Atenção, atenção! Chegaram os Arcade Fire, e com um álbum de cortar a respiração: “The Suburbs”. Três anos após “Neon Bible”, os canadianos lançam esta delícia. Ora vejamos.
Os Arcade Fire são uma banda que de há uns meses para cá que passaram a estar na minha mira. Antes, conhecia os seus “hits”, mas só mais recentemente passei a escutá-los com maior atenção. Passei a conhecê-los verdadeiramente, e fiquei intrigado com a sua sonoridade ambígua: épica mas ao mesmo tempo intimista. Com os seus autênticos hinos “Indie”, os Arcade Fire cimentaram em dois álbuns uma posição de luxo na cena da música mundial. Por isso, muita expectativa se instalou quando foi anunciado “The Suburbs”. Será que iria superar os seus antecessores, ou iria cair na desgraça, como acontece a muitos “terceiros álbuns”? Por isso, compreende-se a ânsia com que críticos e fãs esperaram este registo. E chegado às prateleiras, devo dizer que “The Suburbs” não só iguala os seus predecessores, como se coloca num patamar acima. Este último disco consegue, de facto, ser a obra-prima dos Arcade Fire. Com toda a sua sonoridade épica, letras penumbrosas e vocais de peito cheio, “The Suburbs” é um disco que consegue manter a identidade musical dos Arcade Fire, e ao mesmo tempo mostrar-nos que a música deles vai cada vez mais derivando para outros lugares, tanto líricos como musicais. Com inspirações como Depeche Mode ou Neil Young, percebe-se essa variedade no som, que no fundo, não varia, mas sim progride e evolui.
Ao ouvir o álbum, devo dizer que a música de abertura, a faixa-título “The Suburbs” fez-me pensar que muita coisa tinha mudado nos Arcade Fire. O piano gingão parecia demasiado alegre para os "manos" Butler. No entanto, a meio, deparei-me com tudo o que faz da banda de Montreal o que é. E a partir da segunda faixa, “Ready To Start”, deparei-me com uma sonoridade que me deixou “colado” ao álbum. Este disco pode não ter um “No Cars Go”, ou um “Rebellion (Lies)”, mas tem “Empty Room” e “Month of May”, (single de lançamento) músicas de ritmo rápido e fervilhante, e que não deixam as anteriores corar. “Half Light II (No Celebration)”, com a sua batida sintetizada, faz mexer os mais incautos (a tal influência de Depeche Mode), e “Wasted Hours” deixa o mais empedernido dos ouvintes a contemplar a vida, com a sua sonoridade mais lenta e acústica. Mas por todo o disco temos um trabalho homogéneo, mas com cada música a ter as suas singularidades que fazem dela uma pequena pérola (cá está a tal ambiguidade dos Arcade Fire, numa outra persepctiva)
Por isso, e em jeito de conclusão, “The Suburbs” é bem capaz de ser o álbum do ano (a par de “Forgiveness Rock Record” dos Broken Social Scene, ainda estou indeciso entre os dois). Por isso, recomendo vivamente que oiçam o álbum duma das grandes bandas dos últimos tempos
Nota Final: 9,6/10
o Criador:
João Morais
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