domingo, 25 de outubro de 2009

A Juventude Cresceu...

Hoje vamos falar de mais um álbum presente na sondagem do Melhor Álbum do Ano. Esse disco é "Humbug", dos Arctic Monkeys. Uma tarefa difícil, sendo que foi o terceiro álbum da banda de Sheffield. Tarefa essa que, a meu ver, foi superada, com algum mérito, mas não muito. Mas era de esperar a queda de qualidade neste álbum, após dois discos soberbos, "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" e "Favourite Worst Nightmare". Álbuns esses que, apesar das diferenças, mostram mais semelhanças entre si. Por isso, não é de estranhar que os Arctic Monkeys tenham tentado fazer algo de novo neste novo disco.
Essa diferença é clara quando ouvimos a primeira faixa, "My Propeller". Nota-se logo o andamento mais lento, e a sonoridade mais musculada do álbum, certamente devido à influência do produtor, o nosso velho conhecido vocalista e guitarrista dos Queens of The Stone Age, e baterista dos Eagles of Death Metal, Josh Homme. Essa diferença no som deve-se em parte pela viagem ao deserto do Mojave, para onde Homme levou a banda, com o intuito de os inspirar na criação de novas músicas. Duas semanas isolados do mundo, os Arctic Monkeys não fizeram nada senão tocar, escrever e compôr. E dessas duas semanas nasceu grande parte de "Humbug", um álbum digno de louvores, pois mostra a capacidade de mudança de Alex Turner e companhia. Um bom álbum, devo dizer.
Porém, e infelizmente, não passa disso. Não se sente a surpresa dos dois primeiros álbuns. Não tem a magia que os outros registos tinham, não nos impressiona, não nos enfeitiça. Claro que os inteligentes jogos de palavras de Alex Turner estão lá, tal como a qualidade técnica inegável da banda. Contudo, falta algo. Falta alguma criatividade no som, e essa lacuna grave faz com que o álbum tenha um som demasiado homogéneo. Atenção, eu aprecio que um álbum tenha um objectivo, um caminho comum a percorrer e que todas as músicas apontem nessa direcção. No entanto, o som deste álbum soa demasiado igual. Em algumas músicas sente-se algum aborrecimento, não por falta de qualidade dos temas, mas sim porque ficamos com a impressão que já ouvimos aquilo em algum lado. E, de facto, ouvimos, algumas faixas antes...
No entanto, algumas músicas têm o mérito de nos surpreender e nos fazer trautear. Faixas como "My Propeller", "Crying Lightning", "Potion Approaching" e "Dance Little Liar" mostraram-me alguma da magia dos álbuns anteriores, combinada com a mudança geral do álbum. No entanto, não são quatro músicas que fazem um álbum. Álbum este que dificilmente aguentará muito tempo, o que nos faz pedir por um novo lançamento, pelo menos nos próximos dois anos. Este álbum soa mais a um "trabalho em progresso" do que um álbum acabado. Algumas músicas têm potencial, mas não soam a trabalho final, o que tira qualidade ao álbum. Em suma, este álbum soube-me a pouco.
Por estas razões, este álbum não passa da marca do "Bom", o que não envergonha. Simplesmente, esperava-se mais dos Arctic Monkeys. Porém este álbum serve para mostrar duas coisas: que é inegável a influência do projecto secundário de Alex Turner, os Last Shadow Puppets (com o antigo líder dos The Rascals, Miles Kane) na sonoridade dos Arcitc Monkeys, e que este "amadurecimento" dos jovens ingleses deverá ser combinado com a jovialidade dos álbuns anteriores, o que deverá dar resultados encantadores. Esperamos mais dos meninos Arctic Monekys, a coqueluche do Indie Rock inglês.

Nota Final: 7,3/10

o Criador:
João Morais

sábado, 24 de outubro de 2009

O Difícil Terceiro Álbum...


