segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mixtape da Semana // Week 33 [Ornatos Violeta]

Numa altura em que já vamos mais ou menos “a meio” dos concertos de celebração dos Ornatos Violeta, o MDC achou por bem dedicar uma playlist aquela que é, para muitos, uma das mais importantes bandas da música Pop portuguesa de sempre. Por isso mesmo, a 33ª edição da Mixtape da Semana é composta apenas por músicas da banda portuense e é “meio cão, meio monstro”, com cinco canções do primeiro disco do grupo (Cão!, de 1997) e cinco peças do segundo LP (O Monstro Precisa de Amigos, de 1999).

Esta Mixtape conta com as seguintes faixas:
·         Punk Moda Funk
·         Dia Mau
·         Homens de Princípios
·         Chaga
·         Débil Mental
·         O.M.E.M.
·         1 Beijo = 1000
·         Deixa Morrer
·         A Dama do Sinal
·         Fim da Canção


terça-feira, 23 de outubro de 2012

The Money Store

Projecto californiano formado por Zach Hill, Andy "Flatlander" Morin e MC Ride em 2010, os Death Grips são um dos nomes que mais burburinho tem gerado na indústria musical nos últimos tempos devido à irreverência que mostram no seu som, na sua postura e no seu marketing. Depois de uma mixtape lançada em 2011, Exmilitary, que lhes valeu um contrato com a Epic (subsidiária da Sony Music) e a atenção de muito boa gente na “comunidade alternativa”, o trio norte-americano comprometeu-se a editar este ano dois LP’s. O primeiro, lançado a 21 de Abril, tem o título de The Money Store e é dele que vamos hoje falar.

Apesar de não ter ficado totalmente rendido a Exmilitary (como as 3 pessoas que acompanharam as Curtas do final de 2011 bem sabem), admito que fiquei bastante interessado na invulgar mistura de Industrial e Noise com Hip-Hop dos Death Grips e que vi neles um grande talento e um tremendo potencial. Por isso mesmo não é de estranhar que The Money Store estivesse num lugar bem cimeiro da minha lista de discos mais esperados para 2012, algo que só foi exacerbado quando as primeiras canções do álbum começaram a surgir na internet.

Porém, por muito elevadas que estivessem as minhas expectativas, tenho de confessar que nada me preparou para a autêntica bomba que me rebentou no colo no momento em que The Money Store me passou pelos ouvidos pela primeira vez. Com os seus 41 minutos recheados de caos, rebeldia e experimentação absolutamente viciantes, o primeiro LP dos Death Grips arrebatou-me o coração quase por completo e depressa se tornou num dos discos mais rodados dos últimos meses aqui em casa (para grande infelicidade dos vizinhos). Resumindo, The Money Store é um dos meus discos favoritos deste ano.

Quem ouviu Exmilitary sabe que uma das suas características mais fortes foi a forma como fundiu uma agressividade sonora cega com uma incrível sensibilidade Pop para criar versos infecciosos e memoráveis. Em The Money Store, o que assistimos não é a uma alteração deste esquema mas sim à sua afinação: a abrasividade e a agressividade aparecem de forma mais forte e direccionada, e os refrães e os hooks são ainda mais catchy. Ao nível da produção, a cargo de Zach Hill e Flatlander, assistimos à mistura de vários samples e loops com instrumentação mais “analógica” (sobretudo bateria e sintetizadores), o que ajuda a dar ao disco o aspecto duma “colagem sonora” que, com a estética suja e crua, assume tonalidades muito negras e sombrias.

Quanto às letras, vemos em The Money Store uma composição por camadas: se à superfície temos MC Ride a encarnar um mero vagabundo violento, à medida que vamos mergulhando na lírica do disco vamos compreendo que, mais do que um mero delinquente, a personagem do álbum assume-se como uma espécie de “oráculo” das ruas que, para resumir, já viu e sofreu muita merda marada, desde crimes a brutalidade policial. Para além disso existem múltiplas referências à Pop culture actual (Lady Gaga ou WikiLeaks, por exemplo) que dão ao disco uma grande actualidade e uma dimensão de crítica social mordaz bem vincada. Isso, quando aliado à entrega vocal brutal e furiosa de MC Ride, dá a The Money Store uma força que vem não só da violência sonora mas também da violência do conteúdo conceptual, o que separa os Death Grips de quase tudo o que se faz actualmente no Hip-Hop.

