quarta-feira, 15 de junho de 2011

Wounded Rhymes

Em 2008, Lykke Li (como se pronuncia, não me perguntem) lançou o seu álbum de estreia, “Youth Novels”, apostando numa sonoridade Alternative Pop, jogando numa mescla entre o Folk e a Dream Pop. Passados três anos, esta jovem sueca lança o seu segundo longa-duração, “Wounded Rhymes”. Hoje, o MDC vai traz-vos a review deste disco. Vamos a isso.

Como já disse, Lykke Li é uma artista sueca, que lançou em finais de Fevereiro o seu segundo disco, “Wounded Rhymes”. Tendo ouvido recentemente o seu disco de estreia, para poder fazer esta review, devo dizer que existe uma clara evolução na sonoridade de Lykke Li. Se em “Youth Novels” havia apenas uma ténue influência do Folk na sua música, com a Dream Pop a ser mais notória (e alguns laivos, até, de Electropop em alguns momentos), em “Wounded Rhymes” Li toma uma direcção muito mais próxima do Folk (e em certos momentos até, próxima do Folk-Rock), com um disco muito mais analógico e com um feeling mais “orgânico”. E devo dizer que esta transição me agradou e muito. Confesso, não fiquei fã do seu primeiro LP, mas este segundo disco conquistou-me o coração. Mas falemos mais detalhadamente.

Um dos pontos positivos deste disco é a produção, a cargo de Björn Yttling (lembram-se dos Peter Björn & John, da “Young Folks”?), que eleva o disco a um patamar de grande qualidade. O tom escuro e frio do disco passa muito por essa produção, que não faz por polir em demasia o som (algo que aprecio num disco, como já repeti aqui inúmeras vezes). Isso faz com que as canções soem mais “naturais”, e dá um gostinho especial ao álbum. O que também ajuda à qualidade do disco é a voz de Lykke Li, bastante aprazível aos ouvidos, e que faz passar bem esse sentimento de melancolia que está bem presente em “Wounded Rhymes”. As letras também ajudam a dar um toque muito intimista ao disco. Quanto a canções em particular, dou particular destaque a “I Know Places” (uma faixa tão simples e sincera que é capaz de gelar os ossos), “Get Some” (o seu ritmo consegue pôr qualquer um a mexer), “Jerome” (a percussão nesta música traz-lhe uma força incrível) e à minha favorita do álbum, “Rich Kid Blues” (o mais próximo do Rock que encontramos neste disco, uma canção verdadeiramente viciante), se bem que na larga maioria, as canções conseguem ser cativantes e prender a atenção do ouvinte.

No entanto, o disco também tem alguns traços menos positivos. O principal prende-se ao facto de, após repetidas audições, ficar-se com a ideia de que o disco é demasiado uniforme. Não que isso me chateie muito, mas poderá tornar-se um problema para quem gosta de álbuns mais “variados”. Também devo referir as canções de que gostei menos no disco: “Unrequited Love”, “Sadness Is a Blessing” e a faixa que encerra o álbum, “Silent My Song”, que padecem do mal de me soarem demasiado aborrecidas. No entanto, apesar destas falhas, o disco não deixa de ser bastante bom.

Em suma, a evolução que Lykke Li fez de “Youth Novels” para este “Wounded Rhymes” é notória e, a meu ver, de louvar. Apesar de algumas características menos positivas, este disco prima pela solidez e coesão no seu todo, e mostra que Li é uma artista talentosa, que consegue assinar um belíssimo LP como este. Espero que Li continue a melhorar a cada registo, pois se há coisa que este “Wounded Rhymes” fez foi deixar-me com água na boca por mais.

Nota Final: 8,0/10

João Morais

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