Apesar de "Tonight: Franz Ferdinand" já ter sido lançado em Janeiro deste ano (pois é, o tempo passa depressa, não acham?), decidi fazer a review deste álbum, para ajudar na vossa escolha na sondagem do Melhor Álbum do Ano. Pois bem, deixemo-nos de conversas e falemos do álbum em questão. Este álbum foi o terceiro registo em longa-duração dos Franz Ferdinand, e toda a gente sabe o quão difíceis são os terceiros álbuns no mundo do Rock.
A questão impõe-se: será que os rapazes de Glasgow conseguiram ultrapassar essa tarefa homérica que é o terceiro disco? Na minha opinião, sim! Um sim bem grande e redondo. Não é um álbum genial, nem consegue ultrapassar o primeiro álbum, o mítico e homónimo "Franz Ferdinand", mas ultrapassa com facilidade o registo que o antecedeu, o mediano "You Could Have it So Much Better". Após ouvir "Tonight: Franz Ferdinand", noto que os escoceses aprenderam a lição com o "flop" que foi o segundo disco, e fizeram um álbum musicalmente mais forte.
Bem, mas para falar do álbum, temos de falar do tema que está na base dele. O tema deste álbum é, segundo a banda, uma noitada, ou, como o vocalista Alex Kapranos revelou, "os altos e baixos duma noite de deboche". Um álbum conceptual, portanto. Logo aí, entra numa nova liga. As faixas não são só devaneios, como os álbuns normais, mas estão todas ligadas entre si, como uma densa teia. E, devo dizer, o álbum cumpre esse objectivo. As músicas dão de facto, a ideia duma noite louca numa discoteca, com as suas variações de estilo. Enquanto músicas como "Ulysses" ou "Bite Hard" têm uma sonoridade mais dura e roqueira, "Can't Stop Feeling" ou "Live Alone" assumem uma postura mais dançável, sendo "Twilight Omens" a perfeita união dessas tendências, e "Lucid Dreams" uma clara diferença do que é usual no Franz Ferdinand, pois nos quatro minutos finais apresenta uma clara secção de Acid Trance. E depois, para rematar, a cereja no topo do bolo, a doce balada acústica, "Katherine Kiss Me", com uma beleza juvenil bem inspirada.
No entanto, há que falar em alguns aspectos negativos do álbum. Não são muitos, mas afastam este disco da genialidade. Um desses factores é a leviandade e futilidade das letras de algumas músicas. Apesar de cativarem os ouvidos, não impressionam o coração. Também algumas faixas menos refinadas podem tornar-se mais aborrecidas de ouvir... Devem ser os tais "baixos" da noite de Kapranos. Outro aspecto negativo do álbum, pelo menos a meu ver, é que após a sua audição, ficou-me a saber a pouco. Não fiquei desiludido, no entanto, fiquei a querer ouvir mais, e não havia mais...
Apesar disto, "Tonight:Franz Ferdinand" está muito bom e recomenda-se, e adequa-se particularmente bem como banda sonora duma noitada. Já sabem, quando participarem numa noite louca de festança, lembrem-se dos nossos amigos escoceces, os Franz Ferdinand.

Nota Final: 7,8/10

o Criador:
João Morais

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Backspacer"

Bem, esta foi uma "review" difícil de fazer. O meu irmão sempre foi fã de Grunge, o que me "obrigava" a ouvir bandas como os Nirvana, Jane's Addiction, Soundgarden, e, claro está, os Pearl Jam. Isso fez-me ganhar um gosto especial por estas bandas, tirando-me alguma da imparcialidade que podia ter em relação ao disco. Mesmo assim, vou tentar analisar este novo álbum dos Pearl Jam com isenção
Ora bem, desta vez, os Pearl Jam disseram que se renderiam a um som mais Pop do que o que estamos habituados a ouvir. Na verdade, todos os elementos típicos dos Pearl Jam estão lá: as letras fortes e um som musculado e poderoso, rematado com a voz característica de Eddie Vedder. No entanto, notei a facilidade com que as músicas se intrometeram nos meus ouvidos. Dei por mim a trautear a "The Fixer", "Got Some" ou "Unthought Unknown" no autocarro em direcção a casa, apesar de só ter ouvido essas músicas uma vez. Essa facilidade de ouvir as músicas fez com que eu conseguisse ouvir o álbum de uma assentada. Essa é uma das qualidades que mais prezo num álbum, e neste caso foi bem conseguida. Não havendo grandes descrepâncias de qualidade entre as faixas, este é um álbum sólido.
Em suma, o novo álbum dos Pearl Jam não desilude, e só nos dá mais uma razão para ansiarmos um regresso da banda a Portugal, para ouvirmos ao vivo estas músicas e êxitos do vasto catálogo destes senhores do Rock.

