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sábado, 1 de dezembro de 2012

Três EPês #3

Illusion Poor Moon [27 Mar]
- Vindos de Seattle e formados em 2012, os Poor Moon são um side-project de Casey Wescott e Christian Wargo, ambos membros dos Fleet Foxes, aos quais se juntam também Ian e Peter Murray. Assinados pela Sub Pop, verdadíssima editora norte-americana, este quarteto pratica um Folk que, apesar de demonstrar parecenças com a “nave-mãe” de Wescott e Wargo, não se limita a ser uma fotocópia ou um offshoot da sonoridade dos Fleet Foxes. Com um tom intimista, despido e que por vezes evoca influências do Blues e do Country, este Illusion traz-nos um conjunto de 5 canções bucólicas e belas. Um excelente EP, que abre certamente o apetite para Poor Moon, o homónimo LP que o grupo lançou a 28 de Agotso.
Pontos altos:
- Once Before
- Widow
Nota Final: 4.2/5

Undersea The Antlers [24 Jul]
- Sucedendo a Burst Apart (2011), este Undersea mostra uma grande continuidade com o trabalho demonstrado no quarto LP do grupo de Peter Silberman, trazendo de novo uma sonoridade Dream Pop etérea e relaxante que contrasta com a penumbra e a tristeza de Hospice, magnum opus da banda nova-iorquina e que data de 2009. No entanto, à semelhança de Burst Apart, este quarto EP do grupo também peca por uma grande inconsistência, que se vai sentindo ao longo do registo e que lhe retira o brilho e lhe confere uma incoerência muito pouco lisonjeira. Apesar de este não ser um mau EP, confesso que (e correndo o risco de ser apelidado de saudosista) à medida que vou ouvindo as mais recentes obras dos The Antlers, cada vez mais sinto saudades dos tempos de Hospice e da sua depressão bela e certeira.
Pontos altos:
- Endless Ladder
- Crest
Nota Final: 3.1/5

Letur-Lefr John Frusciante [17 Jul]
- Ex-guitarrista dos Red Hot Chili Peppers, barco de onde ajuizadamente saltou antes do naufrágio, John Frusciante decidiu dedicar-se de novo à sua carreira a solo, lançando como aperitivo de PBX Funicular Intaglio Zone (11º disco de estúdio do artista, lançado a 25 de Setembro) este Letur-Lefr. Pautando-se por uma abordagem muito experimental, Letur-Lefr traz-nos uma colecção de 5 peças que, ao contrário do que se poderia esperar do virtuoso guitarrista, estão muito longe do Rock e aproximam-se muito de territórios como a Electronica, a Synthpop ou até o Hip-Hop. Apesar de, aqui e ali, a guitarra ainda aparecer, a verdade é que o verdadeiro foco deste EP vai para a vasta utilização de sintetizadores, drum machines e samples, que dão a este registo o aspecto de uma collage de beats e sons diversos. Apesar de mostrar alguma inconsistência na sua segunda metade e de se apresentar algo desconexo, este Letur-Lefr deixou-me muito curioso para ouvir o seu “irmão mais novo”, pois mostra um John Frusciante nunca antes visto.
Pontos altos:
- In Your Eyes
- 909 Days
Nota Final: 3.8/5

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Três EPês #2


a-nimal [EP] a-nimal (17 Mai)
- Primeiro lançamento de estúdio deste trio formado por João Sousa (guitarra/voz), Zé Santos (baixo) e André Calvário (bateria), a-nimal [EP] traz-nos três canções que servem de cartão-de-visita para a sonoridade do grupo: Alternative Rock insidioso e negro, misturado com a abrasividade do Punk e do Hardcore e com alguns “cheiros” de Metal e afins que lhe conferem uma violência e uma velocidade avassaladoras. A complementar esta paisagem estão as letras (em português) que João Sousa vai “cuspindo” e que, devido ao seu teor político e filosófico extremamente carregado, ajudam a compor um quadro sombrio e avassalador que me agradou bastante. O único defeito digno de nota acaba por ser a curteza do EP, com as três canções a saberem-me a pouco. No entanto, posso dizer que esta “amostra” serve bem para aguçar a curiosidade, e demonstra bem que os a-nimal são um dos nomes a ter em conta no panorama alternativo nacional. É esperar por mais.
Pontos altos:
- Homem-Sangue
- Insomnia
Nota Final: 4.0/5

Under the Quiet Sky Plane Ticket (23 Abr)
- Vindos de Torres Vedras, os Plane Ticket são um quarteto Indie Rock composto por Leonel Nunes, Pedro Manuel Silva, João Matias e Filipe Damil Vicente, e que lançou na primeira metade deste ano o seu primeiro EP, Under the Quiet Sky. O registo, editado com o selo da Cakes & Tapes, mostra-nos um belo conjunto de 5 peças bem próximas do Post-Punk Revival de nomes como Interpol ou Motorama, e traz consigo uma aura de grande afinidade com o Post-Punk britânico de finais dos anos 70. Com uma sonoridade cinzenta, tensa e claustrofóbica, uma estética de garagem e uns vocais graves e solenes, Under the Quiet Sky consegue facilmente evocar uma atmosfera reminiscente da Manchester da Factory Records dos Joy Division ou dos The Durutti Column. Apesar de alguma homogenia, que o impede de ser perfeito, este EP é uma obra sólida e consistente, e que mostra uns Plane Ticket em grande forma. Arrisco-me a dizer que este é capaz de ser um dos meus extended plays favoritos de 2012; no entanto, fico à espera da estreia em longa-duração, para poder tirar teimas.
Pontos altos:
- Under the Quiet Sky
- Trench Line
Nota Final: 4.6/5