No que toca aos defeitos, a minha única queixa a fazer a The Money Store é o facto de estarem incluídas no disco algumas faixas que, a meu ver, não se encaixam bem e que, por retirarem algum do ritmo ao álbum, podiam muito bem ser retiradas que daí não viria mal nenhum. Se não fosse esse problema, e uma ou outra aresta que poderia ter sido limada, e este The Money Store seria um LP perfeito e de excepção.

Quanto às escolhas de canções individuais, no rol das minhas favoritas incluem-se a demolidora The Fever (Aye Aye), a desconcertante Hustle Bones, a contagiante I’ve Seen Footage, a esquizofrénica Punk Weight e a viciante Hacker. Quanto às peças de que menos gostei, Lost Boys, Blackjack e Fuck That são tudo canções que, como já referi anteriormente, por mim poderiam nem estar presentes no disco.

Resumindo, com The Money Store os Death Grips vêm chocar grande parte da cena alternativa e afirmam-se como um dos mais interessantes, inovadores e thought provoking da música actual. Mesclando Experimental Hip-Hop com Noise, Industrial e uma atitude muito digna do DYI e do Punk, o trio norte-americano consegue, com o seu primeiro LP, esbater as fronteiras do Hip-Hop e alargar os seus alcances. É certo que não é um álbum perfeito e que, devido à sua aspereza e abrasividade, acaba por ser um “gosto adquirido” que não é facilmente entendível por todos. Mas a verdade é que, ainda que não chegue a toda a gente, The Money Store é um dos poucos álbuns que consegue abalar as fundações de um género por completo.

Nota Final: 9.0/10

João Morais

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mixtape da Semana // Week 32

A Mixtape da Semana traz-vos, para a sua edição número 32, uma playlist dedicada às músicas instrumentais. Sem letras e sem vozes (tirando os eventuais gritos e interjeições indistintas), esta colectânea irá com certeza fazer-vos levantar do chão e alegrar o vosso começo de semana.

Esta Mixtape conta com as seguintes faixas:
·         Leaving Hope Nine Inch Nails
·         DMZ BADBADNOTGOOD
·         Day Four Explosions in the Sky
·         Sweet and Low Fugazi
·         Monsoon: Top to Bottom Portico Quartet
·         Saved by the Bell Miami Nights 1984
·         Pata Lenta Norberto Lobo
·         Raindance Lone
·         theseRIOTSareJUSTtheBEGGINING And So I Watch You From Afar
·         Oro y Sangre John Talabot


sábado, 20 de outubro de 2012

Curtas #4

awE naturalETHEESatisfaction [27 Mar]
- Um dos discos que mais buzz gerou na comunidade alternativa na primeira metade do ano, em grande parte devido ao “apadrinhamento” dos Shabazz Palaces, awE naturalE é o álbum de estreia das THEESatisfaction, duo norte-americano composto por Catahrine Harris-White e Stasia Irons. Editado pela Sub Pop, o LP desta dupla feminina traz-nos uma interessante mistura de Alternative Hip-Hop com R&B, Soul e Funk que consegue, de forma irreverente, mostrar uma atitude muito experimental e quebrar estereótipos do Hip-Hop. Porém, e apesar de todos os pontos positivos (com destaque para a produção, que mistura instrumentação analógica com um vasto uso de samples), não posso dizer que tenha fica muito impressionado com este disco das norte-americanas. É certo que é muito “outside the box” e mostra muito potencial, mas na minha opinião ficou bem abaixo das expectativas.
Pontos altos:
- Bitch
- God
- Enchantruss
Nota Final: 6.0/10

