Wonky – Orbital [2 Abr]
- Um dos nomes mais criticamente aclamados da Electronica britânica na sua vertente Acid House, a dupla formada pelos irmãos Phil e Paul Hartnoll decidiu regressar em Abril aos discos, após um
interregno de 8 anos no que toca a lançamentos. O resultado é Wonky,
uma vibrante amostra de que os dois artistas se mantêm bem afinados quando se
trata de criar canções feitas para o meio-caminho entre o cerebral e o
dançável. Rico em sintetizadores e drum
loops vivos e fluídos, Wonky revela-se como uma obra fresca
e viciante, que promete agradar tanto a fãs “velha-guarda” como à nova geração.
Só é mesmo pena a incursão pelo “brostep”
em Beelzedub, porque tirando isso e
alguns pontos menos apelativos, esta é uma obra sólida e consistente.
Pontos altos:
- One Big Moment
- Never
- New France
Nota Final: 7.8/10
An Awesome Wave – Alt-J
(∆) [25 Mai]
- Com o seu disco de estreia os britânicos Alt-J
conseguiram, da noite para o dia, atingir um grau de aclamação quase universal
que lhes garantiu, de forma oficiosa, o título de nova coqueluche do Indie internacional. Contudo, apesar de
todo o hype (que nos garante a pés
juntos que este simpático quarteto é a melhor coisa a surgir neste mundo desde
os duches de água quente), não posso dizer que tenha ficado inteiramente
rendido a An Awesome Wave, um álbum que, na minha óptica, fica bastante
aquém da perfeição. É certo que este é um bom LP e que a sua curiosa abordagem experimental do Indie Rock, cheia de interessantes
infusões de psicadelismo e Electronica,
deixou-me muito agradado e surpreendido. Porém, a verdade é que, após várias e
atentas audições, não consegui afastar da minha mente os graves desequilíbrios
e as dolorosas inconsistências que flagelam este álbum. Concluindo, apesar de An
Awesome Wave ser uma estrondosa estreia, a verdade é que a “verdura”
nele demonstrada só indica que os Alt-J são, neste momento, muito mais
“promessa” do que “valor seguro”.
Pontos altos:
- Tessellate
- Something Good
- Matilda
Nota Final: 7.9/10
Oceania – The Smashing Pumpkins [19
Jun]
- Se me tivessem dito em inícios de 2012 que os The
Smashing Pumpkins (ou melhor, o travestismo a que o Billy Corgan e os seus novos “amigos”
decidiram chamar de The Smashing Pumpkins) iriam lançar em Junho um álbum decente,
a minha reacção teria sido, no mínimo, uma gargalhada bem sonora mesmo na vossa
cara. Pois bem, a verdade é que após ter ouvido Oceania pela primeira vez
não consegui encontrar palavras suficientes para exprimir a estupefacção que
senti. É certo que este disco não está, nem de perto nem de longe, ao nível do
melhor dos The Smashing Pumpkins, e está bem distante de ser um grande
registo. Ainda assim, a verdade é que a sua abordagem ao Alternative Rock, fresca mas com um “travozinho” familiar,
conseguiu gerar em mim, nos seus melhores momentos, verdadeira alegria e
satisfação. E isso foi o suficiente para recuperar em mim, ainda que de forma
ténue, alguma esperança no espírito criativo do palhaço do Billy Corgan.
Pontos altos:
- Quasar
- The Celestials
- The Chimera
Nota Final: 6.7/10
Confess – Twin Shadow [10 Jul]
- Apesar de me ter passado completamente ao lado aquando
do seu lançamento, Forget (2010), o primeiro disco de George Lewis Jr., depressa se tornou numa das minhas obras
favoritas dos últimos anos, devido à forma perfeita como fundia as influências
dos anos 80 da New Wave, da Synthpop e do Post-Punk com uma produção de mestre (a cargo de Chris Taylor, dos Grizzly Bear) e uma
sensibilidade nas letras verdadeiramente marcante. Por isso mesmo, não admira
que eu tenha ficado em pulgas para ouvir Confess, o segundo álbum de Twin Shadow; porém, depois de o
escutar, uma única palavra ressoou de forma estrondosa na minha mente:
“desilusão”. Com uma produção polida e “inchada”, a cargo do próprio George Lewis Jr., este LP pega na parte mais fraca da Synthpop utilizada em Forget,
despe-a de toda a magia do primeiro álbum, enche-a de influências de R&B manhosa e “comercialóide” e
consegue, em 43 minutos, destruir por completo os meus sonhos e todo o élan que eu via à volta de Twin Shadow. Apesar de ter alguns
momentos de valor que redimem o disco da desgraça total, a verdade é que Confess
foi, para mim, um dos maiores dissabores que 2012 me reservou.
Pontos altos:
- Five Seconds
- Beg for the Night
- When the Movie’s
Over
Nota Final: 4.8/10
Ekstasis – Julia Holter [8 Mar]
- Segundo LP
desta cantautora californiana, Ekstasis apresenta-se como uma obra
que, à semelhança do seu antecessor (Tragedy, de 2011), nos traz uma
mistura muito experimental de Folk
com Ambient e música electrónica, bem
servida com uma camada densa e sombria produção lo-fi. Contudo, apesar de tudo isto parecer, a priori, muito interessante, a verdade é que a minha experiência
com o segundo álbum de Julia Holter
não foi das mais agradáveis; incrivelmente inconstante e sem nenhuma linha
orientadora a unir o álbum, Ekstasis acabou por se revelar, para
mim, como um disco enfadonho, aborrecido e com muito pouco apelo. É certo que Holter tem sido muito badalada e este
álbum tem figurado em algumas listas de final de ano, mas na minha opinião Ekstasis
está longe de cumprir sequer os “serviços mínimos”.
Pontos altos:
- In the Same Room
- Moni Mon Amie
- This is Ekstasis
Nota Final: 3.6/10
Sem comentários:
Enviar um comentário