- Descrito pelos próprios Pepe Deluxé como uma
“ópera Pop esotérica dividida em três
partes”, Queen of the Wave é o quarto trabalho deste projecto,
actualmente composto por James Spectrum
e Paul Malmström, e demonstra uma
continuidade com a linha super-eclética que o grupo tem vindo a seguir desde a
sua fundação, em 1996. Misturando Baroque
Pop com Surf Rock, música
psicadélica e, como é claro, Electronica,
este Queen
of the Wave apresenta-se como um álbum divertido, variado e
contagiante, fazendo por vezes lembrar Fatboy
Slim ou The Go! Team. É certo que, devido à sua esquizofrenia, perde
muito na coesão e na solidez da obra, mas este quarto LP dos Pepe Deluxé não deixa, ainda assim, de ser um disco bastante
bom.
Pontos altos:
- A Night and a Day
- Go Supersonic
- Riders on the
First Ark
Nota Final: 7.7/10
- Apresentando uma sonoridade caracterizada por uma
mescla de Folk, Electronica, Psychedelic Rock
e Dream Pop, Melt é o primeiro álbum
dos Young
Magic, trio formado em 2010 e actualmente sediado em Brooklyn (where else?). Porém, apesar de esta
fórmula me ter suscitado, a priori,
uma grande expectativa e uma redobrada curiosidade, a verdade é que depois de
ouvir este Melt não pude deixar de sentir que este grupo ficou a meio
caminho de atingir os seus ambiciosos objectivos. É certo que este LP tem algumas canções muito
interessantes e que apontam na direcção certa, mas infelizmente a grande
dispersão temática e sonora e a inconsistência da qualidade das peças faz com
que este Melt seja, na minha opinião, uma obra extremamente mediana.
Fica para a próxima.
Pontos altos:
- Sparkly
- Jam Karet
- Sanctuary
Nota Final: 5.3/10
- Depois dos efervescentes e viciantes Box
of Secrets (2008) e Fire Like This (2010), os Blood
Red Shoes decidiram-se a confirmar, com este In Time to Voices, a
veracidade do ditado popular “até no melhor pano cai a nódoa”. Com uma produção
mais cheia, polida e radio-friendly,
o terceiro álbum da dupla formada por Laura-Mary
Carter (voz/guitarra) e Steven Ansell
(voz/bateria) traz-nos um Alternative
Rock com muito menos energia e garra do que aquilo que os britânicos nos
habituaram, numa versão muito descaracterizada da sua sonoridade base. É certo
que, em alguns pontos do disco, os Blood Red Shoes ainda conseguem replicar
a “chama” de outros tempos, mas a verdade é que para cada momento bom deste In
Time to Voices existem uma série de falhanços. O que faz com que este LP falhe em suceder de forma condigna
aos belos trabalhos que o antecedem.
Pontos altos:
- In Time to Voices
- Je Me Perds
- Stop Kicking
Nota Final: 4.7/10
- Gravado numa cave em Nova Iorque, Strange Weekend é o disco
de estreia de Porcelain Raft,
projecto a solo do italiano Mauro
Remiddi. Com uma sonoridade Dream Pop
que mistura influências Folk com uma
infusão suave de Electronica, este álbum
consegue, através da sua estética honesta, pueril e Lo-Fi, estabelecer uma ambiente doce, quente e intimista.
Combinando um experimentalismo cauteloso com uma capacidade de fazer canções Pop certeiras e belas, este Strange
Weekend tem, ainda assim, uma qualidade algo inconstante e desequilibrada,
o que o impede de chegar a um patamar mais elevado de excelência. Ainda assim,
apesar dos seus defeitos, o primeiro LP
de Porcelain Raft conseguiu mostrar
muita promessa e deixar-me de água na boca.
Pontos altos:
- Unless You Speak
from the Heart
- The End of
Silence
- Picture
Nota Final: 7.3/10
- Depois de se terem estreado nos LP’s em 2010 com o sofrível Crazy for You, os Best
Coast de Bethany Cosentino
(voz/guitarra) e Bobb Bruno
(baixo/guitarra) decidiram lançar este ano o seu segundo álbum de originais, The
Only Place, que, segundo a vocalista, é uma espécie de ode ao estado da
Califórnia motivada pelas saudades de casa. Mais adulto, polido e cuidado, este
álbum mostra, a meu ver, uma franca melhoria em relação ao seu antecessor: as
letras não estão tão parvas, a voz de Bethany
Cosentino não magoa tanto ao ouvido e a composição está mais bem conseguida.
Contudo, apesar de este LP ser um
avanço de qualidade por parte da banda, confesso que a Noise Pop com cheiro a Surf
dos Best
Coast continua a ser muito homogénea e inconstante, o que se traduz num
álbum muitíssimo mediano. Resumindo, este The Only Place só vem reforçar a
minha opinião de que, nesta área da música, os Best Coast continuam a
estar a milhas dos Wavves de Nathan
Williams, namorado de Cosentino.
Se ao menos o talento fosse como o herpes: sexualmente transmissível.
Pontos altos:
- The Only Place
- Better Girl
- Let’s Go Home
"Resumindo, este The Only Place só vem reforçar a minha opinião de que, nesta área da música, os Best Coast continuam a estar a milhas dos Wavves de Nathan Williams, namorado de Cosentino. Se ao menos o talento fosse como o herpes: sexualmente transmissível.", casemos, João, casemos.
ResponderEliminarFoi o meu momento VICE, tenho de admitir.
Eliminar