Uma das bandas mais conhecidas do movimento Post-Punk Revival, os Interpol são uma das bandas que vêm cá em Novembro deste ano, mais concretamente a 12 desse mês. Com eles trazem este álbum homónimo, “Interpol”, que estive a ouvir atentamente para fazer a review. Ora vejamos o que é que os nova-iorquinos estiveram a fazer.
Este álbum, o quarto de originais, foi o último a contar com o baixista Carlos Dengler, considerado por muitos uma das peças fundamentais da banda, devido às suas linhas de baixo imponentes e que servem de fio condutor das músicas do grupo. Pouco depois de terminadas as gravações do álbum, Dengler saiu da banda, estando desagradado com a forma como as coisas corriam. Sendo assim, este álbum é o último com Dengler “a bordo”, e por isso foi muito aguardado por fãs e críticos. Será que depois do menos conseguido “Our Love To Admire” os Interpol conseguiriam “tirar um coelho da cartola”? Bem, depois de ouvir o álbum na íntegra, a impressão que o álbum me dá é que, apesar do álbum ser bom, não consegue chegar ao nível que os dois primeiros, “Turn On the Bright Lights” e “Antics” atingiram.
Não me interpretem mal, o álbum está bem construído e bem conseguido, com a voz grave de Paul Banks a inserir nas músicas um tom dramático já familiar, juntando a uma bateria segura de Sam Fogarino, e o já referido baixo poderoso de Carlos Dengler a trazer força às músicas, e com a guitarra tristonha de Daniel Kessler a completar o embrulho. A nível lírico, o álbum segue a linha do “prato da casa” dos Interpol, com as letras sombrias a marcarem presença. No entanto, denotei que neste álbum falta uma certa garra e velocidade na sonoridade, sendo assim, um álbum marcado por músicas mais vagarosas e lentas.
Devo assinalar que este álbum contém, no entanto, duas músicas que considero de grande qualidade: “Success”, a faixa que abre o disco, e “Barricade”, o single de estreia. Essas duas músicas serão, provavelmente, as mais memoráveis, e que irão perdurar.
Em suma, “Interpol” é um álbum bom, mas apenas conta com duas músicas dignas de nota, com o resto a cair na categoria de “enchimento”, que é como quem diz, músicas que não aquecem nem arrefecem. Um álbum dominado por um ritmo mais lento e menos mexido, que apesar de ter qualidade, tende a tornar-se enfadonho depois de um certo tempo. Contudo, os fãs da banda deverão gostar do álbum, pelo seguimento que dá ao trabalho já mostrado.
o Criador:
João Morais
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