New Brigade – Iceage (Janeiro)
- Primeiro LP dos dinamarqueses Iceage,
este New
Brigade traz-nos um Punk
anárquico, rápido e barulhento, com forte influência do Hardcore ou Noise de
grupos como os Minor Threat, Black Flag ou até Big Black. Não se pode dizer que este seja um disco propriamente inovador,
mas a sujidade, rapidez e energia deste New Brigade farão certeza a delícia
dos fãs da distorção e do feedback
ensurdecedor do Noise Rock. Sem ser
um disco perfeito, é sem dúvida das melhores descobertas que fiz neste 2011.
Pontos
altos:
-
New Brigade
-
Broken Bone
-
You’re Blessed
Nota
Final: 8,6/10
Burst Apart – The Antlers (Abril)
- Depois do magnífico Hospice (2009), álbum conceptual dos The
Antlers que falava sobre a aceitação da morte de alguém querido, o
grupo de Peter Silberman decidiu
inovar para o quarto álbum, e lançou este ano Burst Apart, um LP que
apesar de manter uma lírica introspectiva (e possivelmente depressiva) marca a
diferença do seu antecessor pela sonoridade mais upbeat e animada do Indie Pop
da banda norte-americana. Contudo, devo dizer que apesar de admirar a inovação,
este Burst
Apart não consegue chegar aos calcanhares do disco que o precede,
ficando-se pelo patamar do “bom”. Ainda assim, os fãs do trio norte-americano
irão apreciar, com certeza, este álbum.
Pontos
altos:
-
No Widows
-
Every Night My Teeth Are Falling Out
-
Corsicana
Nota
Final: 7,3/10
The Whole Love – Wilco (Setembro)
- Dois anos depois de Wilco
(The Album) (2009), os Wilco trazem-nos o seu oitavo disco
de estúdio, The Whole Love, um álbum que traz algumas alterações à
sonoridade tipicamente Alternative Rock
do grupo de Jeff Tweedy, como a
experimentação com sintetizadores e outros instrumentos electrónicos em certos
momentos, e alguma inclinação para sons mais acústicos noutros. Contudo, isto
acaba por se traduzir num disco muito disperso, e algo inconsistente, e que
mostra uns Wilco, a meu ver, em baixo de forma e longe dos seus tempos
áureos de Yankee Hotel Foxtrot (2002). Confesso que esperava mais dos Wilco,
mas este The Whole Love não deixa de ter os seus bons momentos.
Pontos
altos:
-
Dawned on Me
-
Standing O
-
Whole Love
Nota
Final: 7,0/10
Noel Gallagher’s High
Flying Birds – Noel Gallagher’s High Flying Birds (Outubro)
- Dois anos após o fim dos Oasis,
os irmãos Gallagher decidiram lançar
os seus respectivos discos; Liam com
os Beady
Eye em Fevereiro, com Different Gear, Still Speeding (6,0
segundo a review do MDC)
e Noel com os seus High
Flying Birds, com o disco homónimo Noel Gallagher’s High Flying Birds
em Outubro, que nos traz uma sonoridade bastante parecida com a dos Oasis
por alturas de Don’t Believe the Truth (2005), com uma
estética acústica bastante vincada, e com letras muito bem desenvolvidas. Sendo
certo que Noel venceu esta primeira
batalha com o seu irmão Liam, a
verdade é que este LP deixa muito a desejar quando se pensa no potencial que os
Oasis
tinham logo após Dig Out Your Soul (2008). Contudo, este não é um mau
lançamento, antes pelo contrário.
Pontos
altos:
-
The Death of You and Me
-
AKA... What a Life!
-
Stranded on the Wrong Beach
Nota
Final: 7,5/10
Veronica Falls – Veronica Falls
(Setembro)
- Vindos do Reino Unido, os Veronica
Falls são um quarteto formado em 2009, em Londres, e que lançou este
ano o seu primeiro álbum, o homónimo Veronica Falls, uma conjunto de 12
canções que abraçam o Noise Pop, com
os vocais doces e gentis de Roxanne
Clifford e James Hoare a fazerem
um belo contraste com as letras negras, que tanto abordam a vida e o amor como
a perda e a morte. Arrisco-me a dizer que toda a aclamação que este disco tem
recebido é mais que merecida, e que esta é, se não a melhor, uma das melhores
estreias de 2011, e que estará sem dúvida nos meus 20 discos favoritos deste
ano.
