noir Not Understanding)
Nota Final: 7,0/10

Exmilitary – Death Grips (Abril)
- Mais um colectivo de Hip-Hop, desta vez vindos da California, os Death Grips lançaram este ano o seu primeiro LP, Exmilitary, uma colecção de 13 canções que primam pela abordagem pouco ortodoxa dentro do seu género. Rico em samples vindos de géneros como o Rockabilly (Spread Eagle Cross the Block “sampla” Rumble, de Link Wray), Hardcore Punk (Klink vai buscar o riff a Rise Above, dos Black Flag) e até do Prog Rock (I Want it, I Need it (Death Heated) é ousado o suficiente para ir “roubar” a Interstellar Overdrive dos Pink Floyd), este Exmilitary pode dissuadir um pouco ao início, mas a verdade é que a sua estética agressiva, a sua sonoridade fria e impessoal e o seu conceito arrojado e inovador fazem com que seja impossível ignorar este primeiro disco dos Death Grips.
Pontos altos:
- Takyon (Death Yon)
- Klink
- Thru the Walls
Nota Final: 7,8/10

Mirror Traffic – Stephen Malkmus & the Jicks (Agosto)
- Considerado por muitos como o “padrinho” do Indie Rock dos anos 00 devido ao seu (fantástico) trabalho nos anos 90 com os Pavement, Stephen Malkmus está num ponto da sua carreira onde não precisa de provar nada a ninguém. Depois da tour de reunião com a sua antiga banda, Malkmus pôs mãos à obra e criou este magnífico Mirror Traffic, um dos mais aclamados discos de 2011, que nos traz um Alternative Rock com um toque já bem familiar.
Balançando entre um lado mais acústico e uma faceta ligada à corrente, este quinto LP com os Jicks mostra-nos Stephen Malkmus a fazer aquilo que faz melhor, e é por isso que faz dele uma obra tão boa.
Pontos altos:
- Senator
- Stick Figures in Love
- Tune Grief
Nota Final: 8,5/10

Demolished Thoughts – Thurston Moore (Maio)
- Terceiro álbum a solo do guitarrista e vocalista dos seminais Sonic Youth, Demolished Thoughts traz-nos um Thurston Moore num registo diferente daquele a que estamos habituados. Praticando um interessante Acoustic Rock cheio de influências do Folk e com uma produção (a cargo de Beck) que faz uso extensivo de arranjos de cordas, este Demolished Thoughts parte de um conceito ambicioso, e concretizado quase na totalidade. É certo que por vezes o disco perde intensidade e torna-se menos cativante, mas Thuston Moore nunca perde o controlo em Demolished Thoughts, e isso faz deste LP uma obra para ouvir e reflectir.
Pontos altos:
- Circulation
- Orchard Street
- Mina Loy
Nota Final: 7,4/10

Go Tell Fire to the Mountain – WU LYF (Junho)
- Oriundos de Manchester, estes quatro misteriosos rapazes que respondem pelo nome de WU LYF (sigla para World Unite Lucifer Youth Foundation) praticam um Indie Rock abrasivo, directo e catártico, que mostra uma forte influência de bandas como os Modest Mouse ou The War on Drugs. Apesar de não ser fácil de gostar à primeira da voz de Ellery Roberts, factor que pode afastar alguns ouvintes, a verdade é que o Indie Rock de inspirações Noise Pop que os WU LYF apresentam neste Go Tell Fire to the Mountain é do melhor que o Reino Unido já exportou este ano.
Pontos altos:
- Cave Song
- We Bros
- Dirt
Nota Final: 8,0/10

Colour Trip – Ringo Deathstarr (Março)
- Mais um álbum de estreia ,desta vez dos texanos Ringo Deathstarr, Colour Trip é um conjunto de 11 canções que mostram um Noise Rock e um Shoegaze dignos de uns The Jesus and Mary Chain ou de uns My Bloody Valentine. Com uma música rica em distorção e feedback, este LP dos Ringo Deathstarr é uma bela obra que, através das suas canções pujantes e dos seus vocais etéreos, conseguiu conquistar-me quase por completo. Pode não ser um álbum perfeito, mas este Colour Trip mostra que o grupo de Alex Gehring sabe bem o que faz.
Pontos altos:
- Do it Every Time
- Kaleidoscope
- Tambourine Girl
Nota Final: 8,4/10

w h o k i l l – tUnE-yArDs (Abril)
- Segundo disco deste projecto experimental da norte-americana Merrill Garbus, w h o k i l l sucede ao muito aclamado BiRd-BrAiNs (2009), e traz uma sonoridade muito diferente da que vimos no seu antecessor. Fundindo Indie Pop com influências Jazz e electrónicas e até de World Music, tUnE-yArDs consegue criar, neste seu segundo LP uma obra extremamente rica e com um conceito experimental verdadeiramente inovador e interessante. É certo que por vezes Garbus se deixa levar pelo seu experimentalismo, o que torna a música tão densa que é quase impossível retirar algum proveito dela. Contudo, este w h o k i l l não deixa de ser um grande disco, da qual se conseguem extrair poderosas sensações.
Pontos altos:
- My Country
- Riotriot
- Killa
Nota Final: 7,9/10