Circuital – My Morning Jacket (Maio)
- Com uma sonoridade de arraiais bem assentes na Folk mais psicadélica, os My Morning Jacket lançaram este ano o seu sexto álbum, Circuital, um disco que aposta forte na continuidade do som que deu fama ao grupo norte-americano. Contudo, apesar de ter apreciado o Folk do grupo no passado, este LP pareceu-me demasiado vagaroso e pouco entusiasmante, algo de que não estava à espera. É certo que algumas das faixas deste Circuital estão muito bem conseguidas, e conseguem levar o disco a bom porto, mas a verdade é que este sexto LP demonstra que os My Morning Jacket estão longe do seu pico criativo.
Pontos altos:
- Circuital
- Wonderful (the Way I Feel)
- Holdin’ on to Black Metal
Nota Final: 6,8/10
Nota Final: 6,8/10
Parasol – Julie & the
Carjackers (Novembro)
- Juntos desde 2009, os Julies
& the Carjackers poderiam muito bem ser vistos como um projectos
californiano de Indie Pop, devido à
tropicalidade e exotismo da sua música, mas na verdade este duo é produto bem
nacional. No seu LP de estreia, Parasol, João Correia e Bruno
Pernadas trazem-nos uma música cheia de Sol e de Verão, que tem como ponto
forte larga panóplia de instrumentos que usa nesta fusão de influências Jazz na Indie Pop acústica. Estes Julie & the Carjackers são um
projecto bastante interessante, e este Parasol é um bom cartão de visita,
que faz crescer água na boca.
Pontos
altos:
- Wait
by the Telephone
-
One Thousand Stray Dogs
-
Haystack
Nota
Final: 7,9/10
Live Music – The Strange
Boys (Outubro)
- 3º LP dos norte-americanos The
Strange Boys, Live Music mostra-nos um Garage Rock Revival que tem como grandes influências o Country, o Blues e as
paisagens do sul dos EUA. Cheio de pequenos detalhes que nos levam para uma
garagem quente e suada do Texas, Live Music infelizmente não me
conseguiu cativar com essa receita de Rock
de pêlo na venta e suor em bica. Curiosamente, é quando os The Strange Boys saem
dessa fórmula quadrada e abandonam as roupagens do Country e do Blues que
conseguem realmente mostrar maior qualidade. Espero que para a próxima os The
Strange Boys se encaminhem, pois este Live Music é muito, muito
mediano.
Pontos
altos:
-
Punk’s Pajamas
-
Omnia Boa
-
Over the River and Through the Woulds
Nota
Final: 5,6/10
Pés Frios – Doismileoito (Outubro)
- Depois da estreia em 2009, com o
homónimo Doismileoito, este grupo nacional lança agora, três anos
volvidos, Pés Frios, o seu segundo álbum, que nos traz mais 10 temas de Indie Rock em tons nacionais. Infelizmente,
este segundo álbum dos Doismileoito sabe um pouco a
desilusão, estando longe dos tempos áureos do seu antecessor. É verdade que
este disco tem momentos fortes e canções muito bem desenvolvidas, mas produção
mais polida e a orientação mais Pop
do álbum deixam um pouco a desejar. Porém, este Pés Frios não é, de todo,
um mau LP, e irá certamente deixar muitos fãs do grupo satisfeitos.
Pontos
altos:
-
Conta Contigo
-
Pés Frios
-
Cão
Nota
Final: 7,3/10
Hello Sadness – Los Campesinos!
(Novembro)
- Com um enganador título, Hello
Sadness é o quarto disco dos galeses Los Campesinos! e prima
pela Indie Pop de travo alegre e
feliz que está presente nas 10 canções que preenchem o LP. Com uma produção
mais polida e limpa que os seus antecessores, e com alguns sintetizadores a
polvilharem, aqui e ali, o disco, Hello Sadness pode não ser uma obra
perfeita, mas é um óptimo disco para quem está à procura de música Pop leve, fresca e viciante.
Pontos
altos:
-
Songs About Your Girlfriend
-
The Black Bird, the Dark Slope
-
Baby I Got the Death Rattle
Nota
Final: 7,5/10
- Com uma técnica de distribuição e marketing muito sui generis, que tentava subverter as regras no jogo no que toca à
maneirca como compramos e consumimos a música, este The Future is Medieval é
o quarto LP dos britânicos Kaiser Chiefs, surgindo três anos
depois do seu antecessor, o polémico Off With Their Heads (2008). Porém,
se a estratégia de vendas do quinteto inglês é
ambiciosa, o mesmo não se pode dizer da sonoridade do álbum em si,
que mostra uns Kaiser Chiefs que estagnaram numa Indie Pop muito batida e aborrecida. Apesar de algumas peças
conseguirem quebrar a monotonia, e de se notar um possível experimentalismo com
os sintetizadores e com a Electronica,
este The
Future is Medieval é a prova de que os Kaiser Chiefs precisam
urgentemente de atinar.