Pontos
altos:
-
Right Side of My Brain
-
Beachy Head
-
Wedding Day
Nota
Final: 8,8/10
Skying – The Horrors (Julho)
- Ao 3º disco de originais, os
britânicos The Horrors decidiram deixar de lado a faceta mais negra da sua
estética Post-Punk e decidiram
alargar a palete de influências a sonoridades vindas da Dream Pop e Psychedelia,
cortando com a tendência que marcou Strange House (2007) e Primary
Colours (2009). O resultado é Skying, um disco sólido e bem
conseguido, que consegue aliar a variedade de som a uma consistência de
qualidade que é rara de se encontrar, o que talvez explique o porquê de ser
considerado por tantos como o melhor disco de 2011. Eu não iria tão longe, mas
admito que é um álbum muito bem feito, que recomendo veemente.
Pontos
altos:
- I
Can See Through You
- Endless
Blue
- Moving
Further Away
Nota
Final: 8,2/10
Infectious Affectional – X-Wife
(Maio)
- Quarto LP do trio portuense de Indie Rock, Infectious Affectional
traz-nos mais uma dose de Post-Punk
ao bom estilo dos X-Wife, desta vez contagiado pelo Dance Punk de bandas como os LCD Soundsystem ou !!!,
resultando num disco em que as guitarradas de João Vieira se fundem de forma perfeita com o sintetizador de Rui Maia. Indiscutivelmente o disco
mais dançável da obra dos X-Wife, Infectious Affectional é
certamente uma delícia de se ouvir, tanto numa tarde no quarto como à noite
numa festa. Um orgulho nacional, este trio.
Pontos
altos:
-
Keep On Dancing
-
That’s Right
-
Never Ever
Nota
Final: 8,0/10
Cults – Cults (Junho)
- Um dos duos Indie mais badalados dos últimos tempos, os Cults têm sido alvo de um
imenso hype desde o lançamento deste
LP, o homónimo disco de estreia Cults, que nos traz 11 canções muito
aclamadas pela crítica. Contudo, eu creio que toda esta euforia seja “muita
parra, pouca uva”. Depois de ouvir este Cults, confesso que não fiquei
impressionado com o Indie Pop de Brian Oblivion e Madeline Follin, que me pareceu muito pouco desenvolvido e
apelativo. É certo que este LP tem algumas qualidades que vêm ao de cima num
punhado de canções, mas no geral, este é um álbum bastante mediano.
Pontos
altos:
- Abducted
-
Never Saw the Point
-
Bumper
Nota
Final: 5,2/10
Keep You Close – dEUS (Setembro)
- Em Keep You Close, os belgas
dEUS
decidiram deixar de lado os sons mais crus e abrasivos de Vantage Point (2008) e
apostar por uma sonoridade mais meiga e radio-friendly,
com bases numa produção mais polida e em orquestrações clássicas a marcar a sua
presença aqui e ali. Contudo, não posso dizer que veja estas alterações com
bons olhos, pois a meu ver o que faz de Vantage Point um grande álbum é
mesmo essa crueza e frontalidade, que se perderam neste novo disco. Não quero
com isto dizer que Keep You Close é um mau LP, mas fica um pouco aquém das
possibilidades do grupo de Tom Barman.
Definitivamente, um registo para os fãs, e pouco mais.
Pontos
altos:
-
The Final Blast
-
Constant Now
-
Second Nature
Nota
Final: 6,8/10
Destroyed. – Moby (Maio)
- Moby
é, sem dúvida, um artista bastante prolífico, e os números comprovam-no; 10
álbuns lançados, com o primeiro em 1992, Moby, e com o décimo a ser este Destroyed.,
que nos traz um Moby que aposta em batidas
electrónicas frias e secas, bastante próximas de uma música Ambient apostada em criar cenários
gélidos muito cinematográficos. Com um número vasto de convidados para fazer os
vocais, Moby recorre também ao vocoder neste Destroyed., o que ajuda a
estabelecer uma estética robótica neste disco, que me agradou bastante.
Contudo, a verdade é que a extensão do álbum dita que haja alguma
inconsistência, fruto de alguns fillers
que polvinham o LP, aliado a algumas canções que infelizmente demoram demasiado
tempo a “descolar”. Porém, este Destroyed. é uma bela aposta para
quem gosta da Electronica mais
contemplativa de Moby.
Pontos
altos:
-
Be the One
-
The Day
-
Lacrimae
Nota
Final: 7,2/10
Sem comentários:
Enviar um comentário