domingo, 19 de dezembro de 2010

2010 em Revista Parte 4

Boa noite, caros leitores. Aproximamo-nos vertiginosamente do final do ano, e por isso, hoje teremos mais três álbuns de 2010 avaliados em “mini-reviews”. Sem mais demoras, comecemos.

Deftones – “Diamond Eyes” – Hoje começamos com um álbum mais pesado, o sexto de originais dos Deftones, “Diamond Eyes”. Gravado na ressaca do trágico acidente de carro que colocou Chi Cheng, o baixista original da banda, em coma, e que hoje está em recuperação, “Diamond Eyes” veio substituir “Eros”, o projecto em que a banda californiana estava a trabalhar na altura do acidente. Os Deftones decidiram continuar, mas pôr de lado “Eros”, e utilizar como catarse a gravação de um novo álbum, e assim nasceu “Diamond Eyes”, um disco que, apesar de toda a tragédia que o envolve, consegue ser um álbum bastante bom. Apesar de não ser o melhor trabalho da banda, consegue, sem dúvida, superar o seu antecessor, “Saturday Night Wrist”, de 2006. Com um trabalho consistente e poderoso, os Deftones conseguiram assegurar-nos que estão cheios de força, deixando-nos na expectativa de um novo álbum, que consiga aproveitar o ímpeto criativo em que eles se encontram neste momento. Em suma, “Diamond Eyes” prova que dentro do Alternative Metal, os Deftones ocupam uma posição de “valor seguro” digno de uma banda que consegue ultrapassar as adversidades e gravar um disco desta envergadura.

Músicas obrigatórias:

-“Diamond Eyes”

-“Rocket Skates”

-“Royal”

-“CMND/CNTRL”

Nota Final: 7,8/10

Devo – “Something For Everybody” – Prosseguimos com os Devo, banda veterana de New Wave, que consuma assim o seu regresso com o seu nono álbum de originais. Este disco, que vem 20 anos depois de “Smooth Noodle Maps”, tem algo que o outro não tinha: mais consistência. Esta consistência vem duma segurança na banda que não existia em 1990, pouco antes dos Devo se separarem. Com uma nova frescura, os Devo fazem aquilo que sempre fizeram bem: New Wave com um toque sarcástico e crítico sobre a sociedade dos tempos de hoje. A fórmula continua a mesma, com os sintetizadores, as guitarras e os tons dissonantes a darem-nos a sensação que estamos a ouvir algo que não é deste mundo. Mas, apesar de manterem tudo o que faz deles únicos, os Devo não conseguiram fazer um álbum propriamente brilhante com este “Something For Everybody”. Apesar de não ser mau, ficamos sempre com a sensação que algo está a faltar. No entanto, eu tenho esperança que a banda de Mark Mothersbaugh é capaz de fazer melhor, e por isso, espero que este regresso aos discos não seja efémero, pois creio que os Devo ainda têm muito para nos dar.

Músicas obrigatórias:

-“Fresh”

-“Don’t Shoot (I’m a Man)”

-“Mind Games”

-“Later Is Now”

Nota Final: 7,2/10

Neil Young – “Le Noise” – E hoje acabamos com “Le Noise”, de Neil Young, o mais recente álbum do decano do Rock. Este álbum, curto, com apenas 8 músicas, mostra a faceta mais eléctrica de Neil Young (que eu por acaso aprecio mais), deixando o Folk acústico um pouco de lado. De facto, das 8 músicas, apenas 3 podem ser consideradas acústicas, mas por todo o disco se sente uma certa força, de alguém que tem muito para exprimir. No entanto, apesar dessa força, o disco pareceu-me inacabado. Apesar de ter potencial para ir longe, o álbum acabou por soar a algo a meio-caminho. Contudo, as músicas que não parecem inacabadas são, de facto, poderosas, com uma energia que nos percorre vinda directamente do senhor Neil Young. Mas devo confessar que esperava muito mais de um artista que considero de excelência. Fica para a próxima.

Músicas obrigatórias:

-“Sign of Love”

-“Love and War”

-“Angry World”

-“Rumblin’”

Nota Final: 6,6/10

E por hoje é tudo. Nesta semana que agora vai começar, irei continuar a avaliar álbuns que marcaram 2010, por isso, fiquem atentos. Obrigado, e boa noite.

o Criador:

João Morais

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