segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Curtas 2011 - Série III


New Brigade – Iceage (Janeiro)
- Primeiro LP dos dinamarqueses Iceage, este New Brigade traz-nos um Punk anárquico, rápido e barulhento, com forte influência do Hardcore ou Noise de grupos como os Minor Threat, Black Flag ou até Big Black. Não se pode dizer que este seja um disco propriamente inovador, mas a sujidade, rapidez e energia deste New Brigade farão certeza a delícia dos fãs da distorção e do feedback ensurdecedor do Noise Rock. Sem ser um disco perfeito, é sem dúvida das melhores descobertas que fiz neste 2011.
Pontos altos:
- New Brigade
- Broken Bone
- You’re Blessed
Nota Final: 8,6/10

Burst Apart – The Antlers (Abril)
- Depois do magnífico Hospice (2009), álbum conceptual dos The Antlers que falava sobre a aceitação da morte de alguém querido, o grupo de Peter Silberman decidiu inovar para o quarto álbum, e lançou este ano Burst Apart, um LP que apesar de manter uma lírica introspectiva (e possivelmente depressiva) marca a diferença do seu antecessor pela sonoridade mais upbeat e animada do Indie Pop da banda norte-americana. Contudo, devo dizer que apesar de admirar a inovação, este Burst Apart não consegue chegar aos calcanhares do disco que o precede, ficando-se pelo patamar do “bom”. Ainda assim, os fãs do trio norte-americano irão apreciar, com certeza, este álbum.
Pontos altos:
- No Widows
- Every Night My Teeth Are Falling Out
- Corsicana
Nota Final: 7,3/10

The Whole Love – Wilco (Setembro)
- Dois anos depois de Wilco (The Album) (2009), os Wilco trazem-nos o seu oitavo disco de estúdio, The Whole Love, um álbum que traz algumas alterações à sonoridade tipicamente Alternative Rock do grupo de Jeff Tweedy, como a experimentação com sintetizadores e outros instrumentos electrónicos em certos momentos, e alguma inclinação para sons mais acústicos noutros. Contudo, isto acaba por se traduzir num disco muito disperso, e algo inconsistente, e que mostra uns Wilco, a meu ver, em baixo de forma e longe dos seus tempos áureos de Yankee Hotel Foxtrot (2002). Confesso que esperava mais dos Wilco, mas este The Whole Love não deixa de ter os seus bons momentos.
Pontos altos:
- Dawned on Me
- Standing O
- Whole Love
Nota Final: 7,0/10

Noel Gallagher’s High Flying Birds – Noel Gallagher’s High Flying Birds (Outubro)
- Dois anos após o fim dos Oasis, os irmãos Gallagher decidiram lançar os seus respectivos discos; Liam com os Beady Eye em Fevereiro, com Different Gear, Still Speeding (6,0 segundo a review do MDC) e Noel com os seus High Flying Birds, com o disco homónimo Noel Gallagher’s High Flying Birds em Outubro, que nos traz uma sonoridade bastante parecida com a dos Oasis por alturas de Don’t Believe the Truth (2005), com uma estética acústica bastante vincada, e com letras muito bem desenvolvidas. Sendo certo que Noel venceu esta primeira batalha com o seu irmão Liam, a verdade é que este LP deixa muito a desejar quando se pensa no potencial que os Oasis tinham logo após Dig Out Your Soul (2008). Contudo, este não é um mau lançamento, antes pelo contrário.
Pontos altos:
- The Death of You and Me
- AKA... What a Life!
- Stranded on the Wrong Beach
Nota Final: 7,5/10

Veronica Falls – Veronica Falls (Setembro)
- Vindos do Reino Unido, os Veronica Falls são um quarteto formado em 2009, em Londres, e que lançou este ano o seu primeiro álbum, o homónimo Veronica Falls, uma conjunto de 12 canções que abraçam o Noise Pop, com os vocais doces e gentis de Roxanne Clifford e James Hoare a fazerem um belo contraste com as letras negras, que tanto abordam a vida e o amor como a perda e a morte. Arrisco-me a dizer que toda a aclamação que este disco tem recebido é mais que merecida, e que esta é, se não a melhor, uma das melhores estreias de 2011, e que estará sem dúvida nos meus 20 discos favoritos deste ano.
Pontos altos:
- Right Side of My Brain
- Beachy Head
- Wedding Day
Nota Final: 8,8/10

