quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Curtas #5

Ghostory School of Seven Bells [28 Fev]
- Acarinhados por grande parte da crítica desde a sua estreia nos LP’s em 2008, com Alpinisms, os School of Seven Bells são, actualmente, uma dupla nova-iorquina composta por Benjamin Curtis e Alexandra Deheza, e apostam numa sonoridade Indie Pop pintada com inspirações vindas do Shoegaze e da Synthpop. Contudo, por mais que o hype se esforce por elevar aos panteões de 2012 o terceiro disco dos School of Seven Bells, a verdade é que este Ghostory revelou-se, na minha opinião, uma autêntica desilusão. Sensaborão, inconsistente e com muitos momentos mortos, este registo acaba por ser demasiado mediano e não justifica em nada o entusiasmo que se colocou à sua volta. É caso para dizer: “Don’t believe the hype”.
Pontos altos:
- The Night
- Scavenger
- When You Sing
Nota Final: 5.3/10

Sonik KicksPaul Weller [19 Mar]
- Um dos mais respeitados artistas da música britânica dos últimos 40 anos, Paul Weller chegou, aos 54 anos, a um estatuto que lhe dá a vantagem de já não ter de provar nada a ninguém. No entanto, se o desvanecer das pressões da opinião alheia pode ter os seus benefícios e permitir aventuras como o experimentalismo de Wake Up the Nation (2010), a verdade é que também pode deixar que algum laxismo e indulgência se instalem, como se pode assistir em Sonik Kicks. Não quero com isto dizer que o 11º disco a solo de Weller seja mau; pelo contrário, o seu Alternative Rock enérgico e bem pensado chegou a fazer-me, em algumas ocasiões, as delícias e até me fez lembrar em momentos a Britpop dos anos 90. Porém, a verdade é que, depois de bem pesados os pros e os contras, Sonik Kicks é um LP bastante desequilibrado e que não consegue fazer jus à carreira estelar de Weller nem suceder condignamente a Wake Up the Nation.
Pontos altos:
- Green
- That Dangerous Age
- Drifters
Nota Final: 6.3/10

Give You the Ghost Poliça [14 Fev]
- Vindos da cidade norte-americana de Minneapolis, no estado do Minnesota, os Poliça são um quinteto composto por Channy Leaneagh, Chris Bierden, Ben Ivascu, Drew Christopherson e Ryan Olson, estando no activo desde 2011. O 1º disco, Give You the Ghost, tem sido alvo de grande atenção por parte da crítica, especialmente depois do “apadrinhamento” por parte de Justin Vernon (líder dos Bon Iver), e traz-nos uma sonoridade Indietronica com claras influências da R&B. Contudo, apesar desta mistura poder parecer, à partida, algo de novo e original, a verdade é que a sonoridade do grupo neste LP acabou por me soar entediante e bastante vulgar. É certo que tem alguns pontos luminosos, mas no geral este Give You the Ghost é um álbum que não recomendo a ninguém.
Pontos altos:
- Violent Games
- Happy Be Fine
- Wandering Star
Nota Final: 2.7/10

Acousmatic Sorcery Willis Earl Beal [2 Abr]
- Com uma sonoridade que pode ser triangulada algures entre a penumbra do mundo de Tom Waits, o despojamento intimista de Daniel Johnston e o lo-fi de R. Stevie Moore, Willis Earl Beal é um artista norte-americano vindo de Chicago que lançou este ano o seu primeiro disco, Acousmatic Sorcery, depois de uma longa e tortuosa história de vida. Misturando Blues e Soul com um espírito de luta e sofrimento reminiscente das origens do Rock & Roll e com uma estética despida e muito DIY, o LP de estreia de Willis Earl Beal demonstra um grande experimentalismo na forma como conjuga a genuinidade da dor com a frieza abrasiva do sintetizador fantasmagórico e da guitarra desalinhada. Contudo, apesar da extrema originalidade do som de Acousmatic Sorcery, não posso dizer que me tenha convencido, pois apresenta-se como um registo extremamente desalinhado, confuso e que, apesar das promessas, nunca “concretiza” algo que me agarre verdadeiramente. Apesar disso, confesso que fico curioso para ver o que é que Beal tem para nos mostrar no futuro.
Pontos altos:
- Ghost Robot
- Swing on Low
- Angel Chorus
Nota Final: 5.0/10

Kill For Love Chromatics [26 Mar]
- Quarto disco dos norte-americanos Chromatics, Kill For Love mantém a linha conceptual que o grupo iniciou em Night Drive (2007) de juntar uma sonoridade Synthpop e electrónica dançável com influências vindas da Dream Pop e do Post-Punk. E, à semelhança do que se passou com o seu antecessor, este Kill For Love falhou em agarrar a minha atenção. O som pareceu-me demasiado vulgar e derivativo e as canções, no seu geral, pareceram-me tão aborrecidas nas suas estruturas e composições que não me conseguiram cativar nem um bocadinho. A isso junta-se também a vil afronta de terem feito uma ABOMINÁVEL versão de Into the Black, lendária canção de Neil Young, o que só serviu para incendiar na negativa os meus ânimos neutros em relação a este inócuo trabalho dos Chromatics. Salvo os pontos luminosos abaixo referidos, este Kill For Love não tem, para mim, uma pontinha por onde se pegar.
Pontos altos:
- Kill For Love
- The Page
- The River
Nota Final: 2.0/10

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