Depois de uma magnífica estadia na bela cidade do Porto,
e de alguns dias um mês para digerir as experiências e aclarar as ideias, aqui estou
eu a apresentar-vos a reportagem MDC da primeira edição do Optimus Primavera Sound, versão nacional
do mítico festival alternativo catalão, e que decorreu nos passados dias 7, 8,
9 e 10 de Junho, no Parque da Cidade.
Antes de me atirar à escrita sobre os concertos
propriamente ditos, há que destacar dois aspectos essenciais, e que fizeram
deste um festival único: o magnífico cenário, com a espectacular simbiose entre
os três maiores palcos e a natureza que os rodeava (especial destaque para o All Tomorrow’s Parties), e o caloroso
ambiente que se vivia ali, e que transformou o Parque da Cidade, por três dias,
numa autêntica capital internacional da melomania.
Arrumado isto, falemos dos concertos propriamente ditos.
DIA 7
Palco Primavera –
Atlas Sound (19.00)
- Depois de uma gigantesca fila para levantar as
pulseiras (faço aqui o mea culpa pela
confusão que fiz) e de pedir informações ao Noiserv (que grande história que isto dá), o MDC chegou ao Parque da
Cidade, ainda a tempo de apanhar parte da actuação de Bradford Cox. Porém, não se pode dizer que tenha sido um concerto
muito inspirado; com um público bastante apagado e com Cox um bocado desligado de tudo e de todos, o show de Atlas Sound não
deu sequer para aquecer, com muita pena minha.
Palco Optimus –
Yann Tiersen (20.15)
- Deixando de lado o sr. Cox e as suas experimentações masturbatórias, decidi ir logo para o palco onde iria actuar Yann Tiersen. Num concerto repleto de canções viciantes e afiadas, e uma Pop dançável e extremamente enérgica, o francês só terá desiludido quem ainda tinha esperanças de ouvir pedaços das bandas-sonoras de Amélie ou Goodbye Lenin. Apesar da chuva, que fez questão de marcar a sua presença a meio da setlist, o espectáculo de Yann Tiersen foi, para mim, o ponto alto do primeiro dia.
- Deixando de lado o sr. Cox e as suas experimentações masturbatórias, decidi ir logo para o palco onde iria actuar Yann Tiersen. Num concerto repleto de canções viciantes e afiadas, e uma Pop dançável e extremamente enérgica, o francês só terá desiludido quem ainda tinha esperanças de ouvir pedaços das bandas-sonoras de Amélie ou Goodbye Lenin. Apesar da chuva, que fez questão de marcar a sua presença a meio da setlist, o espectáculo de Yann Tiersen foi, para mim, o ponto alto do primeiro dia.
Palco Primavera
- The
Drums (21.30)
- Já a lua fazia questão de aparecer quando subiu ao
palco este grupo oriundo de Brooklyn. Apesar de muita gente já ter “cuspido” na
actuação dos The Drums, eu não posso dizer que tenha saído dali desiludido.
Com a sua Indie Pop alegre, catchy e a puxar os pés para a dança, o
grupo liderado por Jonathan Pierce
conseguiu assinar uma actuação sólida e imaculada, onde só ficou a faltar a Forever and Ever, Amen.
Palco Optimus –
Suede
(22.45)
- Apesar de apreciar bastante os dois primeiros discos
dos Suede
(o homónimo de 1993 e Dog Man Star de 1994), não posso
dizer que seja um grande fã da banda, nem que esperava ansiosamente este
concerto. Porém, não há como nega-lo: hinos como Animal Nitrate, We Are the
Pigs ou Beautiful Ones parecem
ter sido talhados para as grandes audiências, e não há como escapar ao sing-along. Em suma, durante cerca de
uma hora e meia o Parque da Cidade regressou aos anos 90.
Palco Primavera –
Mercury
Rev (0.30)
- Não consigo colocar por palavras a desilusão que senti
com a actuação dos Mercury Rev no Optimus
Primavera Sound. Colado à grade, esperava a delicadeza e a doçura Dream Pop dos seus grandes êxitos, mas o
que me saiu foi um Rock de bordel
rasca e barato, regado com vinhaça reles. Tirando um ou outro momento em que
conseguiram escapar deste ambiente desolador, não houve nada que me
interessasse no concerto do grupo de Jonathan
Donahue.
