Olá a todos. Após uma longa e cansativa semana, o MDC volta para vos trazer mais uma review. Na sessão de hoje, temos os americanos TheDecemberists, com o seu mais recente disco, “The King is Dead”, lançado em Fevereiro. Vejamos o que temos a dizer acerca do sexto LP da banda.
Vou começar por dizer que não sou, de todo, um especialista em The Decemberists. Contudo, conheço de forma razoável a sua obra, e estou à vontade para dizer que são, a meu ver, uma boa banda. Por isso, quando soube que “The King is Dead” estava para sair, fiquei logo com boas expectativas. Os The Decemberists sempre foram, no meu imaginário, uma daquelas bandas que não consegue lançar um mau álbum. No entanto, esta minha ideia ficou apagada quando o último segundo de “The King is Dead” passou. Este álbum, não sendo mau, fica muito aquém de ser bom.
O título do disco, “The King is Dead”, é um tributo aos The Smiths, e ao seu álbum “The Queen is Dead” (que celebra o 25º aniversário do seu lançamento em Junho deste ano), banda que os The Decemberists citam como uma das suas favoritas. No entanto, engane-se quem pensa que vai ouvir este disco e encontrar lá a banda de Morrissey, Marr e companhia lá “metida”. Este disco não tem rigorosamente nada a ver com o grupo britânico de Manchester. É, sim, um disco muito “campestre”, com sonoridades fortemente influenciadas pelo Country-Folk (como Neil Young, por exemplo), e por vezes dando “piscadelas de olho” aos R.E.M. E se este conjunto de influências muito me agrada, a verdade é que o disco acaba por não ser tão bom quanto promete. Analisemos, em detalhe.
O disco abre com “Don’t Carry It All”, uma faixa que mostra bem o plano geral do álbum, todo ele “pintado” com tons do Midwest americano. No entanto, este Midwest não é tão interessante quanto o de Neil Young ou de John Fogerty. Enquanto que estes artistas nos dão uma imagem misteriosa e interessante dos temas mais “campestres”, os The Decemberists não conseguiram fazer passar essa mensagem neste disco. Conseguiram, isso sim, pegar nele e fazer um álbum muito aborrecido, e que rapidamente perde o interesse após alguns segundo de audição. O “Oeste Selvagem” é decerto muito bonito, mas infelizmente, este disco não faz lhe jus. É certo que canções como “Calamity Song” (que “tresanda” a R.E.M., talvez por causa da participação de Peter Buck na faixa), “Dear Avery” (música que encerra o álbum duma forma calma e bem pensada) “Down By the Water”(uma canção com um poder enorme) trazem alegria e cor ao registo, contudo, a maioria do álbum é composta por músicas como “January Hymn” ou “All Arise!”, extremamente penosas, pois não conseguem surpreender ou emocionar. A meu ver, o disco deveria ter seguido o caminho de “This Is Why We Fight” (a minha faixa favorita), canção muito interessante pelo que traz ao álbum. Uma pena, realmente, este “flop” dos The Decemberists.
Resumindo, este álbum não é terrível, mas é uma “seca”. É certo que tem uns “pontos luminosos” lá espalhados (e que deveriam ter sido as “linhas mestras” do álbum), mas infelizmente o resto é extremamente chato e previsível. Aconselho este álbum apenas a verdadeiros fãs da banda, porque se querem pegar neles por aqui, o mais provável é não sentirem a curiosidade se ouvir o resto da obra do grupo (o que seria uma pena). Esperemos é que para a próxima, o grupo de Colin Meloy e companhia nos traga algo mais completo e interessante para nos dar ouvir.
Nota Final: 5,1/10
-O Música Dot Com deseja as melhoras a Jenny Conlee, que faz parte da banda, e a quem foi recentemente diagnosticado um cancro. Fica aqui uma mensagem de esperança e de força para a artista-
João Morais
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