Como forma de ir “esvaziando” a lista de álbuns por analisar, e para evitar
chegar ao final do ano com uma tonelada de críticas por fazer (foram “só” 70
discos em 15 dias no ano passado), o conceito do Curtas “recauchuta-se” e adapta-se
a uma nova realidade e a uma nova função: sem regularidade pré-definida, este
segmento destinar-se-á a trazer, em cada edição, 5 reviews em ponto pequeno. Os critérios para a escolha dos álbuns
apresentados no Curtas serão sempre subjectivos e extremamente autocráticos,
pelo que não se sintam tristes/ofendidos se por acaso um dos vossos registos
favoritos aparecer por aqui.
Old Ideas – Leonard Cohen (31 Jan)
- Seis anos depois do lançamento de Dear Heather (2004)
chega-nos Old Ideas, que vem interromper o longo interregno a que o
veteraníssimo Leonard Cohen se
submeteu no que toca à gravação de álbuns. Neste disco, o décimo segundo da sua
longa carreira, assistimos a uma colecção de 10 canções, maioritariamente
conduzidas pelo piano e pela voz arrastada e característica de Cohen, numa abordagem que não destoa
muito daquilo que o canadiano tem vindo a criar nos últimos de disco, de fusão
da Folk com a música Gospel (bastante notória nos já
familiares coros femininos que ouvimos ao longo de Old Ideas). No entanto,
devo confessar que este disco não me impressionou muito (admito que no que
toca a Leonard Cohen sou um
nostálgico). Inconsistente e por vezes monótono, este Old Ideas é, a meu ver,
um registo feito sobretudo para os fãs mais acérrimos.
Pontos altos:
- Going Home
- Come Healing
- Different Sides
Nota Final: 6,5/10
Beautiful Things – Anthony Green (17 Jan)
- Na sua segunda aventura a solo o vocalista dos
norte-americanos Circa Survive traz-nos um disco que mantém a Pop-Rock demonstrada em Avalon
(2008), numa abordagem que mistura Indie
Rock com Folk e Country, levando a uma identidade
musical bastante distinta e agradável ao ouvido. Contudo, este Beautiful
Things herda do seu sucessor o “lado fraco” da moeda, ou seja, a
excessiva dispersão musical e a inconstância do álbum a longo prazo. Ao
experimentar de tudo um pouco, Anthony
Green dedica pouco tempo a construir uma obra mais sólida e mais coesa, e
isso acaba por determinar que Beautiful Things seja, tal como Avalon,
uma obra bastante mediana.
Pontos altos:
- If I Don’t Sing
- Can’t Have it All
at Once
- Blood Song
Nota Final: 6,0/10
The Lion’s Roar – First
Aid Kit (23 Jan)
- Vindas da Suécia, as irmãs Johanna e Klara Söderberg
estrearam-se nos LP’s em 2010, com The
Big Black & The Blue, um álbum que recebeu alguma atenção por parte
da crítica. Agora, as manas trazem-nos o seu segundo registo, The
Lion’s Roar, que mantém o nível do antecessor, e que se revela uma
experiência bastante agradável para os fãs de Indie Folk e Baroque Pop.
Com uma sonoridade que pode ser vista como uma mistura de influências que vai
desde Joanna Newsom (sem a voz
“especial) a Fleet Foxes, The Lion’s Roar consegue ser,
durante os seus 42 minutos, delicado e bucólico o suficiente para derreter os
corações mais empedernidos. É certo que tem alguns defeitos (especialmente a
partir da segunda parte do disco), mas consegue ser um LP delicioso.
Pontos altos:
- The Lion’s Roar
- I Found a Way
- King of the World
Nota Final: 7,6/10
- Reign of Terror é o nome do sucessor
de Treats
(2010), e francamente, o segundo LP
do duo norte-americano Sleigh Bells não podia ter um título
mais apropriado. Vindo na mesma linha que o disco de estreia da banda, Reign
of Terror é rico em riffs
monstruosos (a lembrar as grandes bandas de estádio dos anos 80), distorção ao
máximo e vocais muito pouco apelativos por parte de Alexis Krauss. Tudo isto junta-se para formar um estilo que na
minha cabeça tem o nome de Glam Noise,
uma mistela de espírito de High School
americana (cheerleaders e matulões do
futebol americano incluídos) com cacofonia em estado bruto. Quando eu pensava
que o disco da Lana Del Rey tinha
sido o pior que tinha passado pelos ouvidos em 2012 (podem ler aqui a review de Born To Die), este Reign of Terror chegou
para desfazer as minhas certezas.
Pontos altos:
- True Shred Guitar
- Demon
- D.O.A.
Nota Final: 2,1/10
The Slideshow Effect – Memoryhouse
(28 Fev)
- Disco de estreia deste duo canadiano formado por Evan Abeele e Denise Nouvion, este The Slideshow Effect chega-nos com
uma sonoridade Indie Pop calma e doce,
entrando de mansinho e fazendo lembrar Twin Sister ou, em alguns momentos, Beach
House. No entanto, apesar de ter uma aura geralmente agradável e
aprazível ao ouvido, The Slideshow Effect sofre, a meu
ver, de uma bipolaridade gritante, que faz com que, em termos de qualidade,
pareça uma autêntica montanha-russa, com todos os seus altos e baixos. Ainda
assim, este LP dos Memoryhouse
não deixa de ser uma boa estreia, com uns momentos bastante interessantes.
Pontos altos:
- The Kids Were
Wrong
- Heirloom
- Walk with Me
Nota Final: 6,2/10
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