Palco Optimus –
The
Rapture (2.00)
- Confesso que fui para o concerto de The
Rapture a medo e sem saber bem o que me esperava, isto porque “decidi”
passar ao lado de In the Grace of Your Love, o disco de 2011 da banda
norte-americana. Porém, só tenho a dizer que fiquei rendido aos nova-iorquinos
depois do show que deram. Numa hora
repleta de energia, groove e música
extremamente catchy, o Dance Punk dos The Rapture conseguiu pôr
toda a gente a dançar. E How Deep is Your
Love, o “hino” do festival, foi cantado a plenos pulmões no Parque da
Cidade.
DIA 8
Palco Primavera –
Linda
Martini (17.00)
- Uma das bandas mais acarinhadas do panorama musical nacional, os Linda Martini são um daqueles nomes que brilha seja em que cartaz for, e o concerto no Optimus Primavera Sound foi mais uma prova disso. Trazendo no bolso um Alternative Rock carregado de energia, catarse e rebeldia, o quarteto lisboeta fez com que, durante 45 minutos, o Parque da Cidade se transformasse num cenário de combate. A guitarra partida, o crowdsurfing a rodos e o pó levantado dos moshpits foram a prova disso.
- Uma das bandas mais acarinhadas do panorama musical nacional, os Linda Martini são um daqueles nomes que brilha seja em que cartaz for, e o concerto no Optimus Primavera Sound foi mais uma prova disso. Trazendo no bolso um Alternative Rock carregado de energia, catarse e rebeldia, o quarteto lisboeta fez com que, durante 45 minutos, o Parque da Cidade se transformasse num cenário de combate. A guitarra partida, o crowdsurfing a rodos e o pó levantado dos moshpits foram a prova disso.
Palco Optimus –
We Trust (18.00)
- These New Countries, o álbum de
estreia de We Trust, o projecto do
(também realizador) André Tentugal,
foi considerado aqui pelo MDC como um dos melhores 20 discos
de 2011 (ficou em 19º), e isso deveu-se à sua frescura e à beleza e delicadeza
das suas composições. Porém, na transposição das músicas para o palco, confesso
que não fiquei propriamente entusiasmado. Um concerto morno, com uma audiência
mortiça, traduziu-se na minha migração para o Palco Club. Fica para a próxima.
Palco Club – Other
Lives (18.15)
- Apanhei a actuação dos norte-americanos Other
Lives já a meio, e apenas tive tempo para assistir a um par de canções,
pelo que não há muito que eu possa dizer acerca deste concerto. Porém, uma
coisa é certa: a Folk meio experimental
e psicadélica do grupo liderado por Jesse
Tabish não foi, de todo, talhada para um palco tão “urbano” quanto o Club.
Palco Primavera –
Yo
La Tengo (19.00)
- Estaria a mentir se dissesse que sou um die-hard fan dos Yo La Tengo, mas a verdade é que este era um dos nomes do festival que eu mais ansiava por ver, tanto pela relevância histórica que a banda teve no Alternative Rock norte-americano dos anos 80 e 90 como pela qualidade das canções que lhes conheço. E não posso dizer que tenha ficado desiludido; num concerto recheado tanto de feedback e distorção abrasiva como de canções deliciosamente Pop e catchy, Ira Kaplan, Georgia Hubley e James McNew conquistaram-me por completo, assim como às pessoas que se deslocaram ao Palco Primavera para os ver. Ouvi dizer por lá que “não se tendo Sonic Youth, tem-se Yo La Tengo”, mas a verdade é que este trio joga num campeonato só deles.
- Estaria a mentir se dissesse que sou um die-hard fan dos Yo La Tengo, mas a verdade é que este era um dos nomes do festival que eu mais ansiava por ver, tanto pela relevância histórica que a banda teve no Alternative Rock norte-americano dos anos 80 e 90 como pela qualidade das canções que lhes conheço. E não posso dizer que tenha ficado desiludido; num concerto recheado tanto de feedback e distorção abrasiva como de canções deliciosamente Pop e catchy, Ira Kaplan, Georgia Hubley e James McNew conquistaram-me por completo, assim como às pessoas que se deslocaram ao Palco Primavera para os ver. Ouvi dizer por lá que “não se tendo Sonic Youth, tem-se Yo La Tengo”, mas a verdade é que este trio joga num campeonato só deles.