Pontos
altos:
-
Long Way From Celebrating
-
Dead or in Serious Trouble
-
Kinda Girl You Are
Nota
Final: 5,0/10
- Depois da muita aclamada estreia em
2009, com o homónimo Real Estate, este quinteto
norte-americano decidiu apostar na continuidade com Days, uma obra onde o Indie Rock de estética Lo-Fi
é rei, e onde as paisagens calmas e contemplativas, fruto do reverb, proliferam livremente. Contudo,
nem tudo é rosas neste Days, e a verdade é que, ao fim de
algum tempo, este álbum tende a tornar-se um bocado maçudo, devido à
homogeneidade (quase) extrema deste LP. Porém, se há coisa que este registo
mostra é que os Real Estate encontraram uma fórmula vencedora, que tem dado
bons resultados.
Pontos
altos:
-
Green Aisles
-
It’s Real
-
Younger Than Yesterday
Nota
Final: 7,8/10
- Apontado pela Blitz como o melhor disco português de 2011, Fala Mansa é o terceiro
longa-duração do guitarrista Norberto
Lobo, e mostra uma clara evolução do artista. Mantendo a estética simples e
despida que caracterizou Mudar de Bina (2007) e Pata
Lenta (2009), Lobo consegue
ainda assim inovar, e trazer para este Fala Mansa instrumentos inéditos na
sua obra, como pianos e sintetizadores, que ajudar a criar neste álbum
magníficos cenários bucólicos, quase cinematográficos. Apesar de algumas vezes
me ter perdido com o experimentalismo exacerbado de Norberto, a verdade é que a pura beleza deste Fala Mansa é mais que
evidente. Não me arrisco a dizer já que é o melhor álbum nacional do ano, mas
anda lá perto.
Pontos
altos:
-
Charleston Para Jack
-
Balada Para Lhasa
-
Aconchego Solar
Nota Final: 8,7/10
- Nascido Samuel Beam, este cantautor norte-americano vindo do estado do
South Carolina tem produzido alguns dos discos mais aclamados pela crítica dos
últimos anos, como é o caso de Our Endless Numbered Days (2004) ou The
Sheperd’s Dog (2007), pelo que Iron
& Wine tinha uma tarefa difícil de
superar com este Kiss Each Other Clean. Porém, se é verdade que este quarto LP
do artista não está ao nível das magníficas obras que o antecedem, também é
certo que as tendências Folk e as
influências Jazz/Funk da Pop que Beam nos traz neste disco não deixam de encantar pela sua beleza e
intimismo com que estão imbuída. Apesar de não ser perfeito, este Kiss
Each Other Clean é um álbum que mostra bem a assinatura de Iron & Wine, e conseguirá agradar
aos fãs ao mesmo que tempo que serve de porta de entrada para novos ouvintes.
Pontos
altos:
-
Monkeys Uptown
-
Big Burned Hand
-
Your Fake Name is Good Enough for Me
Nota
Final: 8,0/10
- Tendo valido ao grupo uma nomeação aos
mui prezados Mercury Prize deste ano,
este The
English Riviera é um corte quase completo com o trabalho anterior do
grupo de Joseph Mount, que abandona
a Electronica para uma Indie Pop virada para a New Wave dos anos 80, algo que
beneficiou (e muito) a sonoridade do grupo. É certo que as tendências
electrónicas permanecem, com os sintetizadores Electropop a marcar presença, mas aqui estão muito mais comedidas,
e submetidas às ordens do baixo gingão e dançante Gbenga Adelekan. Contudo, depois de ouvir este The English Riviera
fiquei com a impressão que os Metronomy podiam ter feito melhor,
tendo aqui ideias que não foram, a meu ver, desenvolvidas ao máximo do seu
potencial. No entanto, é deles uma das melhores faixas do ano, The Bay, simplesmente magnífica.
Pontos
altos:
-
Everything Goes My Way
-
The Look
-
The Bay
Nota
Final: 7,0/10
Relativamente à apreciação do disco dos Doismileoito, dois reparos:
ResponderEliminarO primeiro disco surgiu em Fevereiro de 2009 (e não em 2008), e nos "pontos altos", o nome da música é "conta contigo" e não "conta comigo".
Muito obrigado pela chamada de atenção, as correcções devidas já foram feitas.
ResponderEliminar