Portico Quartet Portico Quartet [30 Jan]
- Com os belíssimos Knee-deep in the North Sea (2007) e Isla (2009) os Portico Quartet foram, ao longo dos últimos anos, se afirmando como uma das mais interessantes bandas que o Jazz experimental da nova cena londrina tinha para oferecer, devido à forma única e progressiva com que olhavam para o género e o reinventavam a belo prazer. Porém, ao terceiro disco, os britânicos mostram uma clara quebra na criatividade que desilude quem tanto acreditou na sua promessa. Portico Quartet, homónimo lançado no início do ano, apresenta-se como uma ambiciosa tentativa de fundir uma Electronica minimal e cerebral com um Jazz instrumental e relaxante. No entanto, apesar da ambição, o LP acaba por se revelar numa autêntica montanha-russa, onde para cada ponto alto existe um ponto baixo, impedindo-o de criar momentum e se tornar verdadeiramente interessante. Fica a tristeza por um registo tão mediano, e a esperança de que os Portico Quartet consigam, num futuro próximo, voltar a encontrar o norte.
Pontos altos:
- Ruins
- Locker Boo
- City of Glass
Nota Final: 5.0/10

Boys & Girls Alabama Shakes [9 Abr]
- Com o seu EP homónimo, lançado no ano passado, os norte-americanos Alabama Shakes ficaram marcados como uma das grandes promessas que o Alternative Rock vindo do sul dos Estados Unidos tinha para nos dar, devido à sua interessante fusão da Soul da voz da frontwoman Brittany Howard com o Blues, o Garage Rock e o Rockabilly. No entanto, confesso que fiquei um pouco desapontado com o LP de estreia do quarteto, Boys & Girls. É certo que tenta trazer mais uma dose da mistura explosiva que fez do EP um verdadeiro encanto, mas na realidade acaba por, em vários momentos, se demonstrar num disco extremamente inconsistente e com canções muito pouco apelativas. É certo que não é, de todo, um mau registo, mas acaba por desiludir quando comparado com o hype que o rodeou. Fica para a próxima.
Pontos altos:
- Rise to the Sun
- I Ain’t the Same
- On Your Way
Nota Final: 6.5/10

Home Again Michael Kiwanuka [12 Mar]
- Novo “pretty boy” da Pop britânica, Michael Kiwanuka subiu à ribalta em 2011 com a sua música de fusão da Soul inspirada em Otis Redding com a Folk reminiscente de Van Morrison. Esta interessante combinação levou a que o inglês começasse a abrir concertos para a compatriota Adele e assinasse um contrato com a grande Polydor Records. A estreia em disco, Home Again, chegou-nos em Março, e nela vieram 10 bucólicas canções repletas de suavidade e finesse. A atenção ao detalhe, a produção clássica e cuidada e, sobretudo, a voz quente de Kiwuanuka fazem com que o primeiro disco do britânico seja uma verdadeira delícia de se ouvir. É certo que o hype foi um bocado exagerado e que o disco fica um bocado mortiço a partir da segunda parte, mas a verdade é que Home Again é tudo o que um LP de estreia deve ser: um belo cartão-de-visita que cria grandes expectativas para o futuro.
Pontos altos:
- I’m Getting Ready
- Home Again
- Any Day Will do Fine
Nota Final: 7.0/10

Between the Times and the TidesLee Ranaldo [21 Mar]
- Nestes tempos difíceis de “orfandade” que todos nós atravessamos com o hiato dos Sonic Youth, é bem sabido que cada disco a solo de um dos membros da mítica banda nova-iorquina deve ser recebido com entusiasmo e exaltação. Between the Times and the Tides, o mais recente álbum do guitarrista Lee Ranaldo, tinha tudo para confirmar esta regra; infelizmente, e a contrariar todas as expectativas, este é um LP bastante mediano. É certo que o Alternative Rock rico em influências variadas e em bom gosto está lá, assim como o experimentalismo Noise a lembrar os Sonic Youth e as canções mais estruturadas que puxam para o lado mais Pop. No entanto, o álbum acaba por ser demasiado desequilibrado ao longo dos seus 47 minutos. Resumindo, Between the Times and the Tides não é um mau álbum, mas esperava-se muitíssimo melhor de alguém com o génio de Lee Ranaldo.
Pontos altos:
- Angles
- Lost (Planet Nice)
- Tomorrow Never Comes
Nota Final: 6.4/10