Palco Club – Chairlift
(20.45)
- Para fugir a Rufus
Wainwright fui-me abrigar para o Palco Club,
desta vez para ver se apanhava um bocadinho da actuação dos Chairlift.
O duo, composto por Caroline Polachek
e Patrick Wimberly (a quem se
juntam, em palco, mais três músicos), veio a Portugal mostrar Something,
um disco cheio de deliciosa Indie Pop
que tem feito as maravilhas da crítica (incluindo aqui o MDC). Apesar de não ter
estado muito tempo a ver o concerto, posso dizer que não fiquei desiludido com
a música viciante e dançável dos Chairlift. Fico à espera de mais
oportunidades para os ver, de preferência por inteiro.
Palco Primavera –
The
Flaming Lips (21.30)
- Para coroar um dia que já estava a ser bastante incrível vieram os The Flaming Lips, e o seu reputado espectáculo de psicadelismo e fantasia. Sendo eu um grande fã da música do grupo, posso dizer que este era, sem dúvida, um dos concertos que eu mais esperava de todo o festival, tanto pela (magnífica) componente musical como pelo show visual que a banda de Wayne Coyne faz questão de dar ao público. E mais uma vez, Coyne e companhia excederam-se e deram a quem se deslocou ao Palco Primavera a “noite das suas vidas”. Bolas de espelhos, confettis, mãos gigantes que disparam lasers, dançarinas “tirolesas” a saltarem nas laterais do palco, crowdsurfing dentro de uma bolha de plástico, todas estes ingredientes juntaram-se à proficiência musical dos The Flaming Lips e ao delírio do público para fazer com que este fosse, sem dúvida, um dos pontos altos de todo o festival. Apesar de ter ficado triste por ter perdido os Black Lips, que ao mesmo tempo faziam a revolução Rock no Palco Club, a verdade é que Worm Mountain, Yoshimi Battles the Pink Robots, Pt. 1, Race for the Prize ou Do You Realize?? conseguiram levar-me aos céus. Um concerto de outro mundo, e um dos melhores a que já tive o prazer de assistir.
- Para coroar um dia que já estava a ser bastante incrível vieram os The Flaming Lips, e o seu reputado espectáculo de psicadelismo e fantasia. Sendo eu um grande fã da música do grupo, posso dizer que este era, sem dúvida, um dos concertos que eu mais esperava de todo o festival, tanto pela (magnífica) componente musical como pelo show visual que a banda de Wayne Coyne faz questão de dar ao público. E mais uma vez, Coyne e companhia excederam-se e deram a quem se deslocou ao Palco Primavera a “noite das suas vidas”. Bolas de espelhos, confettis, mãos gigantes que disparam lasers, dançarinas “tirolesas” a saltarem nas laterais do palco, crowdsurfing dentro de uma bolha de plástico, todas estes ingredientes juntaram-se à proficiência musical dos The Flaming Lips e ao delírio do público para fazer com que este fosse, sem dúvida, um dos pontos altos de todo o festival. Apesar de ter ficado triste por ter perdido os Black Lips, que ao mesmo tempo faziam a revolução Rock no Palco Club, a verdade é que Worm Mountain, Yoshimi Battles the Pink Robots, Pt. 1, Race for the Prize ou Do You Realize?? conseguiram levar-me aos céus. Um concerto de outro mundo, e um dos melhores a que já tive o prazer de assistir.
