quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Curtas #6



Queen of the Wave Pepe Deluxé [30 Jan]
- Descrito pelos próprios Pepe Deluxé como uma “ópera Pop esotérica dividida em três partes”, Queen of the Wave é o quarto trabalho deste projecto, actualmente composto por James Spectrum e Paul Malmström, e demonstra uma continuidade com a linha super-eclética que o grupo tem vindo a seguir desde a sua fundação, em 1996. Misturando Baroque Pop com Surf Rock, música psicadélica e, como é claro, Electronica, este Queen of the Wave apresenta-se como um álbum divertido, variado e contagiante, fazendo por vezes lembrar Fatboy Slim ou The Go! Team. É certo que, devido à sua esquizofrenia, perde muito na coesão e na solidez da obra, mas este quarto LP dos Pepe Deluxé não deixa, ainda assim, de ser um disco bastante bom.
Pontos altos:
- A Night and a Day
- Go Supersonic
- Riders on the First Ark
Nota Final: 7.7/10

Melt Young Magic [14 Fev]
- Apresentando uma sonoridade caracterizada por uma mescla de Folk, Electronica, Psychedelic Rock e Dream Pop, Melt é o primeiro álbum dos Young Magic, trio formado em 2010 e actualmente sediado em Brooklyn (where else?). Porém, apesar de esta fórmula me ter suscitado, a priori, uma grande expectativa e uma redobrada curiosidade, a verdade é que depois de ouvir este Melt não pude deixar de sentir que este grupo ficou a meio caminho de atingir os seus ambiciosos objectivos. É certo que este LP tem algumas canções muito interessantes e que apontam na direcção certa, mas infelizmente a grande dispersão temática e sonora e a inconsistência da qualidade das peças faz com que este Melt seja, na minha opinião, uma obra extremamente mediana. Fica para a próxima.
Pontos altos:
- Sparkly
- Jam Karet
- Sanctuary
Nota Final: 5.3/10

In Time to Voices Blood Red Shoes [30 Mar]
- Depois dos efervescentes e viciantes Box of Secrets (2008) e Fire Like This (2010), os Blood Red Shoes decidiram-se a confirmar, com este In Time to Voices, a veracidade do ditado popular “até no melhor pano cai a nódoa”. Com uma produção mais cheia, polida e radio-friendly, o terceiro álbum da dupla formada por Laura-Mary Carter (voz/guitarra) e Steven Ansell (voz/bateria) traz-nos um Alternative Rock com muito menos energia e garra do que aquilo que os britânicos nos habituaram, numa versão muito descaracterizada da sua sonoridade base. É certo que, em alguns pontos do disco, os Blood Red Shoes ainda conseguem replicar a “chama” de outros tempos, mas a verdade é que para cada momento bom deste In Time to Voices existem uma série de falhanços. O que faz com que este LP falhe em suceder de forma condigna aos belos trabalhos que o antecedem.
Pontos altos:
- In Time to Voices
- Je Me Perds
- Stop Kicking
Nota Final: 4.7/10

Strange Weekend Porcelain Raft [23 Jan]
- Gravado numa cave em Nova Iorque, Strange Weekend é o disco de estreia de Porcelain Raft, projecto a solo do italiano Mauro Remiddi. Com uma sonoridade Dream Pop que mistura influências Folk com uma infusão suave de Electronica, este álbum consegue, através da sua estética honesta, pueril e Lo-Fi, estabelecer uma ambiente doce, quente e intimista. Combinando um experimentalismo cauteloso com uma capacidade de fazer canções Pop certeiras e belas, este Strange Weekend tem, ainda assim, uma qualidade algo inconstante e desequilibrada, o que o impede de chegar a um patamar mais elevado de excelência. Ainda assim, apesar dos seus defeitos, o primeiro LP de Porcelain Raft conseguiu mostrar muita promessa e deixar-me de água na boca.
Pontos altos:
- Unless You Speak from the Heart
- The End of Silence
- Picture
Nota Final: 7.3/10

The Only Place Best Coast [15 Mai]
- Depois de se terem estreado nos LP’s em 2010 com o sofrível Crazy for You, os Best Coast de Bethany Cosentino (voz/guitarra) e Bobb Bruno (baixo/guitarra) decidiram lançar este ano o seu segundo álbum de originais, The Only Place, que, segundo a vocalista, é uma espécie de ode ao estado da Califórnia motivada pelas saudades de casa. Mais adulto, polido e cuidado, este álbum mostra, a meu ver, uma franca melhoria em relação ao seu antecessor: as letras não estão tão parvas, a voz de Bethany Cosentino não magoa tanto ao ouvido e a composição está mais bem conseguida. Contudo, apesar de este LP ser um avanço de qualidade por parte da banda, confesso que a Noise Pop com cheiro a Surf dos Best Coast continua a ser muito homogénea e inconstante, o que se traduz num álbum muitíssimo mediano. Resumindo, este The Only Place só vem reforçar a minha opinião de que, nesta área da música, os Best Coast continuam a estar a milhas dos Wavves de Nathan Williams, namorado de Cosentino. Se ao menos o talento fosse como o herpes: sexualmente transmissível.
Pontos altos:
- The Only Place
- Better Girl
- Let’s Go Home
Nota Final: 5.2/10

2 comentários:

  1. "Resumindo, este The Only Place só vem reforçar a minha opinião de que, nesta área da música, os Best Coast continuam a estar a milhas dos Wavves de Nathan Williams, namorado de Cosentino. Se ao menos o talento fosse como o herpes: sexualmente transmissível.", casemos, João, casemos.

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