What Did You Expect From
The Vaccines? – The Vaccines (Março)
- Tendo conquistado meio mundo com o seu
Indie Rock juvenil e despreocupado, What
Did You Expect From the Vaccines? foi sem dúvida uma das estreias mais
aguardadas de 2011, e com boas razões. Com uma estética fortemente influenciada
pelo Punk, e com uma sonoridade
pueril, despretensiosa e animada, a urgência da música dos The Vaccines revelou ser
uma das melhores descobertas que este ano teve para oferecer. É certo que está
longe de ser perfeito, e que problemas de inconsistência e homogeneidade
exagerada pejam este LP, mas este What Did You Expect From the Vaccines?
é um auspicioso início de carreira, que faz crescer a expectativa em relação ao
que estes quatro rapazes londrinos.
Pontos
altos:
-
A Lack of Understanding
- Nørgaard
- Post Break-Up Sex
Nota Final: 8,0/10
Dye It Blonde – Smith Westerns (Janeiro)
- Depois de uma aclamada estreia em
2009, com o homónimo The Smith Westerns, que primava pelo
extenso uso do Lo-Fi cru e agressivo
numa sonoridade Garage Rock, este
trio norte-americano de Indie Rock
decidiu mudar o jogo para o seu segundo LP, Dye It Blonde, que mostra
uns Smith
Westerns com um estilo mais Pop,
de produção limpa e clara e com claras influências vindas do Glam Rock.
Apesar das alterações não serem profundas ao ponto de fazer com que o som dos Smith
Westerns seja irreconhecível, e de ainda se notar alguma crueza neste Garage Rock de “cara lavada”, a verdade
é que a mudança é grande o suficiente para retirar algum do entusiasmo ao som
do grupo, algo que eu lamento.
Pontos
altos:
-
Imagine Pt. 3
-
Fallen in Love
-
Dance Away
Nota
Final: 6,7/10
Kaputt – Destroyer (Janeiro)
- Banda canadiana de Indie Pop liderada por Dan Bejar, os Destroyer lançaram este
ano o seu nono LP, Kaputt, disco que tem sido alvo de grande aclamação por parte
da crítica desde que chegou às lojas, em Janeiro. Considerado por muitos como o
melhor álbum de 2011, Kaputt traz uma sonoridade calma e terna,
que através do seu pendor acústico e das incursões pelos sintetizadores etéreos
pinta relaxantes e contemplativos quadros sonoros. É certo que considero que o hype que se gerou à volta deste álbum foi
um pouco exagerado, pois este Kaputt mostra, a meu ver, alguma
inconsistência, mas a verdade é que este nono disco de originais do conjunto
canadiano é uma autêntica delícia.
Pontos
altos:
-
Chinatown
-
Savage Night at the Opera
-
Kaputt
Nota
Final: 8,4/10
Smoke Ring For My Halo – Kurt Vile (Março)
- Ex-membro dos The War on Drugs, Kurt Vile abandonou a companhia de Adam Granduciel para se dedicar a uma
carreira que, ao quarto LP, começa a dar frutos. Estando presente em quase
todos os tops de final de ano da crítica especializada, Smoke Rings For My Halo
traz uma sonoridade Folk rica em
distorção e influências retiradas do Roots
Rock de Bruce Springsteen, que
se traduzem num som quente e acolhedor digno de uma qualquer garagem do frio
estado de Pennsylvania. Não posso dizer que este álbum seja o meu favorito para
2011, mas é certamente um LP a que irei retornar no futuro.
Pontos altos:
- Jesus Fever
- Runner Ups
- In My Time
Nota Final: 8,2/10
No Color – The Dodos (Março)
- Ao quarto LP, este duo de Indie Folk vindo de San Francisco continua a dar cartas no género a
que se dedica desde 2005. Com uma sonoridade que permanece estreitamente ligada
a uma instrumentação mais acústica, os The Dodos trazem-nos, com este No
Color, um álbum forte, fervilhante e que, ironicamente, se vai pintando
com cores alegres e exuberantes que mostram o experimentalismo e o arrojo de Meric Long e Logan Kroeber. Contudo, apesar de admirar a tentativa de manter
fresca a fórmula do grupo, este No Color está longe do melhor que os
The
Dodos já fizeram, nomeadamente o disco de 2008, Visiter. Porém, se
procuram música volátil e empolgante, este No Color é bom para vocês.
