sábado, 19 de maio de 2012

Curtas #2


Paralytic Stalksof Montreal (7 Fev)
- Um dos lançamentos que eu mais esperava para 2012, Paralytic Stalks é o 11º disco do grupo norte-americano de Psychedelic Pop of Montreal, e é o sucessor do morno False Priest (2010). Deixando para trás as recentes “derivações” electrónicas que têm caracterizados as últimas obras do grupo, Paralytic Stalks mostra uns of Montreal de volta a um terreno mais analógico, orgânico e, a meu ver, feliz. Contudo, este álbum também sofre de um problema grave de inconsistência, que o impede de se “manter” durante muitas audições. Porém, Paralytic Stalks é um grande regresso em forma dos of Montreal, e traz com ele uma das grandes canções de 2012: Ye, Renew the Plaintiff.
Pontos altos:
- Dour Percentage
- We Will Commit Wolf Murder
- Ye, Renew the Plaintiff
Nota Final: 7,4/10

The Something Rain Tindersticks (20 Fev)
- Veteraníssima banda Indie britânica, os Tindersticks são um dos mais interessantes projectos de Chamber Pop que o país de sua majestade pariu nos últimos 20 anos. The Something Rain, lançado no início do ano, é já o nono disco que o grupo assina, e o terceiro desde a sua reunião em 2006, e mostra um avanço qualitativo em relação ao seu antecessor, Falling Down a Mountain (2010). Com a voz de penetrante de Stuart Staples a combinar de forma perfeita com a produção áspera e os arranjos instrumentais, The Something Rain apenas peca pela forma como, por vezes, as canções se alongam em demasia e perdem o apelo. Porém, convenhamos: os Tindersticks podem não ter o primor dos primeiros tempos, mas é certo que The Something Rain prova que já andaram mais longe.
Pontos altos:
- This Fire of Autumn
- Medicine
- Come Inside
Nota Final: 7,2/10

Put Your Back N 2 It Perfume Genius (21 Fev)
- Ao segundo álbum o singer-songrwriter norte-americano Perfume Genius (nome artístico de Mike Hadreas) traz-nos mais um disco Indie Pop repleto de sensibilidade e delicadeza e com um grande enfoque na combinação do piano com sintetizadores e outros arranjos orquestrais. Porém, tal como aconteceu o seu antecessor, Learning (2010), Put Your Back N 2 It falha em conquistar-me. É certo que a produção se mostra aqui muito bem conseguida, e o álbum faz passar um certo sentimento de solitude, intimismo e fragilidade de forma exemplar. Contudo, uma inconsistência terrível no que toca à composição das canções, um ritmo vagaroso e sonolento e uma certa unidimensionalidade fazem com que Put Your Back N 2 It não passe do nível mediano.
Pontos altos:
- Normal Song
- Dark Parts
- Hood
Nota Final: 5,2/10

Sounds From NowheresvilleThe Ting Tings (24 Fev)
- 4 anos se passaram desde o lançamento do disco de estreia We Started Nothing (2008). Esse álbum, que se tornou num autêntico fenómeno de sucesso às custas de That’s Not My Name, pouco mostrava além de uma imagem e postura roubadas a grupos como os Blood Red Shoes e um par de singles orelhudos que depressa se esqueceram. Pois bem, agora a dupla de Katie White e Jules De Martino volta à carga com o seu segundo LP, Sounds From Nowheresville, e que soa desesperadamente a uma tentativa de emular, sem sucesso, o impacto que o seu antecessor teve nas tabelas de vendas. Indie Pop repetitiva, pitadas de Electropop sensaboronas e uma dispersão excessiva de sons e ideias, é esta a receita deste Sounds From Nowheresville. Tendo passado despercebido pelas principais charts mundiais, este álbum é a prova viva de que, para os The Ting Tings, a justiça tardou mas não falhou.
Pontos altos:
- Hang It Up
- Soul Killing
- In Your Life
Nota Final: 3,5/10

Nada É Possível Supernada (26 Mar)
- Um dos álbuns mais esperados da última década da música portuguesa (e acreditem, isto não é exagero), Nada É Possível é o primeiro disco dos Supernada, banda encabeçada pelo mítico Manel Cruz (Ornatos Violeta, Pluto, Foge Foge Bandido). Trazendo uma sonoridade de fusão de géneros como o Alternative Rock, o Funk, o Hard Rock e até alguns toques de Psychedelic Rock, Nada É Possível é um álbum sujo, pesado e áspero, e que assume desde o início um tom experimental que lhe confere uma grande imprevisibilidade. Porém, e devido à grande antecipação e ao prolongado tempo de espera por este álbum, não consigo deixar de sentir que este álbum me desiludiu um pouco. A assimetria qualitativa entre as canções e uma certa dispersão in extremis que se faz sentir em alguns momentos fazem com que Nada É Possível não seja, para mim, um disco tão bom quanto devia ser. Contudo, estão aqui indícios suficientes para ficar à espera de um segundo álbum dos Supernada. É esperar.
Pontos altos:
- Perigo de Explosão
- Letras Loucas
- Pai Natal
Nota Final: 7,7/10

1 comentário:

  1. «Tendo passado despercebido pelas principais charts mundiais, este álbum é a prova viva de que, para os The Ting Tings, a justiça tardou mas não falhou.», oh yeah.

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