Por votação popular (ou por falta dela), decidi fazer a review dum álbum já velhinho, que me marcou especialmente. Este álbum irá abrir a nova rubrica deste blog, que se irá chamar “Álbuns da Minha Vida”, e que terá como tema álbuns que eu acho excepcionais, e que acho essenciais para qualquer ouvinte que aprecie música. Por isso, decidi começar com “Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols”, um dos melhores álbuns que já ouvi. (A review do mais recente álbum dos Iron Maiden, “The Final Frontier”, virá na próxima segunda-feira, depois de o analisar melhor).
Os Sex Pistols, banda Punk britânica, são uma das mais conhecidas bandas de sempre. Vindos de Londres, e formados em 1975, foram uma das bandas mais polémicas de sempre, com a sua formação inicial composta pelo controverso vocalista Johny Rotten (ou John Lydon), o guitarrista Steve Jones, o baixista Glen Matlock (mais tarde substituído pelo malogrado Sid Vicious, conhecido pelo comportamento violento e pela falta de talento musical) e o baterista Paul Cook. No entanto, para a gravação do álbum (único da sua carreira discográfica), apenas Rotten, Jones e Cook gravaram. Matlock tinha sido despedido (reza a lenda que foi por gostar de Beatles) e Vicious estava debilitado com Hepatite. Por isso, o trio meteu-se a estúdio, e em 1977 gravou as 12 músicas que compõem o disco. Essas 12 músicas iniciaram uma autêntica revolução, mais que musical e cultural, mas social. Apesar de outras bandas Punk já existirem (os Clash tinham lançado o seu primeiro álbum antes de “Never Mind the Bollocks...”, em Fevereiro de 1977, e os New York Dolls já tinham passado de Proto-Punk para Punk), este foi o verdadeiro início do Punk enquanto género. Especialmente “Anarchy in the U.K.” e “God Save the Queen” chocaram a sociedade e os seus valores, normas e princípios. Nunca nenhuma banda tinha ousado criticar tão abertamente a monarquia britânica. Não é de espantar que inúmeros concertos tenham sido cancelados, a mando das autoridades. Nunca ninguém tinha ousado ir tão longe quanto estes senhores.
Musicalmente, este álbum prima pela distorção da guitarra de Steve Jones, com um som duro, muito “rasgado”, quase tão provocador quanto os vocais de Johny Rotten, que são caracterizados pela propositada falta de afinação, a forma como as letras são “cuspidas”, com raiva e provocação, e a bateria bem ritmada de Cook, a definir a passada de cada música. Ao contrário do mito, os Pistols sabiam tocar. Podiam não ser a melhor banda no que toca à técnica, mas a sua música tinha um significado, que importava mais que coisas insignificantes como a afinação.
A meu ver, todas as músicas são obrigatórias, mas para aqueles que desejam começar por algum lado, sugiro as “óbvias” “God Save the Queen”, “Pretty Vacant” e “Anarchy in the U.K.”, acompanhadas das minhas favoritas “Holidays in the Sun”, “No Feelings” (aquele riff inicial é algo do outro mundo), e “E.M.I.”. Por aí, podem ver bem o estilo da banda londrina que revolucionou o mundo.
Portanto, e em suma, este álbum é o primeiro daquilo que podem considerar a minha rubrica de “João Morais aconselha”. São álbuns que me marcaram e que acho que vos poderão interessar. Posto isto, espero se dêem ao trabalho de, pelo menos, experimentar. Adeus, e até para a semana.
o Criador:
João Morais
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