Palco All
Tomorrow’s Parties – Shellac (23.30)
- No que toca à produção de discos lo-fi, as coisas passam-se do seguinte modo: Steve Albini no céu, Steve
Albini na terra, e deus não é perdido nem achado no assunto. Por isso, e
porque sou um gigantesco fã dos projectos musicais do norte-americano
(especialmente dos Big Black, seminal banda Noise
dos anos 80), não podia perder a chance de o ver em palco a malhar forte e feio
numa guitarra eléctrica, acompanhado Bob
Weston (baixo) e Todd Trainer
(bateria). Prayer To God, Squirrel Song, Steady as She Goes ou My
Black Ass foram algumas das munições disparadas de rajada por um Albini frio, distante mas sempre muito,
muito poderoso. Destaque também para The
End of Radio (polvilhada com Transmission,
dos Joy
Division), que conseguiu mostrar-me algo que nunca pensava ser
possível; como deixar uma plateia inteira em suspense apenas com um simples riff
de baixo, umas estocadas na tarola e um magnífico discorrer de spoken word. Simplesmente espectacular.
Palco Club – Beach
House (1.00)
- Novamente, a dor de fazer escolhas difíceis, desta vez
entre The Walkmen no Palco Primavera
ou Beach
House no Palco Club. Tendo já
visto o grupo de Hamilton Leithauser
ao vivo, no SBSR do ano passado,
decidi optar pela novidade e fui ver o grupo de Victoria Legrand e Alex
Scally, que lançou há pouco tempo o mui belo Bloom (cuja review está para sair, “trust me”). E, apesar da má escolha de
palco e do ambiente meio manhoso que se sentia no público, não posso dizer que
me tenha sentido defraudado com a minha decisão. Numa hora absolutamente
mágica, a música etérea e hipnotizante dos Beach House e o jogo de luzes
sedutor deixou-me totalmente inebriado. É verdade que com outras condições
teria sido um concerto ainda melhor, mas mesmo assim o espectáculo foi bastante
especial.
Palco Optimus –
M83
(2.15)
- Cansado, ensonado e esfaimado, fiz ainda assim o
esforço e fui ver os franceses M83 ao palco principal, como forma
de encerrar a noite em grande. Contudo, não posso dizer que tenha ficado
totalmente encantado (se bem que a culpa também pode ter sido do meu estado de
espírito). Num concerto que me pareceu um pouco morno e demasiado curto,
salvaram-se alguns pontos altos que aqueceram o público na noite fresca. E
obviamente que Midnight City, com
presença de um saxofonista, fez as maravilhas de muitos festivaleiros.
DIA 9
Palco Primavera –
Gala
Drop (17.00)
- Depois da bem-sucedida “luta” por um bilhete para os
concertos na Casa da Música do dia seguinte, seguiu-se um pulinho bem pequenino
pelo Palco Primavera para ver os
portugueses Gala Drop. Apresentando o psicadélico Broda, o mais recente EP do grupo e que foi gravado em
conjunto com o guitarrista norte-americano Ben
Chasny (Six Organs of Admittance), o grupo teve de lutar contra a
chuva, que teimava em flagelar quem se encontrava no Parque da Cidade. Porém,
daquilo que ouvi (e que não foi muito), posso dizer que fiquei agradado. Fico à
espera de uma próxima oportunidade de os apanhar ao vivo.
Palco Club – Veronica
Falls (18.15)
- Para alguma coisa havia de servir o amaldiçoado Palco Club, e serviu à justa para abrigar da
chuva aqueles que se recusavam a enfrentar a mansa enxurrada que flagelava o
Parque da Cidade. E para servir de banda-sonora perfeita para o cenário
cinzento que se desenhava no recinto vieram os Veronica Falls, com a sua
Indie Pop penumbrenta e sombria. Num
concerto que animou as hostes q.b. (especialmente quando se tem em conta que
mais de metade das pessoas presentes apenas estavam à espera que a chuva
passasse), Found Love in a Graveyard
e Beachy Head foram definitivamente
pontos altos.
Palco Primavera –
Spiritualized
(19.00)
- Um dos nomes mais esperados do 3º dia do festival, os Spiritualized
do britânico Jason Pierce
conseguiram chamar ao Palco Primavera
uma enchente de pessoas que, temerárias, decidiram enfrentar a chuva que se
recusava a ir embora. Em troca, a multidão recebeu da parte dos Spiritualized
um concerto curto mas extremamente sólido, e que para além da apresentação do
mais recente Sweet Heart Sweet Light (cuja review também está para sair) trouxe também alguns temas mais
“clássicos”, como a (apropriada) Lord Let
It Rain on Me, Ladies and Gentlemen
We Are Floating in Space, Come
Together ou a cover dos saudosos Spacemen
3, Walkin’ With Jesus.
