Formados em 2010 por Alaina
Moore (voz/teclados), o seu marido Patrick
Riley (guitarra) e o “pau-de-cabeleira” James Barone (bateria), os Tennis são um trio de Indie Pop norte-americano que atraiu
considerável atenção no início de 2011 com o seu primeiro LP, Cape Dory. O seu segundo disco de originais, Young
& Old, surgiu mais ou menos um ano depois, a 14 de Fevereiro, e é
dele que vamos falar hoje.
Faço aqui um mea
culpa no que toca ao “desprezo” a que releguei o primeiro álbum dos Tennis,
Cape
Dory, mas acreditem, foi por um bom motivo que o fiz; “esquecível”, “descartável” ou “vulgar”
são apenas alguns dos adjectivos que eu poderia usar para descrever a (mediana)
estreia em longa-duração deste trio oriundo do estado do Colorado.
Porém, a verdade é que o hype não abandonou os Tennis, tendo até se intensificado
com o lançamento do segundo LP, pelo
que tive de me resignar e parar de “evitar” esta banda e ouvir o disco.
Contudo, não posso dizer que tenha ficado muito feliz com o resultado; em Young
& Old os Tennis trazem-nos mais do mesmo, e
convenhamos que isso não é nada de espectacular.
Mantendo a mistura de vocais adocicados e reverberados de
Moore com as guitarras frescas e upbeat de Riley e a bateria simples e básica de Barone que tanto furor fez em Cape Dory, Young & Old consegue
preservar a sonoridade veraneante, juvenil e alegre do primeiro disco,
mostrando um sentido de continuidade. Contudo, a adição de uma miríade de
sintetizadores e teclados vem adicionar uma nova textura ao som dos Tennis,
numa tentativa de, quiçá, quebrar o molde deixado em Cape Dory. Na produção,
nas mãos de Patrick Carney (baterista dos The Black Keys) também
notamos uma certa melhoria em relação ao primeiro disco, com a estética a
tornar-se mais profunda e densa.
Porém, a lista de defeitos de Young & Old é tão
extensa que faz com que este disco não vá, na minha opinião, muito além daquilo
que os Tennis fizeram no seu antecessor. A começar, a homogeneidade
extrema, praga recorrente do primeiro LP,
volta aqui a atacar em força, fazendo com que quase todas as canções se
parecessem cópias umas das outras (com essas “cópias” a soarem-me demasiado
inspiradas na estrutura e estilo de Be My Baby). Para
essa homogeneidade contribuem também os “recém-chegados” sintetizadores, que
apesar de parecerem ao início uma lufada de ar fresco, acabam por imprimir em
todas as canções a mesma marca, como se Moore
tivesse acabado de aprender a tocar teclados e quisesse mostrar ao mundo os
seus progressos.
Outro problema que afecta, a meu ver, este Young
& Old é a vulgaridade do som dos Tennis, algo que se
mantém desde o primeiro disco. Não sou, de maneira nenhuma, um paladino extremista
da criatividade permanente, mas a verdade é que este LP apresentou-me um Indie Pop
que se tornou demasiado recorrente e batido para eu conseguir retirar dele uma
experiência muito positiva. Na verdade, tal como aconteceu com Cape
Doris, em Young & Old pareceu-me que os Tennis se limitaram a
repetir velhas fórmulas e clichés,
sem mostrar nenhum laivo de identidade própria notável. Todas estas falhas,
aliadas a uma inconsistência que faz com que o álbum pareça uma autêntica
montanha-russa, ajudam a que Young & Old não me tenha apelado
muito.
Na hora de escolher as melhores faixas, a açucarada e
terna It All Feels the Same, a groovy e quente Origins, a “summer-y” e sumarenta Traveling, a contagiante e dançável Robin ou a cavalgante e fervilhante High Road revelam-se como temas Pop encantadores capazes de conquistar
corações. Contudo, no outro prato da balança, peças como My Better Self, Petition,
Dreaming ou Take Me to Heaven mostram o lado menos talentoso dos Tennis,
e puxam Young & Old para uma mediocridade extrema.
Sumarizando, Young & Old revela-se como um
álbum extremamente mediano, que acaba por se ver dependente de clichés e tiques Indie Pop vulgares e derivativos. Mostrando pouquíssima evolução em
relação ao que demonstraram há um ano atrás, com Cape Dory, os Tennis
conseguem, ainda assim, demonstrar jeito para as canções catchy e divertidas. Porém, a constante repetição e a monotonia que
daí deriva fazem com que Young & Old não seja, para mim,
mais do que um disco no meio-termo entre o bom e o mau. Enfim, fica para a
próxima.
Nota Final: 5,0/10
João Morais
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