segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Surfing the Void

Boa noite, ouvintes de música. Hoje, trago-vos um álbum de uma das bandas que mais “hype” recebeu nos últimos tempos. Falo-vos, portanto, dos Klaxons. O seu álbum de estreia, “Myths of the Near Future”, recebeu críticas positivas das mais variadas fontes, e recebeu Mercury Prize, um dos prêmios mais conceituados do Reino Unido. Vejamos se o seu sucessor, “Surfing the Void”, está ao mesmo nível.

Bem, para começar, a minha opinião do primeiro álbum dos Klaxons não condiz com a da crítica generalizada. Sim, é um bom primeiro álbum, no entanto, creio que o disco não é a “obra-prima” que revistas como a NME nos tentaram vender. Apesar de ter singles portentosos, não passa a faixa do mediano. Tendo isso em conta, a minha apreensão para com este “Surfing the Void” era compreensível. Será que este álbum iria, pelo menos, manter os standards de qualidade que o primeiro registo nos deu, ou será que, pelo contrário, devido à popularidade (a meu ver, exagerada), os Klaxons “se iriam abaixo”? A minha resposta é que o álbum, apesar de não ser nada de espectacular, consegue manter os níveis anteriores. Posto isto, posso afirmar que a minha opinião do disco é que, tal como o “Myths...”, “Surfing the Void” não é nenhuma obra-prima. É um álbum “bom”, que é como quem diz, não desilude. No entanto, não compensa a espera de três anos, algo que a meu ver é demasiado para uma banda “principiante”. Uma das causas dessa demora foi o aparente desacordo com a editora, a Polydor, que em Março de 2009 recusou lançar os resultados das primeiras sessões de gravações por achar que eram “demasiado experimentais para serem comercializados”. Sendo assim, os Klaxons decidiram voltar a regravar aquilo que tinham, tratando de tornar o álbum em algo “menos Prog Rock”. E o resultado está à vista. Passados do Nu Rave, movimento que ajudaram a difundir, converteram-se ao Rock Alternativo e Electrónico, decididos a não repetir a fórmula do primeiro álbum. E apesar da diferença abismal (fiquei surpreendido pela evolução do som deles, para algo mais “Roqueiro”), a verdade é que o álbum padece do mesmo sintoma do anterior: é um disco muito “normal”, sem pontos de destaque, à excepção de “Echoes”, single de estreia, “Flashover” e “Cypherspeed”, músicas que me fizeram “levantar as orelhas”. Tirando isso, todo álbum soa a igual, com as músicas a darem-nos a tendência a querer passar à frente a meio.

Em suma, “Surfing the Void” não é um mau álbum, no entanto, falha em causar um impacto maior que o seu antecessor, “Myths of the Near Future”, caindo na prateleira de “Álbuns que daqui a 20 anos ninguém se vai lembrar que foram lançados”. Esperamos mais para a próxima.

Nota Final: 6,9/10

o Criador:

João Morais

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