TNGHT TNGHT (23 Jul)
- Duo formado este ano pelos produtores Hudson Mohawke e Lunice, TNGHT é um projecto de Electronica que combina Hip-Hop instrumental com elementos de música de dança. O primeiro resultado dessa mistura é o homónimo TNGHT, um EP com cinco canções repletas de beats possantes, samples animados e tons coloridos, vívidos e que apelam fortemente à dança. Porém, apesar da originalidade que o grupo demonstra e da energia que as músicas passam, confesso que achei este TNGHT um bocadinho homogéneo, repetitivo e inconsistente demais para o meu gosto. Aguardo por mais lançamentos por parte da dupla, para ver se conseguem desenvolver as boas ideias que demonstram neste EP, e para ver se conseguem justificar todo o hype que têm gerado à sua volta.
Pontos altos:
- Goooo
- Easy Easy
Nota Final: 2.7/5

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Três EPês #1


Uma das grandes lacunas do MDC tem sido, desde o seu início, o número extremamente reduzido de críticas a EP’s (até hoje, foram apenas duas, e curiosamente foram ambas do mesmo artista). Apesar de pessoalmente eu continuar a preferir o formato longa-duração, reconheço que o blog tem passado ao lado de grandes pérolas em ponto mais pequeno, pelo que decidi criar uma nova rubrica dedicada exclusivamente aos Extended Plays.

Com um molde muito semelhante ao Curtas (tanto na regularidade – indefinida - como  na forma – mais sucinta), este “irmão mais novo” chamar-se-á Três EPês, e como o próprio nome indica, irá trazer três pequenas análises a EP’s a cada edição. Este é o seu primeiro "episódio", e eu espero que seja do vosso agrado.

 Onwards to the WallA Place to Bury Strangers (7 Fev)
- Três anos depois do último LP do grupo (Exploding Head, de 2009), este EP traz-nos cinco poderosas faixas deste grupo nova-iorquino. Pujante e cru, este Onwards to the Wall mostra uns A Place to Bury Strangers extremamente abrasivos, com uma distorção tão perfurante e animalesca que é capaz de dar uma volta ao estômago dos mais puritanos. Na produção, conseguimos ouvir uma wall of sound tão espessa e blindada que denuncia de imediato as influências Shoegaze dos A Place to Bury Strangers, num esforço que é capaz de deixar Kevin Shields orgulhoso. Resumindo, tirando pequenos detalhes que impedem o EP de ser perfeito, Onwards to the Wall é uma obra sólida que só abre o apetite para o próximo LP dos A Place to Bury Strangers.
Pontos altos:
- So Far Away
- Onwards to the Wall
- Drill it Up
Nota Final: 4,0/5
 Miúda MIÚDA (13 Fev)
- Compostos por Mel, Pedro Puppe (Oioai), Tiago Bettencourt e Fred (Orelha Negra), os MIÚDA começaram a criar burburinho no início deste ano, com a viral Com Quem Eu Quero, um delicioso tratado Indie Pop sobre independência e emancipação feminina. Seguiu-se, em Fevereiro, o lançamento deste EP, Miúda, que para além desse hit traz mais seis canções deste quarteto, e que prova que é no fértil solo da Indie Pop que as suas fundações estão lançadas. “Roqueiros” (Com Quem Eu Quero), baladeiros de piano (Enquanto) ou mais ligados à Electronica minimalista (Fluxo das Flores), estes MIÚDA trazem um EP com canções para todos os gostos, com letras simples e de índole alegre e juvenil (a lembrar os Best Coast, mas em melhor). Não posso dizer que tudo neste Miúda me tenha agradado, mas não posso deixar de dizer que, no geral, este é um bom EP de estreia. O download, gratuito e legal, é aqui.
Pontos altos:
- Com Quem Eu Quero
- Na Cidade
- Fluxo das Flores
Nota Final: 3,7/5
 LP EP Gobi Bear (19 Fev)
- Cantautor Folk oriundo de Guimarães, Diogo Pinto aka Gobi Bear estreou-se o ano passado com o lançamento do simpático Demo EP, que demonstrava uma clara inspiração em artistas como José González ou Bon Iver. Agora, em 2012, Gobi Bear traz-nos mais um EP, desta vez intitulado LP EP, e que contém uma colecção de 12 curtas canções que primam pela sua simplicidade e beleza. Amenas e suaves, as peças que compõem este LP EP mostram uma clara continuidade com a Folk despida e bucólica demonstrada em Demo EP, e fazem com que Gobi Bear seja um dos novos nomes a ter em conta no panorama musical português. É também de frisar que está aqui uma das minhas músicas favoritas de 2012 até agora, Meanwhile, que apenas peca por ser tão curta. Apesar de alguns (pequenos) defeitos, este LP EP consegue ser quase perfeito, e deixa muita água na boca. Para o download, legal e gratuito, cliquem aqui.
Pontos altos:
- Meanwhile
- Lebanon
- Emily
Nota Final: 4,5/5