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mixtape da Semana // Week 31

Na edição de hoje, a Mixtape da Semana traz-vos um exemplo daquilo que o MDC tem andado a ouvir nos últimos dias. Misturando lançamentos mais recentes (de reviews passadas ou futuras) com canções não tão “frescas” (para desenjoar), esta é mais uma playlist altamente recomendável e que promete afastar a vossa Segunda-Feira do aborrecimento.

Esta Mixtape conta com as seguintes faixas:
·         Men’s NeedsThe Cribs
·         Hand in Glove The Smiths
·         Kinski Assassin Ariel Pink’s Haunted Graffiti
·         We Are Water HEALTH
·         Come Up and Get Me Death Grips
·         WOR Django Django
·         Heroes David Bowie
·         Please Don’t Go Away The Men
·         Heroin The Velvet Underground
·         Elephant Tame Impala


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mixtape da Semana // Week 30 [aniversário MDC]

Porque o destino tece as suas malhas de forma misteriosa e porque a preguiça e os outros afazeres têm um efeito bastante poderoso sobre as pessoas que laboram neste blog, a 30ª Mixtape da Semana calhou, de uma maneira bastante feliz, na data do 3º aniversário do Música Dot Com. Por isso, o MDC preparou uma pequena playlist para comemorar os seus 3 anos de longevidade (e que serve para substituir os party hats, o Champomy e a festa no Lounge com alguns nomes sonantes da “cena”).

Como anunciado, esta Mixtape contém nomes “repetidos” e que são habitués aqui da casa, assim como algumas canções mais clichés das bandas aqui colocadas. No entanto, e tendo em conta que é o aniversário do blog, mais vale dizer “Fuck it” e aceitar a predisposição natural que este que vos escreve tem para escolher determinados artistas.

Esta Mixtape conta com as seguintes faixas:
·         Birthday The Beatles
·         Debaser Pixies
·         7/4 Shoreline Broken Social Scene
·         Beijinhos B Fachada
·         Subterranean Homesick Blues Bob Dylan
·         No Cars Go Arcade Fire
·         Family Business Kanye West
·         Little Fury Things Dinosaur Jr.
·         Idioteque Radiohead
·         Two-Headed Boy Pt. 2Neutral Milk Hotel


Parabéns, MDC

Este ano não temos discursos lamechas nem promessas de um mundo melhor. Apenas podemos dar a garantia de que a (reduzida) equipa do Música Dot Com irá continuar a trabalhar (quando for possível) para que este seja um espaço de amor por esta arte que tanta gente move. A mais 3 anos!

João Morais

[PS: fiquem atentos, que mais para o final do dia há-de haver uma Mixtape, bem cheinha de canções repetidas e de clichés]

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

BBNG2

Formados por Matthew Tavares, Chester Hansen e Alexander Sowinski em 2010 na cidade canadiana de Toronto, os BADBADNOTGOOD são um trio de Jazz experimental que muito burburinho tem gerado na internet nos últimos tempos, em grande parte devido à sua ligação a nomes do Hip-Hop como Tyler, the Creator, Earl Sweatshirt ou Lil B. Depois de uma morna estreia em LP no ano passado, com o discreto BBNG, os BADBADNOTGOOD lançaram a 3 de Abril o seu segundo disco, BBNG2, e é dele que vamos falar hoje.

Apesar de não ter ficado muito convencido com BBNG, tenho de reconhecer o enorme valor simbólico que o disco de estreia dos BADBADNOTGOOD representou aquando do seu lançamento. Surgindo como uma espécie de “declaração de independência” do trio canadiano em relação ao passado do Jazz, BBNG mostrou uma visão inovadora e uma atitude irreverente que ignora o cânone do género e prefere abraçar o Hip-Hop como matriz de inspiração.

