awE naturalE – THEESatisfaction [27 Mar]
- Um dos discos que mais buzz gerou na comunidade alternativa na primeira metade do ano, em
grande parte devido ao “apadrinhamento” dos Shabazz Palaces, awE
naturalE é o álbum de estreia das THEESatisfaction, duo
norte-americano composto por Catahrine
Harris-White e Stasia Irons.
Editado pela Sub Pop, o LP desta dupla feminina traz-nos uma
interessante mistura de Alternative
Hip-Hop com R&B, Soul e Funk que consegue, de forma irreverente, mostrar uma atitude muito
experimental e quebrar estereótipos do Hip-Hop.
Porém, e apesar de todos os pontos positivos (com destaque para a produção, que
mistura instrumentação analógica com um vasto uso de samples), não posso dizer que tenha fica muito impressionado com
este disco das norte-americanas. É certo que é muito “outside the box” e mostra muito potencial, mas na minha opinião
ficou bem abaixo das expectativas.
Pontos altos:
- Bitch
- God
- Enchantruss
Nota Final: 6.0/10
Portico Quartet – Portico
Quartet [30 Jan]
- Com os belíssimos Knee-deep in the North Sea (2007) e Isla
(2009) os Portico Quartet foram, ao longo dos últimos anos, se afirmando
como uma das mais interessantes bandas que o Jazz experimental da nova cena londrina tinha para oferecer, devido
à forma única e progressiva com que olhavam para o género e o reinventavam a
belo prazer. Porém, ao terceiro disco, os britânicos mostram uma clara quebra
na criatividade que desilude quem tanto acreditou na sua promessa. Portico
Quartet, homónimo lançado no início do ano, apresenta-se como uma
ambiciosa tentativa de fundir uma Electronica
minimal e cerebral com um Jazz instrumental
e relaxante. No entanto, apesar da ambição, o LP acaba por se revelar numa autêntica montanha-russa, onde para
cada ponto alto existe um ponto baixo, impedindo-o de criar momentum e se tornar verdadeiramente
interessante. Fica a tristeza por um registo tão mediano, e a esperança de que
os Portico
Quartet consigam, num futuro próximo, voltar a encontrar o norte.
Pontos altos:
- Ruins
- Locker Boo
- City of Glass
Nota Final: 5.0/10
Boys & Girls – Alabama
Shakes [9 Abr]
- Com o seu EP
homónimo, lançado no ano passado, os norte-americanos Alabama Shakes ficaram
marcados como uma das grandes promessas que o Alternative Rock vindo do sul dos Estados Unidos tinha para nos
dar, devido à sua interessante fusão da Soul
da voz da frontwoman Brittany Howard com o Blues, o Garage Rock e o Rockabilly.
No entanto, confesso que fiquei um pouco desapontado com o LP de estreia do quarteto, Boys & Girls. É certo que tenta
trazer mais uma dose da mistura explosiva que fez do EP um verdadeiro encanto, mas na realidade acaba por, em vários
momentos, se demonstrar num disco extremamente inconsistente e com canções
muito pouco apelativas. É certo que não é, de todo, um mau registo, mas acaba por
desiludir quando comparado com o hype
que o rodeou. Fica para a próxima.
Pontos altos:
- Rise to the Sun
- I Ain’t the Same
- On Your Way
Nota Final: 6.5/10
Home Again – Michael Kiwanuka [12 Mar]
- Novo “pretty boy”
da Pop britânica, Michael Kiwanuka subiu à ribalta em
2011 com a sua música de fusão da Soul
inspirada em Otis Redding com a Folk reminiscente de Van Morrison. Esta interessante
combinação levou a que o inglês começasse a abrir concertos para a compatriota Adele e assinasse um contrato com a
grande Polydor Records. A estreia em
disco, Home Again, chegou-nos em Março, e nela vieram 10 bucólicas
canções repletas de suavidade e finesse.
A atenção ao detalhe, a produção clássica e cuidada e, sobretudo, a voz quente
de Kiwuanuka fazem com que o
primeiro disco do britânico seja uma verdadeira delícia de se ouvir. É certo
que o hype foi um bocado exagerado e
que o disco fica um bocado mortiço a partir da segunda parte, mas
a verdade é que Home Again é tudo o que um LP de estreia deve ser: um belo cartão-de-visita que cria grandes expectativas
para o futuro.
Pontos altos:
- I’m Getting Ready
- Home Again
- Any Day Will do
Fine
Nota Final: 7.0/10
Between the Times and the Tides – Lee Ranaldo [21 Mar]
- Nestes tempos difíceis de “orfandade” que todos nós
atravessamos com o hiato dos Sonic Youth, é bem sabido que cada
disco a solo de um dos membros da mítica banda nova-iorquina deve ser recebido
com entusiasmo e exaltação. Between the Times and the Tides, o
mais recente álbum do guitarrista Lee
Ranaldo, tinha tudo para confirmar esta regra; infelizmente, e a contrariar
todas as expectativas, este é um LP
bastante mediano. É certo que o Alternative
Rock rico em influências variadas e em bom gosto está lá, assim como o
experimentalismo Noise a lembrar os Sonic
Youth e as canções mais estruturadas que puxam para o lado mais Pop. No entanto, o álbum acaba por ser
demasiado desequilibrado ao longo dos seus 47 minutos. Resumindo, Between
the Times and the Tides não é um mau álbum, mas esperava-se muitíssimo
melhor de alguém com o génio de Lee
Ranaldo.
Pontos altos:
- Angles
- Lost (Planet
Nice)
- Tomorrow Never
Comes
Nota Final: 6.4/10
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