Skying – The Horrors (Julho)
- Ao 3º disco de originais, os britânicos The Horrors decidiram deixar de lado a faceta mais negra da sua estética Post-Punk e decidiram alargar a palete de influências a sonoridades vindas da Dream Pop e Psychedelia, cortando com a tendência que marcou Strange House (2007) e Primary Colours (2009). O resultado é Skying, um disco sólido e bem conseguido, que consegue aliar a variedade de som a uma consistência de qualidade que é rara de se encontrar, o que talvez explique o porquê de ser considerado por tantos como o melhor disco de 2011. Eu não iria tão longe, mas admito que é um álbum muito bem feito, que recomendo veemente.
Pontos altos:
- I Can See Through You
- Endless Blue
- Moving Further Away
Nota Final: 8,2/10

Infectious Affectional – X-Wife (Maio)
- Quarto LP do trio portuense de Indie Rock, Infectious Affectional traz-nos mais uma dose de Post-Punk ao bom estilo dos X-Wife, desta vez contagiado pelo Dance Punk de bandas como os LCD Soundsystem ou !!!, resultando num disco em que as guitarradas de João Vieira se fundem de forma perfeita com o sintetizador de Rui Maia. Indiscutivelmente o disco mais dançável da obra dos X-Wife, Infectious Affectional é certamente uma delícia de se ouvir, tanto numa tarde no quarto como à noite numa festa. Um orgulho nacional, este trio.
Pontos altos:
- Keep On Dancing
- That’s Right
- Never Ever
Nota Final: 8,0/10

Cults – Cults (Junho)
- Um dos duos Indie mais badalados dos últimos tempos, os Cults têm sido alvo de um imenso hype desde o lançamento deste LP, o homónimo disco de estreia Cults, que nos traz 11 canções muito aclamadas pela crítica. Contudo, eu creio que toda esta euforia seja “muita parra, pouca uva”. Depois de ouvir este Cults, confesso que não fiquei impressionado com o Indie Pop de Brian Oblivion e Madeline Follin, que me pareceu muito pouco desenvolvido e apelativo. É certo que este LP tem algumas qualidades que vêm ao de cima num punhado de canções, mas no geral, este é um álbum bastante mediano.
Pontos altos:
­- Abducted
- Never Saw the Point
- Bumper
Nota Final: 5,2/10

Keep You Close – dEUS (Setembro)
- Em Keep You Close, os belgas dEUS decidiram deixar de lado os sons mais crus e abrasivos de Vantage Point (2008) e apostar por uma sonoridade mais meiga e radio-friendly, com bases numa produção mais polida e em orquestrações clássicas a marcar a sua presença aqui e ali. Contudo, não posso dizer que veja estas alterações com bons olhos, pois a meu ver o que faz de Vantage Point um grande álbum é mesmo essa crueza e frontalidade, que se perderam neste novo disco. Não quero com isto dizer que Keep You Close é um mau LP, mas fica um pouco aquém das possibilidades do grupo de Tom Barman. Definitivamente, um registo para os fãs, e pouco mais.
Pontos altos:
- The Final Blast
- Constant Now
- Second Nature
Nota Final: 6,8/10

Destroyed. – Moby (Maio)
- Moby é, sem dúvida, um artista bastante prolífico, e os números comprovam-no; 10 álbuns lançados, com o primeiro em 1992, Moby, e com o décimo a ser este Destroyed., que nos traz um Moby que aposta em batidas electrónicas frias e secas, bastante próximas de uma música Ambient apostada em criar cenários gélidos muito cinematográficos. Com um número vasto de convidados para fazer os vocais, Moby recorre também ao vocoder neste Destroyed., o que ajuda a estabelecer uma estética robótica neste disco, que me agradou bastante. Contudo, a verdade é que a extensão do álbum dita que haja alguma inconsistência, fruto de alguns fillers que polvinham o LP, aliado a algumas canções que infelizmente demoram demasiado tempo a “descolar”. Porém, este Destroyed. é uma bela aposta para quem gosta da Electronica mais contemplativa de Moby.
Pontos altos:
­- Be the One
- The Day
- Lacrimae
Nota Final: 7,2/10

Sem comentários:

Enviar um comentário