Contudo, e apesar de toda esta audácia e ousadia que acabei de descrever, confesso que não encontrei em BBNG um álbum que, do ponto de vista musical, me apelasse muito. Por isso, não posso dizer que tenha ficado propriamente entusiasmado quando soube que o grupo canadiano ia lançar este ano um sucessor. Porém, após ter visto uma encorajadora review por parte do The Needle Drop, decidi dar uma oportunidade a este BBNG2. E em boa hora o fiz, pois o segundo longa-duração dos BADBADNOTGOOD é das coisas mais entusiasmantes que já ouvi em 2012.

À primeira vista, e de um ponto de vista meramente “estrutural”, BBNG2 aparenta ser uma fotocópia em alta resolução do LP de estreia dos BADBADNOTGOOD: recheado com peças originais e covers de alguns dos nomes mais badalados do Hip-Hop e Electronica actual (clássicos do Jazz estão, obviamente, proibidos), o grupo repete a mistura de Jazz livre da vertente Post-Bop com Instrumental Hip-Hop do mais alto gabarito. No entanto, e apesar dos vários pontos de contacto com o álbum de estreia, BBNG2 demonstra um tremendo salto qualitativo em quase todos os níveis.

A começar está a questão estética; se em BBNG o trio se esforçava (sem grande sucesso) por impor um clima soturno, em BBNG2 vemos os canadianos a acertar na mouche e a conseguir estabelecer um ambiente verdadeiramente sombrio e intenso. Para isso contribui a grande melhoria na produção e no tratamento de som, levadas a cabo por Matt MacNeil, Jack Clow e os próprios BADBADNOTGOOD. Afastando-se da sonoridade meio “plástica” e amadora do primeiro disco, o som de BBNG2 mostra-se muito mais robusto e vigoroso, com os instrumentos a aparecerem, paradoxalmente, tanto quentes e vívidos como frios e distantes.

Outro aspecto que viu grande melhoria foi a proficiência musical do grupo. Nota-se uma maior química entre os canadianos, tanto nos solos como nos jams, e que se traduz numa sonoridade mais “solta” e efusiva. Desde as teclas certeiras de Matthew Tavares à bateria frenética de Alexander Sowinski, passando pelo baixo quente de Chester Hansen, é incrível o nível de musicalidade destes jovens músicos. Tudo isto, aliado às belíssimas participações especiais (Leland Whitty no saxofone e Luan Phung na guitarra eléctrica), faz com que BBNG2 seja um disco quase perfeito, onde os poucos defeitos são pequenos demais para manchar o brilho e a qualidade.

Quanto aos destaques deste álbum, aponto de forma positiva para a inquietante Vices (uma das minhas faixas favoritas de todo o 2012), a bipolar Bastard/Lemonade, a fluída DMZ, a inebriante CMYK e a desconcertante Flashing Lights. Quanto aos pontos fracos do disco, apenas tenho a assinalar a mediana Rotten Decay como a faixa de que menos gostei de BBNG2, porque no geral este é um LP que se pauta pela consistência.

Resumindo, riquíssimo em detalhes e em texturas bem trabalhadas, BBNG2 apresenta-se como um álbum mais sólido e bem composto do que o seu antecessor, conseguindo estabelecer de forma muito mais satisfatória o ambiente pretendido. Sombrio e arrepiante, o segundo LP dos BADBADNOTGOOD demonstra uma atitude muito mais madura, algo que contrasta com o disclaimer do álbum que avisa que ninguém com mais de 21 anos participou na “confecção” do mesmo. E essa maturidade vê-se quando estes três “putos” conseguem, no mesmo “caldeirão”, pôr canções de Tyler, the Creator, James Blake, Kanye West e My Bloody Valentine e fazer com que o resultado não soe nada desconexo. Há que admitir, é obra. E que bela obra.

Nota Final: 9.2/10

João Morais

[Para fazer o download legal e gratuito do disco, basta clicar aqui]