Port of Morrow – The
Shins [20 Mar]
- Apesar das inúmeras alterações do line-up que tiveram lugar entre Wincing the Night Away
(2007) e Port of Morrow, e que fizeram de James Mercer o único membro fundador “resistente”, as expectativas
para este quarto LP do grupo
norte-americano eram bastante elevadas. Porém, este é, na minha opinião, um
daqueles casos em que o hype
exagerado traz um ligeira decepção. Apesar de ser, no geral, um disco agradável
e de trazer algumas interessantes alterações à Indie Pop dos The Shins, como é o caso de uma
instrumentação com mais sintetizadores e uma produção mais polida e definida, Port
of Morrow também acaba por ser um álbum bastante inconsistente e
desequilibrado e que mostra uma regressão de qualidade quando comparado com o
seu sucessor. Creio, no entanto, que os fãs mais acérrimos do grupo irão ficar
rendidos; eu é que esperava um bocadinho mais.
Pontos altos:
- Simple Song
- No Way Down
- Port of Morrow
Nota Final: 6.1/10
Wrecking Ball – Bruce Springsteen [5 Mar]
- Não sou, nem de perto nem de longe, um grande fã de Bruce Springsteen. Apesar de lhe
reconhecer mérito, qualidade e talento, nunca me senti realmente “agarrado” por
alguma coisa dele. No entanto, porque respeito aquele que é um dos grandes
ícones da Pop Rock dos últimos 40 anos e porque até gostei de ouvir algumas das
coisas “recentes” que o senhor tem lançado (em especial Devils & Dust, de
2006), decidi ouvir este Wrecking Ball e fazer uma review. Porém, não posso dizer que tenha
ficado agradado com o que ouvi, muito pelo contrário. Mostrando uma queda de
qualidade tremenda quando comparado com as três obras anteriores de Springsteen, Wrecking Ball traz uma
tentativa de fazer rinse and repeat a
uma sonoridade já feita milhões de vezes pelo cantautor norte-americano: o Folk Rock “inspirador”, as letras
politicamente "interventivas" mas incrivelmente vazias, os “toques” Country
que mostram a ligação às “raízes” do país e a produção gigantesca e inchada.
Apesar de um punhado de canções safarem o disco do descalabro total, Wrecking
Ball é uma obra que não me conseguiu convencer.
Pontos altos:
- Death to My
Hometown
- Wrecking Ball
- Land of Hope and
Dreams
Nota Final: 4.2/10
Love at the Bottom of the Sea – The
Magnetic Fields [5 Mar]
- Se tivesse feito no início do ano uma lista dos discos
que mais aguardava para 2012, o décimo longa-duração dos The Magnetic Fields estaria
certamente incluído, ainda para mais quando este se trata do primeiro álbum do
grupo depois da “no synth trilogy”
concebida por Stephen Merritt na
ressaca do incrível triplo disco de 1999, 69 Love Songs. Porém, confesso que a
desilusão que senti ao ouvir este álbum quebrou-me o coração. Extremamente
inconsistente, Love at the Bottom of the Sea assemelhou-se mais a uma colecção
de 15 demos mal trabalhadas e em estado “cru” do que a um LP propriamente dito. E quanto aos tão aguardados sintetizadores,
na minha opinião só vieram trazer “açúcar” a mais as canções, e encher as peças
de uma sonoridade muito pouco interessante ou estimulante. É certo que as
letras de Merritt continuam
genialmente irónicas e há aqui um grupo de canções bem conseguidas; no entanto,
a falta de trabalho neste LP é, a meu
ver, gritante, e faz com que Love at the Bottom of the Sea seja
tudo menos um bom álbum.
Pontos altos:
- Andrew in Drag
- The Machine in
Your Hand
- Quick!
Nota Final: 3.9/10
Some Nights – fun. [14 Fev]
- Um dos discos que mais burburinho gerou no início de
2012, em grande parte por culpa do single
de lançamento We Are Young (que conta
com a participação de Jannelle Monáe),
Some
Nights é o segundo lançamento do trio Indie Pop fun., e vem suceder a Aim
and Ignite (2009). Porém, e à semelhança do que senti em relação ao seu
antecessor, Some Nights pareceu-me um LP
bastante fraco e desinteressante. Apesar dos fun. terem decidido mudar
um bocado a sua sonoridade e de terem juntado à “mistura” uma grande influência
do Hip-Hop e R&B contemporâneo, a verdade é que o som do trio pareceu-me, no
fundo, igualmente oco e “plástico”. E a juntar a isso está a esporádica
utilização de um auto-tune incrivelmente
despropositado, desajustado e foleiro. Tirando os “pontos altos” e um ou outro
apontamento interessante, não aproveitei quase nada deste Some Nights.
Pontos altos:
- Carry On
- It Gets Better
- All Alone
Nota Final: 4.2/10
Wreck – Unsane [20 Mar]
- Sétimo disco de estúdio dos nova-iorquinos Unsane,
Wreck
traz-nos 10 faixas ricas em Post-Hardcore
e Noise Rock cru, violento e
extremamente abrasivo. E se à partida essa mistura parece ser exactamente ao
meu gosto, a verdade é que este LP
deu-me uma sensação um bocadinho desconfortável de estar a comer “carne
mastigada”. Apesar de não ser, nem de perto nem de longe, um obcecado pela
inovação constante e permanente na música, a verdade é que este Wreck
pareceu-me tão derivativo e tão yesterday’s
news que me achei a ouvir o disco e a ansiar por algo de fresco e
entusiasmante, coisa que não aconteceu muitas vezes durante os 40 minutos de
extensão do álbum. Não quero com isto dizer que Wreck é um mau LP, pois consegue ter momentos
extremamente bem executados e mostra uma banda muito eficiente e perita naquilo
que faz. No entanto, falta-lhe uma certa imprevisibilidade e excitação que o
tire da mediania.
Pontos altos:
- No Chance
- Pigeon
- Ha Ha Ha
Nota Final: 6.2/10
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