Palco Optimus –
Kings
of Convenience (23.00)
- Depois da desilusão do cancelamento de Death Cab for Cutie (que se deu, em parte, por culpa da organização) e de um pulinho pelo palco ao lado para ver os retornados The Afghan Whigs, lá fui eu de novo para o palco principal para ver outro nome “grande” do dia: os Kings of Convenience, que vieram substituir a islandesa Björk. E cá para nós, que ninguém nos ouve, acho que ficámos mais bem servidos com este duo sueco que trouxe, para além das cantigas de amigo e das melodias agridoces, muita boa disposição e animação ao Parque da Cidade. Homesick, Misread ou I’d Rather Dance with You foram, sem dúvida, pontos incontornáveis de um concerto maravilhoso.
- Depois da desilusão do cancelamento de Death Cab for Cutie (que se deu, em parte, por culpa da organização) e de um pulinho pelo palco ao lado para ver os retornados The Afghan Whigs, lá fui eu de novo para o palco principal para ver outro nome “grande” do dia: os Kings of Convenience, que vieram substituir a islandesa Björk. E cá para nós, que ninguém nos ouve, acho que ficámos mais bem servidos com este duo sueco que trouxe, para além das cantigas de amigo e das melodias agridoces, muita boa disposição e animação ao Parque da Cidade. Homesick, Misread ou I’d Rather Dance with You foram, sem dúvida, pontos incontornáveis de um concerto maravilhoso.
Palco Primavera –
Saint
Etienne (0.35)
- Tendo já perdido os Wavves e os Dirty
Three nos palcos secundários, deixei-me ficar pela zona dos palcos
principais para apanhar um bocado do concerto dos Saint Etienne.
Apresentando o seu oitavo disco de estúdio, Words and Music by Saint Etienne,
o trio britânico de Electronica
trouxe um show rico em dança e
euforia, onde só ficou a faltar a bola de espelhos. Destaque também para o glamour de um grupo de espanhóis a
snifar coca mesmo ao meu lado. Priceless.
Palco Optimus –
The
xx (1.50)
- E foi com os The xx, um dos nomes mais esperados do festival, que se encerraram os concertos nos palcos principais do Parque da Cidade. Num concerto intimista, etéreo e melancólico, o grupo trouxe na bagagem algumas das canções que irão integrar Coexist, o segundo disco do trio britânico e que tem data de lançamento marcada para 10 de Setembro. Porém, e isto é indiscutível, foram as canções de xx, o álbum de estreia de 2009, que fizeram com que a numerosa plateia se rendesse a Romy Croft, Oliver Sim e Jamie Smith. Para além disso, fica também registada a (na minha opinião) terrível interpretação de Crystalised, mas que não chegou para meter mácula num concerto onde Heart Skipped a Beat, Basic Space e VCR se fizeram ouvir pelos pulmões de milhares de pessoas.
- E foi com os The xx, um dos nomes mais esperados do festival, que se encerraram os concertos nos palcos principais do Parque da Cidade. Num concerto intimista, etéreo e melancólico, o grupo trouxe na bagagem algumas das canções que irão integrar Coexist, o segundo disco do trio britânico e que tem data de lançamento marcada para 10 de Setembro. Porém, e isto é indiscutível, foram as canções de xx, o álbum de estreia de 2009, que fizeram com que a numerosa plateia se rendesse a Romy Croft, Oliver Sim e Jamie Smith. Para além disso, fica também registada a (na minha opinião) terrível interpretação de Crystalised, mas que não chegou para meter mácula num concerto onde Heart Skipped a Beat, Basic Space e VCR se fizeram ouvir pelos pulmões de milhares de pessoas.
