Audio, Video, Disco –
Justice (Outubro)
- Depois de terem tomado o mundo de
assalto em 2009, com a estrondosa estreia de †, os franceses Justice
regressaram este ano com o seu segundo álbum de originais, Audio, Video, Disco, que
aposta numa sonoridade mais próxima do Rock
de estádio, numa estética que contraste com o negrume do primeiro disco de
originais. Contudo, esta aproximação ao Electronic
Rock do duo francês de Electro House
acaba por me desapontar um bocado, pois estava à espera de um sucessor mais condigno
para †.
Não sendo um mau álbum, acaba por ser demasiado mediano. Parece que a espera
foi um pouco em vão.
Pontos
altos:
-
Civilization
-
On’n’On
-
New Lands
Nota
Final: 6,5/10
Barra 90 – Jorge Cruz (Novembro)
- Jorge
Cruz é um artista com créditos mais que provados na música Pop portuguesa. Depois dos Supernada
e de uma discreta (mas frutuosa) carreira a solo,Cruz decidiu formar os Diabo Na Cruz, banda Rock (onde entra B Fachada) que muito sucesso tem feito nos últimos anos. Contudo,
este ano, Jorge Cruz decidiu lançar
um álbum feito a partir de canções que escreveu e compôs nos anos 90, quando
ainda vivia na Praia da Barra, em Aveiro. Esse disco, intitulado Barra
90, traz-nos uma Pop leve
que, através da combinação de instrumentação acústica com experimentações
electrónicas, traz ao de cima ambientes intimistas e retrospectivos.
Certamente, um dos 10 melhores discos nacionais de 2011.
Pontos
altos:
-
Tornados
-
Entre Iguais
-
36
Nota
Final: 8,2/10
SBTRKT – SBTRKT (Junho)
- Produtor londrino de Electronica, Aaron Jerome, mais conhecido por SBTRKT, estreou-se este ano nos LP’s, com o disco homónimo SBTRKT,
que traz uma mistura de Post-Dubstep
com sons muito influenciados pela Soul e
pelo R&B. Apontado por muitos
como um dos melhores discos de 2011, SBTRKT é fresco, dinâmico, hipnótico
e viciante, e com uma sonoridade extremamente dançável, consegue ser um dos
meus álbuns favoritos deste ano. Este disco levou a que muitos comparassem a
obra de Jerome com a do seu
congénere britânico James Blake, mas
a verdade é que, a meu ver, SBTRKT está milhas à frente de James
Blake.
Pontos
altos:
-
Hold On
-
Trials of the Past
-
Go Band
Nota
Final: 8,8/10
Black Up – Shabazz Palaces (Junho)
- Oriundos de Seattle, cidade conhecida
pelo Grunge e pelo frio, os Shabazz
Palaces trazem-nos no seu disco de estreia, Black Up, um Hip-Hop minimalista, com uma estética
sombria e com uma Electronica
calculista e bem conseguida. Contudo, o ponto mais forte deste Black
Up é sem dúvida a lírica, sofisticada e bem desenvolvida, que é
eficiente na sua tarefa de cativar o ouvinte. Contudo, isto não evita que a
inconsistência da sonoridade mine a qualidade geral do álbum. Resumindo, Black
Up é uma boa estreia, mas poderia ter sido ainda melhor. Vejamos o que
fazem os Shabazz Palaces depois disto.
Pontos
altos:
-
Free Press and Curl
-
The King’s New Clothes Were Made by His Own Hands
-
Swerve... the Reeping of All That is Worthwhile (Noir Not Understanding)
Nota
Final: 7,0/10
Exmilitary – Death Grips (Abril)
- Mais um colectivo de Hip-Hop, desta vez vindos da California,
os Death
Grips lançaram este ano o seu primeiro LP, Exmilitary, uma colecção
de 13 canções que primam pela abordagem pouco ortodoxa dentro do seu género.
Rico em samples vindos de géneros
como o Rockabilly (Spread Eagle Cross the Block “sampla” Rumble, de Link Wray), Hardcore Punk
(Klink vai buscar o riff a Rise Above, dos Black Flag) e até do Prog Rock (I Want it, I Need it (Death Heated) é ousado o suficiente para ir
“roubar” a Interstellar Overdrive dos
Pink
Floyd), este Exmilitary pode dissuadir um pouco
ao início, mas a verdade é que a sua estética agressiva, a sua sonoridade fria
e impessoal e o seu conceito arrojado e inovador fazem com que seja impossível
ignorar este primeiro disco dos Death Grips.
