Saudações, amantes da música, e visitantes deste meu humilde canto cibernético. Hoje, para cumprir a review semanal, decidi ouvir e analisar o último álbum dos Iron Maiden, “The Final Frontier”. Porém, antes de começar a falar no álbum em si, tenho de fazer uma confissão. Nunca fui grande fã de Iron Maiden. Apesar de vibrar com algumas músicas (“The Trooper”, “Run to the Hills”, “The Number of the Beast” ou “Fear of the Dark” são marcos incontornáveis do Metal), nunca fui muito à bola com eles, sobretudo por culpa da voz de Bruce Dickinson, que nunca apreciei. No entanto, reconheço a sua importância na cena musical mundial, e por isso empenhei-me em fazer esta review, sendo sempre o mais imparcial possível. Posto isto, iniciemos.
Ao ouvir o álbum, devo dizer que há algo que me agrada mais neste disco (o décimo quinto do grupo inglês) do que em qualquer outro registo: a voz de Bruce Dickinson, muito provavelmente por causa da idade, já não está tão aguda. Para os fãs, isto pode ser desastroso, mas na minha opinião, dá uma maior crueza às músicas, pois a voz passa a ser , desculpem-me a expressão, mais “máscula”. Ainda existem, é claro, algumas ocasiões onde Dickinson dá largas à sua voz típica, mas contudo, no geral, a voz está mais sóbria. Isto, a meu ver, dá mais valor à obra.
Passada a voz, devemos falar no instrumental. Os Maiden, sejamos honestos, são uma banda que não sabe tocar mal. Podem não inovar muito, mas de álbum para álbum devemos reconhecer que está lá técnica e mestria no que estes “meninos” fazem. A verdade é que legado já eles têm, por isso estão numa posição de conforto onde podem fazer o que quiserem, pois um lugar no panteão da música mundial já está garantido. No entanto, este álbum denota uma influência de sonoridades mais Progressivas, o que mostra um desejo de inovar e de experimentar. Apesar de velhos, os Maiden ainda desejam mostrar que sabem mudar. Pode não ser muito (a formula típica e vencedora que caracteriza o seu trabalho continua lá: instrumentais Metal grandiosos e letras crípticas e ocultas), mas demonstra uma banda que não quer ficar “parada” a ganhar pó.
No entanto, e apesar das mudanças, a verdade é que este álbum não traz nada de verdadeiramente novo. Apesar da inovação e mudança, se despirmos as músicas ao seu essencial, veremos tudo o que já foi feito nos 14 álbuns que antecedem este “The Final Frontier”. Não que seja inteiramente mau, pois em equipa ganhadora não se mexe, mas, pelo menos a mim, já farta.
Contudo, houve momentos no álbum que eu apreciei verdadeiramente, e que me fizeram duvidar que este se tratasse mesmo do novo álbum dos Maiden. O ponto mais alto do disco é, sem dúvida, “When the Wild Wind Blows”. Com várias músicas numa só, é quase que um “livro” épico em forma de música. Vai ser, com certeza, a preferida de muitos. Devo também dizer que gostei muito de “Starblind”. Uma música com muito “pulso” e um riff bastante viciante, que nos agarra e nos dá vontade de abanar a cabeça. Também temos “The Talisman”, com uma intro baladeira muito calminha, mas que explode para um clímax bastante rápido, ao bom estilo dos Iron Maiden. E temos, como é claro, “El Dorado”, o single de estreia, que tem uma linha de baixo forte e viciante, e que mostra muita vitalidade. Nestas faixas, sobretudo, encontramos o ponto de encontro entre o “velho e o novo”. No entanto, no resto do álbum, as músicas soam a “mais do mesmo”, ou seja, está tudo demasiado uniforme, e sem nada que nos prenda à música.
Por isso, e em jeito de conclusão, digo: este álbum está bom, mas podia ter ficado melhor. Esperemos é que os Maiden sejam como o vinho, ou seja, melhorem com o passar dos anos.
Nota Final: 7,3/10
o Criador:
João Morais
Gostei amigo...conheci o Iron através da música Deja Vu numa fita original da banda dentro do velho passatão de meu pai, confesso que a partir daquele momento minha vida musical mudou, comprei todos os vinis e quande esses foram extintos comprei todos o cd's e caixas e camisas e botons e bonecos e tudo que leva a marca Iron Maiden...ainda não ouvi o novo cd mas com certeza irei direto as musicas que relacionaste como as melhores.
ResponderEliminarAbração.
Caro eneas, não posso dizer que seja um fã dos Iron Maiden no verdadeiro significado da palavra. Conheço relativamente bem o seu trabalho (muito devido a influências de amigos que são fãs da banda), mas a verdade é que (tal como disse no post) a banda nunca me suscitou um grande interesse. Isso, como é claro, não me impede de reconhecer a grande qualidade e o enorme papel que os Maiden tiveram na música. Posto isto, fico muito feliz por ver que um grande fã de Iron Maiden tenha gostado da minha review. É sempre bom receber alguns elogios pelo trabalho a que nos dedicamos, mesmo que esse "trabalho" seja um mero passatempo. Espero que gostes igualmente do blog no geral, e se sim, então não te esqueças de voltar sempre cá. Até lá, cumprimentos "musicais" do Música Dot Com.
ResponderEliminarJoão Morais