domingo, 18 de março de 2012

Curtas #1


Como forma de ir “esvaziando” a lista de álbuns por analisar, e para evitar chegar ao final do ano com uma tonelada de críticas por fazer (foram “só” 70 discos em 15 dias no ano passado), o conceito do Curtas “recauchuta-se” e adapta-se a uma nova realidade e a uma nova função: sem regularidade pré-definida, este segmento destinar-se-á a trazer, em cada edição, 5 reviews em ponto pequeno. Os critérios para a escolha dos álbuns apresentados no Curtas serão sempre subjectivos e extremamente autocráticos, pelo que não se sintam tristes/ofendidos se por acaso um dos vossos registos favoritos aparecer por aqui.

Old IdeasLeonard Cohen (31 Jan)
- Seis anos depois do lançamento de Dear Heather (2004) chega-nos Old Ideas, que vem interromper o longo interregno a que o veteraníssimo Leonard Cohen se submeteu no que toca à gravação de álbuns. Neste disco, o décimo segundo da sua longa carreira, assistimos a uma colecção de 10 canções, maioritariamente conduzidas pelo piano e pela voz arrastada e característica de Cohen, numa abordagem que não destoa muito daquilo que o canadiano tem vindo a criar nos últimos de disco, de fusão da Folk com a música Gospel (bastante notória nos já familiares coros femininos que ouvimos ao longo de Old Ideas). No entanto, devo confessar que este disco não me impressionou muito (admito que no que toca a Leonard Cohen sou um nostálgico). Inconsistente e por vezes monótono, este Old Ideas é, a meu ver, um registo feito sobretudo para os fãs mais acérrimos.
Pontos altos:
- Going Home
- Come Healing
- Different Sides
Nota Final: 6,5/10

Beautiful Things Anthony Green (17 Jan)
- Na sua segunda aventura a solo o vocalista dos norte-americanos Circa Survive traz-nos um disco que mantém a Pop-Rock demonstrada em Avalon (2008), numa abordagem que mistura Indie Rock com Folk e Country, levando a uma identidade musical bastante distinta e agradável ao ouvido. Contudo, este Beautiful Things herda do seu sucessor o “lado fraco” da moeda, ou seja, a excessiva dispersão musical e a inconstância do álbum a longo prazo. Ao experimentar de tudo um pouco, Anthony Green dedica pouco tempo a construir uma obra mais sólida e mais coesa, e isso acaba por determinar que Beautiful Things seja, tal como Avalon, uma obra bastante mediana.
Pontos altos:
- If I Don’t Sing
- Can’t Have it All at Once
- Blood Song
Nota Final: 6,0/10

The Lion’s Roar First Aid Kit (23 Jan)
- Vindas da Suécia, as irmãs Johanna e Klara Söderberg estrearam-se nos LP’s em 2010, com The Big Black & The Blue, um álbum que recebeu alguma atenção por parte da crítica. Agora, as manas trazem-nos o seu segundo registo, The Lion’s Roar, que mantém o nível do antecessor, e que se revela uma experiência bastante agradável para os fãs de Indie Folk e Baroque Pop. Com uma sonoridade que pode ser vista como uma mistura de influências que vai desde Joanna Newsom (sem a voz “especial) a Fleet Foxes, The Lion’s Roar consegue ser, durante os seus 42 minutos, delicado e bucólico o suficiente para derreter os corações mais empedernidos. É certo que tem alguns defeitos (especialmente a partir da segunda parte do disco), mas consegue ser um LP delicioso.
Pontos altos:
- The Lion’s Roar
- I Found a Way
- King of the World
Nota Final: 7,6/10

Reign of TerrorSleigh Bells (21 Fev)
- Reign of Terror é o nome do sucessor de Treats (2010), e francamente, o segundo LP do duo norte-americano Sleigh Bells não podia ter um título mais apropriado. Vindo na mesma linha que o disco de estreia da banda, Reign of Terror é rico em riffs monstruosos (a lembrar as grandes bandas de estádio dos anos 80), distorção ao máximo e vocais muito pouco apelativos por parte de Alexis Krauss. Tudo isto junta-se para formar um estilo que na minha cabeça tem o nome de Glam Noise, uma mistela de espírito de High School americana (cheerleaders e matulões do futebol americano incluídos) com cacofonia em estado bruto. Quando eu pensava que o disco da Lana Del Rey tinha sido o pior que tinha passado pelos ouvidos em 2012 (podem ler aqui a review de Born To Die), este Reign of Terror chegou para desfazer as minhas certezas.
Pontos altos:
- True Shred Guitar
- Demon
- D.O.A.
Nota Final: 2,1/10

The Slideshow EffectMemoryhouse (28 Fev)
- Disco de estreia deste duo canadiano formado por Evan Abeele e Denise Nouvion, este The Slideshow Effect chega-nos com uma sonoridade Indie Pop calma e doce, entrando de mansinho e fazendo lembrar Twin Sister ou, em alguns momentos, Beach House. No entanto, apesar de ter uma aura geralmente agradável e aprazível ao ouvido, The Slideshow Effect sofre, a meu ver, de uma bipolaridade gritante, que faz com que, em termos de qualidade, pareça uma autêntica montanha-russa, com todos os seus altos e baixos. Ainda assim, este LP dos Memoryhouse não deixa de ser uma boa estreia, com uns momentos bastante interessantes.
Pontos altos:
- The Kids Were Wrong
- Heirloom
- Walk with Me
Nota Final: 6,2/10

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