Nota Final: 8,0/10

o Criador:
João Morais

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Melhor Álbum do Ano?


Foi com surpresa que fiquei absolutamente deliciado com este álbum dos The Cribs: "Ignore the Ignorant".Para mim, é provavelmente, o melhor registo do ano. Um Indie Rock bem bem medido, entre um ritmo viciante e letras dignas de destaque. A banda só ficou a ganhar com a inclusão do ex-guitarrista dos The Smiths, Johnny Marr, que trouxe um som mais sólido e limpo de 2 guitarristas.
Atenção, não sou nada contra um som mais sujo e "roqueiro", no entanto, este álbum está genial, e por isso, o som mais limpo se adapta tão bem aos The Cribs. Com solos bem conseguidos de Marr e uma boa capacidade vocal por parte do vocalista Ryan Jarman em todas as faixas do álbum, este álbum pode-se ouvir de uma ponta à outra sem carregar no "Next".
Isso só mostra a consistência deste álbum, que só lhe dá mais pontos. Com isso, não tenho dificuldade nenhuma em considerá-lo o melhor álbum deste ano. Este álbum é um bom exemplo da constante subida de qualidade nos álbuns dos The Cribs, que, a continuar assim, irão escrever história no mundo do Rock. Entre as minhas faixas favoritas do álbum encontram-se músicas como "We Were Aborted", "Emasculate Me", "City of Bugs", "We Share the Same Skies" ou o single de estreia "Cheat on Me". Este é, sem dúvida, um álbum a ouvir e voltar a ouvir!

Nota Final: 8,9/10

o Criador:
João Morais

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"The Resistance" Muse


Pois é, decidimos começar este nosso blog por classificar aquele que foi um dos álbuns mais esperados do ano. Depois do seu lançamento, será que valeu a pena tanta expectativa?
O álbum não é, de forma alguma, um mau álbum. No entanto, após escutá-lo várias vezes, continuo sem perceber o fio condutor do disco. Uma tentativa de fazer uma Ópera Rock, talvez. No entanto, esse é o principal problema deste álbum: a inconsistência. Tendo partes brilhantes, por vezes cai no aborrecimento, e isso, como todos sabemos, é a morte do artista.
Creio que podemos, no entanto, dividir o álbum em 2 partes distintas: a primeira parte, com músicas mais ao estilo tradicional dos Muse (que nunca foram muito tradicionais) , e uma segunda parte composta pela "pérola" do disco: Exogenesis, uma verdadeira sinfonia. Dividido em 3 partes (ou talvez, 3 actos), esta autêntica sinfonia dos tempos modernos merece aplausos rasgados. 5 estrelas, diria eu.
No entanto, a primeira parte conta com algumas músicas com grande potencial, mas, no entanto, não foram trabalhadas ao máximo, a meu ver. Resistance, Unnatural Selection ou o single de estreia, Uprising são músicas que estão dentro dos cânones de consistência dos Muse. No entanto, algumas das outras faixas divagam por caminhos desnecessários... sendo que United States of Eurasia divaga a caminho dos Queen...
Sendo assim, e concluindo, este álbum tinha tudo para ser excelente, no entanto, não chega lá. Não sendo um mau álbum, é o pior da discografia dos Muse até agora. Posto isto, os Muse vão ter de se aplicar no próximo álbum, para poderem provar-nos que ainda têm aquilo que é preciso...

Nota Final: 6,3 (de 0 a 10)

o criador:
João Morais