DIA 10
Sala Suggia – The
Olivia Tremor Control (20.30)
- E foi em modo gourmet,
no salão “nobre” da Casa da Música do Porto que teve lugar o último dia do Optimus Primavera Sound. Em palco, o
grupo The Olivia Tremor Control (que é como quem diz “os The
Beatles underground americanos
dos anos 90”) trouxeram um show cheio
de psicadelismo, energia e loucura. Misturando a acidez Rock com uma instrumentação deveras peculiar para uma banda Pop (violinos e flautas incluídas), o
retornado grupo mostrou que, mesmo com a prolongada pausa, os anos mal passaram
por eles. Destaque especialmente para I
Have Been Floated, do (maravilhoso) Black Foliage: Animation Music Volume One,
de 1999, e que contou com a participação especial de Jeff Mangum, que pouco tempo depois pisaria ele próprio, pela
segunda vez, aquele palco.
Sala Suggia – Jeff Mangum (22.00)
- Não escondo que, de todo o cartaz, este era o concerto que mais aguardava. Devoto incondicional dos Neutral Milk Hotel e fanboy assumido de In the Aeroplane Over the Sea (1998), admito que me senti como uma miúda de 12 anos quando vi o “regresso dos mortos” de Jeff Mangum e a sua posterior confirmação para este festival. E quando chegou o momento do cantautor em palco, notava-se que não era o único a sentir-se assim. Com um público totalmente rendido e em completa comunhão com o artista (que convidou a plateia a aproximar-se dele e a sentar-se no chão), Mangum trouxe uma setlist inspirada primariamente em ITAOTS; Two-Headed Boy (partes 1 e 2 back-to-back), Holland, 1945, ou Ghost fizeram com que toda a Sala Suggia cantasse a plenos pulmões, mais do que tinham cantado nos três dias anteriores. No entanto, houve mais canções para além das do icónico segundo álbum dos Neutral Milk Hotel. Servindo como “brindes” para uma audiência que esperou mais do que uma vida por este concerto, Song Against Sex, Little Birds ou Gardenhead/Leave Me Alone caíram que nem ginjas aos ouvidos dos fãs mais ferrenhos do artista (entre os quais eu, modestamente, me incluo). Para terminar uma actuação brilhante veio a delicada e tocante Oh Comely, numa interpretação capaz de levar muitos às lágrimas. Para mim (e apesar de terem havido outros concertos no Hard Club), o Optimus Primavera Sound não podia ter acabado de melhor forma. Porra, podia ter ali acabado o mundo que eu sairia de lá com um sorriso nos lábios.
- Não escondo que, de todo o cartaz, este era o concerto que mais aguardava. Devoto incondicional dos Neutral Milk Hotel e fanboy assumido de In the Aeroplane Over the Sea (1998), admito que me senti como uma miúda de 12 anos quando vi o “regresso dos mortos” de Jeff Mangum e a sua posterior confirmação para este festival. E quando chegou o momento do cantautor em palco, notava-se que não era o único a sentir-se assim. Com um público totalmente rendido e em completa comunhão com o artista (que convidou a plateia a aproximar-se dele e a sentar-se no chão), Mangum trouxe uma setlist inspirada primariamente em ITAOTS; Two-Headed Boy (partes 1 e 2 back-to-back), Holland, 1945, ou Ghost fizeram com que toda a Sala Suggia cantasse a plenos pulmões, mais do que tinham cantado nos três dias anteriores. No entanto, houve mais canções para além das do icónico segundo álbum dos Neutral Milk Hotel. Servindo como “brindes” para uma audiência que esperou mais do que uma vida por este concerto, Song Against Sex, Little Birds ou Gardenhead/Leave Me Alone caíram que nem ginjas aos ouvidos dos fãs mais ferrenhos do artista (entre os quais eu, modestamente, me incluo). Para terminar uma actuação brilhante veio a delicada e tocante Oh Comely, numa interpretação capaz de levar muitos às lágrimas. Para mim (e apesar de terem havido outros concertos no Hard Club), o Optimus Primavera Sound não podia ter acabado de melhor forma. Porra, podia ter ali acabado o mundo que eu sairia de lá com um sorriso nos lábios.
Setlist
João Morais
PS:Todas as (difusas e escassas) fotos foram tiradas em colaboração com a Diana Carvalho <3
João Morais
PS:Todas as (difusas e escassas) fotos foram tiradas em colaboração com a Diana Carvalho <3
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