Pontos
altos:
-
Takyon (Death Yon)
-
Klink
-
Thru the Walls
Nota
Final: 7,8/10
Mirror Traffic – Stephen
Malkmus & the Jicks (Agosto)
- Considerado por muitos como o
“padrinho” do Indie Rock dos anos 00
devido ao seu (fantástico) trabalho nos anos 90 com os Pavement, Stephen Malkmus está num ponto da sua
carreira onde não precisa de provar nada a ninguém. Depois da tour de reunião com a sua antiga banda, Malkmus pôs mãos à obra e criou este
magnífico Mirror Traffic, um dos mais aclamados discos de 2011, que nos
traz um Alternative Rock com um toque
já bem familiar.
Balançando entre um lado mais acústico e
uma faceta ligada à corrente, este quinto LP com os Jicks mostra-nos Stephen Malkmus a fazer aquilo que faz
melhor, e é por isso que faz dele uma obra tão boa.
Pontos
altos:
- Senator
-
Stick Figures in Love
-
Tune Grief
Nota
Final: 8,5/10
Demolished Thoughts – Thurston Moore (Maio)
- Terceiro álbum a solo do guitarrista e
vocalista dos seminais Sonic Youth, Demolished Thoughts
traz-nos um Thurston Moore num
registo diferente daquele a que estamos habituados. Praticando um interessante Acoustic Rock cheio de influências do Folk
e com uma produção (a cargo de Beck)
que faz uso extensivo de arranjos de cordas, este Demolished Thoughts parte
de um conceito ambicioso, e concretizado quase na totalidade. É certo que por
vezes o disco perde intensidade e torna-se menos cativante, mas Thuston Moore nunca perde o controlo em
Demolished
Thoughts, e isso faz deste LP uma obra para ouvir e reflectir.
Pontos
altos:
-
Circulation
-
Orchard Street
-
Mina Loy
Nota
Final: 7,4/10
Go Tell Fire to the
Mountain – WU LYF (Junho)
- Oriundos de Manchester, estes quatro
misteriosos rapazes que respondem pelo nome de WU LYF (sigla para World
Unite Lucifer Youth Foundation) praticam um Indie Rock abrasivo, directo e catártico, que mostra uma forte
influência de bandas como os Modest Mouse ou The War on Drugs. Apesar
de não ser fácil de gostar à primeira da voz de Ellery Roberts, factor que pode afastar alguns ouvintes, a verdade
é que o Indie Rock de inspirações Noise Pop que os WU LYF apresentam neste Go
Tell Fire to the Mountain é do melhor que o Reino Unido já exportou
este ano.
Pontos
altos:
-
Cave Song
-
We Bros
-
Dirt
Nota
Final: 8,0/10
Colour Trip – Ringo Deathstarr
(Março)
- Mais um álbum de estreia ,desta vez
dos texanos Ringo Deathstarr, Colour Trip é um conjunto de 11 canções
que mostram um Noise Rock e um Shoegaze dignos de uns The
Jesus and Mary Chain ou de uns My Bloody Valentine. Com uma música
rica em distorção e feedback, este LP
dos Ringo
Deathstarr é uma bela obra que, através das suas canções pujantes e dos
seus vocais etéreos, conseguiu conquistar-me quase por completo. Pode não ser
um álbum perfeito, mas este Colour Trip mostra que o grupo de Alex Gehring sabe bem o que faz.
Pontos
altos:
-
Do it Every Time
-
Kaleidoscope
-
Tambourine Girl
Nota
Final: 8,4/10
w h o k i l l – tUnE-yArDs (Abril)
- Segundo disco deste projecto experimental
da norte-americana Merrill Garbus, w h o
k i l l sucede ao muito aclamado BiRd-BrAiNs (2009), e traz uma
sonoridade muito diferente da que vimos no seu antecessor. Fundindo Indie Pop com influências Jazz e electrónicas e até de World Music, tUnE-yArDs consegue criar, neste seu segundo LP uma obra
extremamente rica e com um conceito experimental verdadeiramente inovador e
interessante. É certo que por vezes Garbus
se deixa levar pelo seu experimentalismo, o que torna a música tão densa que é
quase impossível retirar algum proveito dela. Contudo, este w h o
k i l l não deixa de ser um grande disco, da qual se conseguem extrair
poderosas sensações.
Pontos
altos:
-
My Country
-
Riotriot
-
Killa
Nota
Final: 7,9/10
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