Pontos altos:
- Good
- When Will You Go
- Don’t Stop
Nota Final: 7,7/10
Chromatic – You Can’t Win, Charlie Brown (Maio)
- Álbum de estreia deste sexteto nacional (que conta com David Santos, mais conhecido por Noiserv), Chromatic é uma aposta na
experimentação, combinando a Baroque Pop
e Folk de grupos como os Fleet
Foxes com os desvarios electrónicos da Neo-Psychedelia dos Animal Collective num molde de Psych-Folk nunca antes visto em
Portugal. Com uma faceta acústica bem evidente, e com um psicadelismo “orgânico”,
fruto da utilização pouco ortodoxa de instrumentos de sopro e de percussão mais
tradicionais, este Chromatic é um disco singelo e pastoril, que muito me agradou.
Apesar de se perder a meio, e de por vezes ser demasiado difuso, este álbum dos
You
Can’t Win, Charlie Brown é uma bela obra portuguesa.
Pontos altos:
- Over the Sun/Under the
Water
- I’ve Been Lost
- Green Grass #2
Nota Final: 7,3/10
Within and Without – Washed Out (Julho)
- Mais um dos muitos projectos Chillwave que ganharam fama em 2011, Washed Out é o pseudónimo musical de Ernest Greene, um norte-americano que lançou este ano o seu
primeiro disco, Within and Without. Misturando Synthpop e componentes mais dançáveis no género de que é pioneiro, Washed Out criou, em Within
and Without, um álbum perfeito para qualquer ocasião, desde um
relaxante descanso depois de um dia de trabalho a uma ida à praia. A razão para
a sua polivalência é a facilidade com que Greene
consegue atingir o equilíbrio entre uma estética mais relaxada e etérea e uma
componente mais festiva e animada. Uma estreia em grande, que é ainda mais
espectacular por incluir Amor Fati,
uma daquelas faixas que (felizmente) não me sai da cabeça.
Pontos altos:
- Amor Fati
- Far Away
- You and I
Nota Final: 8,4/10
Space Is Only Noise – Nicolas Jaar (Janeiro)
- Norte-americano de origem chilena, Nicolas Jaar lançou este ano um álbum que se mostra como sério
candidato ao prémio de disco mais hiper-inflacionado dos últimos tempos, Space
Is Only Noise. Trazendo uma Electronica
de pendor minimalista e cerebral, este LP de estreia do músico caracteriza-se
pelas camadas de loops e samples que o compõem, que se vão
acumulando para pintar uma sonoridade de tons frios e cinzentos. Contudo,
apesar de ser visto por muitos como o melhor que 2011 tem para oferecer, o
interessante conceito de Space Is Only Noise não me
convenceu, pois pareceu-me, ao fim de algum tempo de audição, um pouco monótono
e aborrecido. Mais uma vez, o hype
não se justifica.
Pontos altos:
- Keep Me There
- Space is Only Noise if You
Can See
- Specters of the Future
Nota Final: 4,3/10
Share the Joy – Vivian Girls (Abril)
- 3º disco deste trio feminino de Indie Rock, Share the Joy traz-nos o regresso
das Vivian
Girls após o desaire de Everything Goes Wrong (2009).
Pegando na estética simples e de inspiração Noise
Pop e Punk que fez do seu
primeiro disco (Vivian Girls, de 2008) a pérola que é, as Vivian Girls conseguiram “atinar”
e trazer uma abordagem mais fresca e directa neste novo LP. Apesar de eu ter
alguns problemas residuais com a voz nasalada de Cassie Ramone, e do disco às vezes poder tornar-se algo sonolento e
repetitivo, este Share the Joy não deixa de ser um álbum bom, que agradará
qualquer fã de Indie Rock bem
distorcido e intenso.
Pontos altos:
- Dance (if You Wanna)
- Sixteen Ways
- Light in Your Eyes
Nota Final: 7,1/10
These New Countries – We Trust (Outubro)
- Primeiro disco deste projecto musical do realizador
português André Tentugal, These
New Countries é uma obra digna de admiração, devido à complexidade das
melodias que o compõe, e pela ousadia e arrojo com que aborda a Indie Pop. Com uma produção limpa e
polida que complementa muito bem a delicadeza do som, These New Countries é um
LP que traz uma música de fino recorte que é raro de se ver em Portugal. Sem
dúvida um dos melhores discos nacionais de 2011, este álbum vem afirmar que We Trust é um nome a ter em conta no
panorama da música portuguesa dos próximos tempos.
Pontos altos:
- Time (Better Not Stop)
- Reasons
- Freedom Bound
Nota Final: 8,5/10
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