sábado, 20 de outubro de 2012

Curtas #4

awE naturalETHEESatisfaction [27 Mar]
- Um dos discos que mais buzz gerou na comunidade alternativa na primeira metade do ano, em grande parte devido ao “apadrinhamento” dos Shabazz Palaces, awE naturalE é o álbum de estreia das THEESatisfaction, duo norte-americano composto por Catahrine Harris-White e Stasia Irons. Editado pela Sub Pop, o LP desta dupla feminina traz-nos uma interessante mistura de Alternative Hip-Hop com R&B, Soul e Funk que consegue, de forma irreverente, mostrar uma atitude muito experimental e quebrar estereótipos do Hip-Hop. Porém, e apesar de todos os pontos positivos (com destaque para a produção, que mistura instrumentação analógica com um vasto uso de samples), não posso dizer que tenha fica muito impressionado com este disco das norte-americanas. É certo que é muito “outside the box” e mostra muito potencial, mas na minha opinião ficou bem abaixo das expectativas.
Pontos altos:
- Bitch
- God
- Enchantruss
Nota Final: 6.0/10

Portico Quartet Portico Quartet [30 Jan]
- Com os belíssimos Knee-deep in the North Sea (2007) e Isla (2009) os Portico Quartet foram, ao longo dos últimos anos, se afirmando como uma das mais interessantes bandas que o Jazz experimental da nova cena londrina tinha para oferecer, devido à forma única e progressiva com que olhavam para o género e o reinventavam a belo prazer. Porém, ao terceiro disco, os britânicos mostram uma clara quebra na criatividade que desilude quem tanto acreditou na sua promessa. Portico Quartet, homónimo lançado no início do ano, apresenta-se como uma ambiciosa tentativa de fundir uma Electronica minimal e cerebral com um Jazz instrumental e relaxante. No entanto, apesar da ambição, o LP acaba por se revelar numa autêntica montanha-russa, onde para cada ponto alto existe um ponto baixo, impedindo-o de criar momentum e se tornar verdadeiramente interessante. Fica a tristeza por um registo tão mediano, e a esperança de que os Portico Quartet consigam, num futuro próximo, voltar a encontrar o norte.
Pontos altos:
- Ruins
- Locker Boo
- City of Glass
Nota Final: 5.0/10

Boys & Girls Alabama Shakes [9 Abr]
- Com o seu EP homónimo, lançado no ano passado, os norte-americanos Alabama Shakes ficaram marcados como uma das grandes promessas que o Alternative Rock vindo do sul dos Estados Unidos tinha para nos dar, devido à sua interessante fusão da Soul da voz da frontwoman Brittany Howard com o Blues, o Garage Rock e o Rockabilly. No entanto, confesso que fiquei um pouco desapontado com o LP de estreia do quarteto, Boys & Girls. É certo que tenta trazer mais uma dose da mistura explosiva que fez do EP um verdadeiro encanto, mas na realidade acaba por, em vários momentos, se demonstrar num disco extremamente inconsistente e com canções muito pouco apelativas. É certo que não é, de todo, um mau registo, mas acaba por desiludir quando comparado com o hype que o rodeou. Fica para a próxima.
Pontos altos:
- Rise to the Sun
- I Ain’t the Same
- On Your Way
Nota Final: 6.5/10

Home Again Michael Kiwanuka [12 Mar]
- Novo “pretty boy” da Pop britânica, Michael Kiwanuka subiu à ribalta em 2011 com a sua música de fusão da Soul inspirada em Otis Redding com a Folk reminiscente de Van Morrison. Esta interessante combinação levou a que o inglês começasse a abrir concertos para a compatriota Adele e assinasse um contrato com a grande Polydor Records. A estreia em disco, Home Again, chegou-nos em Março, e nela vieram 10 bucólicas canções repletas de suavidade e finesse. A atenção ao detalhe, a produção clássica e cuidada e, sobretudo, a voz quente de Kiwuanuka fazem com que o primeiro disco do britânico seja uma verdadeira delícia de se ouvir. É certo que o hype foi um bocado exagerado e que o disco fica um bocado mortiço a partir da segunda parte, mas a verdade é que Home Again é tudo o que um LP de estreia deve ser: um belo cartão-de-visita que cria grandes expectativas para o futuro.
Pontos altos:
- I’m Getting Ready
- Home Again
- Any Day Will do Fine
Nota Final: 7.0/10

Between the Times and the TidesLee Ranaldo [21 Mar]
- Nestes tempos difíceis de “orfandade” que todos nós atravessamos com o hiato dos Sonic Youth, é bem sabido que cada disco a solo de um dos membros da mítica banda nova-iorquina deve ser recebido com entusiasmo e exaltação. Between the Times and the Tides, o mais recente álbum do guitarrista Lee Ranaldo, tinha tudo para confirmar esta regra; infelizmente, e a contrariar todas as expectativas, este é um LP bastante mediano. É certo que o Alternative Rock rico em influências variadas e em bom gosto está lá, assim como o experimentalismo Noise a lembrar os Sonic Youth e as canções mais estruturadas que puxam para o lado mais Pop. No entanto, o álbum acaba por ser demasiado desequilibrado ao longo dos seus 47 minutos. Resumindo, Between the Times and the Tides não é um mau álbum, mas esperava-se muitíssimo melhor de alguém com o génio de Lee Ranaldo.
Pontos altos:
- Angles
- Lost (Planet Nice)
- Tomorrow Never Comes
Nota Final: 6.4/10

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