Criados em 1999, os Explosions in the Sky são
um dos nomes mais conhecidos do Post Rock
instrumental, contando com uma carreira que incluí seis discos de originais. A
mais recente obra do grupo, Take Care, Take Care, Take Care,
saiu em Abril deste ano, sucedendo ao bem recebido All of a Sudden I Miss Everyone (2007),
e será hoje analisado pelo Música Dot Com.
Confesso que fiquei fã dos Explosions
in the Sky desde o momento em que escutei The Earth Is Not a Cold Dead
Place (2003), uma autêntica obra-prima com um valor gigantesco para
mim. E apesar de considerar que os EitS ainda não conseguiram ombrear
com a qualidade desse majestoso disco de 2003, devo admitir que são uma banda
que já conseguiu, desde então, criar álbuns muito belos, daí que tenha ficado
com uma enorme expectativa por este Take Care, Take Care, Take Care,
expectativa essa que felizmente não foi defraudada.
Quem conhece os Explosions in the Sky,
sabe o que deve esperar em Take Care, Take Care, Take Care; Post Rock instrumental, com ritmos que
vão intercalando entre calmas pacíficas, crescendos
galopante e clímaxes poderosos e estonteantes. Nesse aspecto, os EitS
seguem os cânones estabelecidos desde o primeiro disco da banda, How
Strange, Innocence (2000).
No entanto, há diferenças entre este LP
e o seu antecessor, All of a Sudden I Miss Everyone, que a meu ver elevam a fasquia
de qualidade do grupo em comparação com o disco de 2007. A começar, a banda soa
mais coesa, com os instrumentos a soarem ainda melhor. Depois, as canções estão
ainda mais “urgentes”, conseguindo fazer passar um sentimento de expectativa
que me agradou imenso.
Ao nível da produção, entregue a John Congleton, há também um corte com
o som mais polido e cuidado de All of a Sudden I Miss Everyone. Em Take
Care, Take Care, Take Care, as guitarras estão mais abrasivas e
directas, a bateria mais agressiva, e o som do grupo é mais avassalador.
Consigo dizer que, apesar de estar a anos-luz de The Earth Is Not a Cold Dead
Place, este sexto álbum do grupo é dos melhores que os Explosions
in the Sky já assinaram.
Contudo, este LP não está, a meu ver,
perfeito. O principal defeito é, para mim, a falta de consistência que está
presente em duas extensas canções do disco, Human
Qualities e Be Comfortable, Creature,
que para mim “morrem” a meio e falham em cativar-me totalmente. Apesar desta
falha não fazer deste um mau álbum, a verdade é que tira-lhe o brilho, e
impede-o de se afirmar como potencial “disco do ano”.
Das seis canções que compõem este disco,
as de que gostei mais foram a hipnótica Let
Me Back In, a dinâmica Last Known
Surroundings, ou a minha preferida, a apressada e viciante Trembling Hands. As de que menos gostei,
como já referi, são Human Qualities e
Be Comfortable, Creature, que não
sendo más faixas, não estão a meu ver ao nível das restantes peças.
Em suma, Take Care, Take Care, Take Care
é um belíssimo disco, carregado de “mini-sinfonias” Post Rock, com a qualidade que só os Explosions in the Sky
conseguem imprimir num LP. Apesar de não ser perfeito, este sexto registo do
grupo é um claro avanço em relação ao seu antecessor, e deixou-me a pedir por
mais deste quarteto norte-americano. Esperemos pelo próximo álbum.
Nota
Final: 8,6/10
João Morais
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